Estação Ecológica de Angatuba

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A Estação Ecológica de Angatuba foi criada em 1985 e possui 1.394 hectares de extensão. O seu território abriga uma zona de encontro entre o Cerrado e a Mata Atlântica, com rica diversidade. Já foram registradas mais de 257 espécies de vegetais na unidade de conservação.

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Estação Ecológica de Angatuba
Esfera Administrativa: Estadual
Estado: Sao Paulo
Município: Angatuba, Guareí
Categoria: Estação Ecológica
Bioma: Cerrado
Área: 1.394,15 hectares
Diploma legal de criação: Decreto Estadual n° 23.790, de 13 de agosto de 1985.
Coordenação regional / Vinculação: Instituto Florestal de São Paulo
Contatos: Gestora: Bárbara H. S. Prado

Endereço: Rodovia SP-268, km 06. Estrada Vicinal João Ciriaco Ramos. Bairro da Conquista CEP: 18200-000 Caixa Postal: 143

Telefone: (15) 3271-3866

E-mail: dfee@if.sp.gov.br // barbara@if.sp.gov.br

Localização

Situa-se na região sudoeste de Estado, na região administrativa de Sorocaba e na região de governo de Itapetininga. Está a 230 km da capital, 120 km de Sorocaba e 57 km de Itapetininga.

Como chegar

A EEcA tem acesso pela Rodovia Raposo Tavares (SP 270). Deixando a Rodovia, no acesso para a cidade de Angatuba, atravessa o centro urbano e segue para a Unidade na direção para Itatinga, em estrada pavimentada – 5 km e depois mais 8 km em estrada não pavimentada.

O outro acesso se dá pela Rodovia Castelo Branco até o município de Guareí, seguindo em direção a Angatuba em estrada não pavimentada por 17 km até a sede da EEcA.

Ingressos

Visitas mediante agendamento prévio

Onde ficar

Objetivos específicos da unidade

Proteger e conservar a biodiversidade existente, assim como os recursos genéticos que dispõe, garantindo a sua integralidade; Desenvolver a pesquisa científica voltada aos métodos de controle e de supressão do Pinus nas áreas nas quais esteja estabelecido ou que apresentem condições favoráveis para germinação de suas sementes; Desenvolver a pesquisa visando subsidiar o monitoramento e a prevenção da ocorrência de espécies potencialmente invasoras que ameacem ecossistemas, habitats ou espécies nativas; Proteger e conservar as populações ameaçadas, em especial de Leontophitecus chrysopygus existentes na UC e na sua área de amortecimento; Proporcionar condições para o desenvolvimento de pesquisas científicas, nas diferentes áreas do conhecimento, de acordo com as prioridades previstas no Plano de Manejo; Propiciar a pesquisa sobre coexistência das áreas naturais da Estação Ecológica de Angatuba e das áreas de reflorestamento da Floresta Estadual de Angatuba, visando o estudo da sustentabilidade e produtividade como um sistema integrado (Floresta de Produção e Unidade de Conservação); Resguardar a qualidade e quantidade das águas, como forma de proporcionar a manutenção da vida aquática e outras relacionadas, dispondo do recurso hídrico como um serviço ambiental oferecido pela Estação Ecológica de Angatuba; Promover a educação ambiental, através de meios adequados para atender o público receptivo, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo; Proporcionar a formação de corredores ecológicos em áreas naturais contíguas a EEcA, visando a melhor conservação da biota; Promover ações de integração com o entorno imediato, assim como, com as lideranças dos municípios integrantes, visando a conservação da Estação Ecológica de Angatuba.

Histórico

A Estação Ecológica leva o nome de um dos municípios no qual está inserida, no caso, Angatuba. A palavra é proveniente do substantivo tupi-guarani Angá com o advérbio tupi Tuba. Quer em guarani como em tupi, o substantivo Angá significa alma, espírito. O sufixo Tuba, indica abundância. Desta junção, temos a palavra Angatuba, cujo significado pode ser traduzido como "morada dos espíritos". (LISBOA, 2001).

A localidade onde se encontra Estação Ecológica de Angatuba era uma antiga fazenda particular pertencente a família Vieira de Moraes. Pode-se observar que historicamente o uso da terra da área correspondente a Estação Ecológica de Angatuba foi de forte intensidade, em extensa área, em período de longa duração, com alta incidência de fatores geradores de impactos ao meio, ou seja: superpastoreio do gado criado de forma extensiva em pastagem de relativa abundancia na estação chuvosa, mas escassa no inverno, levando o gado saciar a fome pisoteando mata ciliares ou não, banida ano após anos por este tipo de pecuária incipiente e pelo uso cíclico do fogo como aliado que era, para forçar a renovação das pastagens no início da primavera.

