Parque Estadual Cunhambebe
Com área de 38.053 hectares, o Parque Estadual Cunhambebe (PEC) abrange parte dos municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Itaguaí. A finalidade principal da criação do PEC, que ocorreu no ano de 2008, foi assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica da região sul fluminense da Serra do Mar, permitindo a conectividade entre os maciços da Bocaina e do Tinguá, preservando montanhas, cachoeiras e demais paisagens notáveis.
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Parque Estadual Cunhambebe |
Esfera Administrativa: Estadual |
Estado: Rio de Janeiro |
Município: Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Itaguaí. |
Categoria: Parque |
Bioma: Mata Atlântica |
Área: 38.054 hectares |
Diploma legal de criação: Criado pelo Decreto Estadual nº 41.358, de 13 de junho de 2008. |
Coordenação regional / Vinculação: Inea - Instituto Estadual do Ambiente / Dibap - Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas |
Contatos: Estrada da Cachoeira s/nº - Rodovia Rio-Santos - Km 423 - Vale do Sahy -Mangaratiba- RJ.
Telefone: (21) 3789-2965 // 3789-2292 // 98596-8747 |
Índice
Localização
O parque está localizado entre os municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro.
Localização da Sede: juntamente com o Centro de Visitantes, fica na Estrada da Cachoeira, bairro do Sahy, Mangaratiba.
Como chegar
Diversos acessos levam ao Parque Estadual Cunhambebe nos municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro. Fique atento: como não há núcleos em todas as cidades para orientar os visitantes, ao ingressar sem guias e condutores credenciados, oriente-se pela sinalização ao longo das principais rodovias (BR-101, RJ-155 e RJ-149).
Acesso: é na rodovia BR-101, trecho Rio-Santos, no trevo do km 423. A partir da região sul fluminense, deve-se seguir pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116) até o município de Barra Mansa, para então tomar o rumo para Rio Claro. Ao chegar ao município, é necessário seguir para Mangaratiba pela RJ-149 e, logo depois, pela BR-101 (Rio-Santos), sentido Rio, por cerca de 5km. O parque é contornado parcialmente pela BR-101, no trecho entre o limite dos municípios de Itaguaí e Mangaratiba, e até o município de Angra dos Reis, no distrito de Ariró. A BR-101 tem pista dupla desde seu entroncamento com a Av. Brasil, no bairro de Santa Cruz, município do Rio, até a entrada do distrito de Itacuruçá, em Mangaratiba.
A rodovia apresenta pista tripla em diversos trechos de subida, e pista dupla nas entradas dos distritos. É monitorada por radar em todo o trecho que margeia o parque. As rodovias estaduais RJ-155 (Barra Mansa–Rio Claro–Angra dos Reis) e RJ-149 (Rio Claro–Mangaratiba) cortam o parque. Todas são pavimentadas. A RJ-155 (Barra Mansa-Angra dos Reis) tem pista simples. Também chamada de Rodovia Paraty-Cunha, trata-se de uma Estrada-Parque. A RJ-149 também tem pista simples em todo o seu percurso. Estes trajetos são complementados por estradas municipais, pavimentadas ou não, que dão acesso a áreas mais próximas aos limites do parque e ao seu interior.
Ingressos
Não há cobrança de ingressos.
Onde ficar
No entorno da região do Parque, os municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Itaguaí contam com a presença de hotéis, pousadas e outros tipos de acomodação.
Objetivos específicos da unidade
Preservar os ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica; Possibilitar a realização de pesquisas científicas e proporcionar o desenvolvimento de educação e interpretação ambiental, de recreação e contato com a natureza e de turismo ecológico.
Histórico
Criado pelo Decreto Estadual nº 41.358, de 13 de junho de 2008, o parque tem área total aproximada de 38.053,05 hectares, abrangendo partes dos municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Itaguaí.
No início da colonização brasileira, os portugueses entraram no litoral sul fluminense e norte de São Paulo atarvés de uma aliança com o cacique Tibiriçá, líder dos Guainazes (então baseados em São Paulo) para a catequese e escravização dos índios. Chefes de seis aldeias diferentes (divididas em quatro tribos) se juntaram e formaram a Confederação dos Tamoios para a defesa. O principal nome, escolhido por todos, era o de Cunhambebe, cacique Tupinambá da aldeia situada onde hoje está localizado o município de Angra dos Reis.
Ele ajudou a fortalecer a Confederação e sempre obteve sucesso na luta contra os portugueses. Hoje, o nome do maior distrito da cidade de Angra dos Reis é Cunhambebe, cuja abrangência é parte da área em que foi implantado o Parque Estadual. Seu nome é uma homenagem a este importante líder indígena da região.
Atrações
Alguns dos principais atrativos turísticos do Parque Estadual do Cunhambebe são:
Cachoeira Véu da Noiva
Muito popular entre os moradores do entorno do parque, é bastante conhecida em função do seu fácil acesso e sua extensa queda-d’água. Na parte inicial existem poços para banho, mas a Véu da Noiva é que se destaca. O local também é muito procurado para a prática de rapel. É possível, a partir da Véu da Noiva, acessar outros poços ao longo da trilha que compõe a travessia Muriqui/Rubião/Sahy. A trilha de acesso tem 650 m de extensão em nível de dificuldade leve.
O acesso é pela BR-101, no distrito de Muriqui, a partir do Bar da Gaúcha.
Travessia Sahy-Rubião/Rubião-Muriqui
Oferece diversos atrativos no percurso. Cachoeiras, poços e mirantes podem ser vistos na floresta em bom estado de conservação. A parte inicial segue o traçado da Trilha do Sahy até as cachoeiras do bairro Rubião. Já a segunda parte (Rubião/Muriqui) oferece uma vista singular da Baía de Sepetiba e do distrito de Muriqui, acesso a cachoeiras e poços e, ao final da caminhada, ainda é possível contemplar a Cachoeira Véu da Noiva.
A caminhada é realizada em uma trilha com grau de dificuldade moderado, de aproximadamente 7,5 km. Os caminhos foram originalmente utilizados para transportar o queijo produzido no Rubião para Muriqui e Sahy, em mulas.
Como chegar: Saindo do bairro do Sahy, seguir por cerca de 2 km desde a Sede do parque. Saindo de Muriqui, pela BR-101, no distrito de Muriqui, a partir do Bar da Gaúcha.
Ribeirão das Lages
Esta área apresenta uma das características mais singulares do parque, um enorme lago artificial em que se pode realizar uma série de esportes náuticos tais como stand up paddle e caiaque. Às margens, localiza-se o complexo de ruínas de grande valor histórico-arqueológico cuja principal atração é a Ponte Bela.
O acesso é feito pela RJ-149, no município de Rio Claro, e por estrada de terra de condições precárias, com a presença dos vários sítios arqueológicos. Segundo informações do Instituto de Arqueologia Brasileira, a estrada tem ainda o traçado original da Estrada Imperial.
Ponte Bela
Esta famosa construção, abrigando verdadeiras relíquias do século XIX, fica no trajeto da antiga Estrada Imperial. Símbolo da riqueza dos antigos barões de café, a localidade, com o conjunto de sítios arqueológicos próximos, é definida como Área Histórico-Cultural.
O acesso no sentido Mangaratiba-Rio Claro é feito por trilha a partir da RJ-149, em frente à entrada da fazenda Rio da Prata, e segue acompanhando um braço do Ribeirão das Lajes até a Ponte Bela. Cerca de metade dos 6,5 km da trilha de acesso à Ponte Bela é na antiga Estrada Imperial.
Outros atrativos e trilhas
Entre outros atrativos estão o Pico do Sinfrônio, com 1,5 mil metros de altura, em Angra dos Reis; o Pico das Três Orelhas, com 1,1 mil metros, acessado a partir de Lídice, a Pedra da Conquista e os Caminhos das Águas do Vale do Sahy, com 2,2 quilômetros de extensão, que percorre vários poços.
Também existem diversas trilhas e travessias como a Travessia Lídice x Angra dos Reis (43km), que segue a linha do trem da antiga ferrovia que ligava os municípios; a Trilha da Cachoeira do Espelho (3km); Trilha do Pico do Papagaio (3,3km); Trilha da Pedra Chata (3,4km); e a Trilha das Três Orelhas (8,6km).
Aspectos naturais
Abrangendo parte de Mangaratiba, Angra dos Reis, Rio Claro e Itaguaí, o parque protege importantes áreas de mananciais, como, por exemplo, as nascentes da microbacia do Rio das Pedras, em Rio Claro. Estas nascentes drenam para o Rio Piraí, responsável por até 15% da água disponibilizada no Sistema Guandu, que abastece a Região Metropolitana do Rio. A preservação de remanescentes da Mata Atlântica também permite a formação de corredor ecológico entre os maciços da Bocaina do Tinguá, contribuindo para a preservação de espécies nativas da fauna e flora.