A Unidade de Conservação foi criada em 1985. Atualmente a Estação Ecológica de Angatuba compreende uma área de 1.394,15 hectares, com a “finalidade de assegurar a integridade dos ecossistemas ali existentes e de proteger sua flora e fauna, bem como sua utilização para objetivos educacionais e científicos”.

Atrações

Cachoeiras; Lagos, lagoas e rios; mirante; caminhada, trekking; observação da fauna e flora silvestre.

[O Ministério da Saúde recomenda a vacina da febre amarela aos visitantes que forem para a região]

Aspectos naturais

A Estação Ecológica de Angatuba está em uma zona de transição entre o bioma Cerrado e Mata Atlântica, apresentando ecossistemas de Floresta Estacional Semidecidual. Tipos fisionômicos: cerradão, cerrado stricto sensu, campo úmido, floresta paludícola, ecótono Cerrado / Floresta Estacional Semidecidual.

A região da Estação Ecológica está inserida na bacia hidrográfica do Alto Paranapanema.

Originalmente a Bacia do Alto Paranapanema apresentava uma das biotas mais ricas do Estado de São Paulo, por ser uma zona de contato entre quatro diferentes formações fitofisionômicas: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e Savana. Infelizmente, o padrão estadual de devastação se reflete na bacia, restando apenas 15% da vegetação nativa. Nessas porcentagens estão inclusas áreas com vegetação em diferentes estágios de regeneração, assim, refinando a análise, restam na bacia, por exemplo, apenas 1% de Floresta Estacional Semidecidual em estágio avançado e 0,3% de Savana.

Desta vegetação remanescente, 80 % são fragmentos menores que 20 hectares inviabilizando a persistência à longo prazo de muitas espécies da fauna, principalmente, médios e grandes mamíferos. Neste cenário, a Estação Ecológica de Angatuba, com 1.394,15 ha, torna-se um importante remanescente florestal para a viabilidade das populações da fauna da região do Alto Paranapanema, tanto que recentemente a região da Estação Ecológica de Angatuba foi incluída entre as seis principais áreas prioritárias para conservação na região do Alto Paranapanema.

Relevo e clima

Relevo dominado por colinas médias, com altitudes entre 620 e 750 metros.

Solo: Latossol vermelho amarelo, hidromórfico e litossolo.

Clima quente de inverno seco. Temperatura média anual em torno de 19°C, com máximas em janeiro entre 26°C e 30°C e mínimas em julho entre 8°C e 10°C.

Fauna e flora

Flora: Vegetação remanescente de floresta estacional semidecidual em diversos estágios de sucessão, onde se destacam representantes das famílias Myrtaceae, Fabaceae, Lauraceae, Euphorbiaceae, Rutaceae, Rubiaceae, Mimosaceae e Caesalpinaceae. Ao todo, já foram catalogadas na área 257 espécies vegetais. Entre elas, algumas espécies ameaçadas de extinção, como Clitoria densiflora e Gouania ulmifolia.


Fauna: Foram registradas um total de 26 espécies, pertencentes a 15 famílias de mamíferos de médio e grande porte na E.Ec. de Angatuba, sendo que nove destas constam na lista de fauna ameaçada do Estado de São Paulo, sete na lista nacional, três são consideradas como ameaçadas pela lista da IUCN e uma espécie é considerada exótica. A ordem Carnivora, representada por quatro famílias (Canidae, Procyonidae, Mustelidae e Felidae), foi a que apresentou maior número de espécies (N = 10), seguida pelos Xenartrhos (tamanduás e tatus) com quatro espécies. As demais ordens foram representadas por no máximo duas espécies, com destaque para o único representante da ordem dos primatas com registro confirmado na região, o mico-leão-preto.

Endêmico do Estado de São Paulo, com distribuição geográfica restrita ao interflúvio Tietê-Paranapanema, o Leontopithecus chrysopygus é considerado Criticamente Ameaçado nas listas nacional e mundial.

Também foram registradas 188 espécies de aves na UC.

Problemas e ameaças

Invasão de espécie exótica, lançamento de esgoto doméstico e assoreamento no Rio Guareí, áreas degradadas, lixo, queimadas nos pastos do entorno, atropelamento da fauna, etc.

Fontes

http://iflorestal.sp.gov.br/areas-protegidas/estacoes-ecologicas/angatuba/

Plano de Manejo da Estação Ecológica de Angatuba

Relatório CNUC - Ministério do Meio Ambiente