Hidrologia
A unidade de conservação está inserida nas regiões hidrográficas da Baía da Ilha Grande e do Guandu. Na primeira, predominam serras escarpadas, correspondentes à Serra do Mar, avançando bastante ao mar, com o curso superior dos rios geralmente bem íngremes e encaixados, uma característica peculiar. Apresenta alterações significativas entre os cursos superior e inferior, favorecendo a formação de quedas-d’água e cachoeiras.
A parte Guandu tem dois conjuntos fisiográficos principais: o domínio serrano, com as serras escarpadas da vertente oceânica da Serra do Mar e maciços costeiros, e o domínio de baixada, de extensas planícies fluviais e fluviomarinhas. Também ocorrem colinas residuais de transição da parte serrana e de baixada, tal como nas serras escarpadas, favorecendo a formação das quedas-d’água.
Relevo e clima
Clima
Predomina o clima tropical subquente úmido e subúmido. Há influência marítima sobre a amplitude térmica diária. O período mais chuvoso na região é o verão, seguido pela primavera, outono e inverno. Com relação à temperatura, a diferença da média anual entre as vertentes sul e norte é influenciada pelo relevo, com a tendência de que ocorra a diminuição da temperatura conforme aumenta a altitude. Além disso, a proximidade com o mar torna a amplitude térmica menor na vertente sul. Aí, a temperatura média anual é de 23,2°C, três graus acima do que na vertente norte, que tem média anual de 20,9°C. Os índices de umidade relativa média anual variam, na vertente sul, entre 75% e 82% durante todo o ano e, na vertente norte, entre 82% e 86%.
Relevo e geologia
O parque se configura pelo relevo escarpado da Serra do Mar, bastante recortado, com formação de baías e enseadas que adentram o oceano. Grande parte de seu território encontra-se nas áreas de maior altitude. Nessas, predominam as serras acima de 400 m, a presença de serras isoladas e serras locais de transição, com variação de altitude entre 200-400 m.
De maneira geral predominam declividades entre 15º e 30º, ocupando mais de 52% de sua área total.
Fauna e flora
Fauna
Dentro dos limites do parque está abrigada uma grande parte da diversidade biológica regional, com espécies de interesse científico e em risco de extinção. Destacam-se o macaco muriqui (Brachyteles arachnoides), a jaguatirica (Leopardus pardalis), a onça-parda (Puma concolor) e a paca (Cuniculus paca), que estão presentes na lista de espécies da fauna ameaçada de extinção. Com relação à avifauna, há uma notável diversidade de espécies, tais como a jacutinga (Aburria jacutinga), o gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus) e o papa-moscas-estrela (Hemitriccus furcatus).
Flora
O parque protege importante remanescente de vegetação. A floresta atlântica montana, típica do bioma Mata Atlântica, se apresenta na forma de floresta ombrófila densa, em seus respectivos gradientes de submontana a altomontana, e a floresta estacional semidecidual submontana e montana, que, como essas denominações já sugerem, distinguem-se principalmente pela altitude do relevo onde se encontram.
Na vegetação voltada para o litoral é comum encontrar uma grande variedade de espécies arbóreas de diferentes grupos. À medida que atinge altitudes mais elevadas, a floresta aumenta e fica mais complexa. O relevo forte e íngreme e de acesso difícil contribuiu para a preservação. Espécies típicas das áreas em estágio avançado da Mata Atlântica são os cedros (Cedrela odorata, Cedrela fissilis), os angicos (Piptadenia sp.), a canela-branca (Cryptocaria moschata), a canela-preta (Nectandra mollis), o jatobá (Hymenaea coubaril), a peroba (Aspidosperma sp.), a paineira (Chorisia speciosa), a candeia (Plathymeniafoliolosa), o pau-de-tucano (Vochysia tucanorum), o jequitibá (Cariniana estrellensis), o maçaranduba (Persea pyrifolia), entre muitas outras. Também são encontradas bromélias e orquídeas, muito comuns e de variadas espécies.
Problemas e ameaças
A área guarda importantes espécimes da flora e da fauna ameaçadas de extinção e endêmicos: como macaco muriqui e diversas espécies de orquídeas e bromélias, por exemplo.
Fontes
http://www.itpa.org.br/?page_id=476
http://www.dapweb.org/inea/pec.php
http://geproinearj.blogspot.com.br/p/parques-estaduais-do-rio-de-janeiro.html