Estação Ecológica do Jari
A Estação Ecológica do Jari é uma unidade de conservação de proteção integral localizada entre os estados do Amapá e do Pará, e ajuda a proteger uma área de 231 mil hectares dentro da Amazônia brasileira.
Estação Ecológica do Jari |
Esfera Administrativa: Federal |
Estado: Amapa |
Município: Laranjal do Jari (AP), Almeirim (PA) |
Categoria: Estação Ecológica |
Bioma: Amazônia |
Área: 231.078,9900 hectares |
Diploma legal de criação: Decreto Federal nº 87.092, de 12 de abril de 1982 (criação) / Decreto Federal nº 89.440, de 13 de março de 1984 (ampliação) |
Coordenação regional / Vinculação: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) - CR4 – Belém |
Contatos: Base Administrativa ESEC JARI, Rua 80, nº 109, Bairro Staff, Monte Dourado-Pará, CEP 68240-000
E-mail: esec.jari@icmbio.gov.br // jose.costa@icmbio.gov.br Telefone: (93) 3735-1983 |
Índice
Localização
Como chegar
Ingressos
Onde ficar
Objetivos específicos da unidade
Preservação dos ecossistemas e a realização de pesquisas científicas e atividades de educação ambiental.
Histórico
A Estação Ecológica do Jarí foi criada pelo Decreto Federal nº 87.092 de 12 de abril de 1982 tendo sua área ampliada pelo Decreto Federal nº 89.440, de 13 de março de 1984. Sua sede está localizada a 80 km ao norte do distrito de Monte Dourado (PA), com acesso por estrada de terra. A unidade ocupa uma área de 227.126 ha, numa faixa que se limita com a RDS Iratapuru (estadual) a leste, englobando um trecho do rio Jari, até o rio Paru a oeste, dois afluentes da margem esquerda do rio Amazonas. A infra-estrutura disponível na sede da unidade é composta por um alojamento de seis quartos, trinta beliches, seis banheiros, um laboratório (a ser montado) e uma sala de aula com vinte e cinco carteiras, refeitório, cozinha além de duas residências funcionais, toda estrutura em alvanaria. A energia é fornecida por um grupo gerador, mas há interesse na implantação de placas fotovoltaicas, diminuindo a poluição causada pela queima de diesel e otimizando o uso os recursos da UC. Há grande acessibilidade à diversas áreas da UC, através de trilhas, o que possibilita o desenvolvimento de pesquisas científicas e visitação com objetivos educacionais. O acesso à algumas regiões via fluvial pode ser complicado durante a estação seca, pois os trechos dos rios Jari e Paru que integram a UC apresentam corredeiras, cachoeiras e ilhas, dificultando o deslocamento. A área da UC encontra-se em excelente estado de preservação de seus atributos naturais e possui a questão fundiária totalmente regularizada, com o domínio pleno de suas terras. As alterações verificadas concernem mudanças na paisagem causadas por dois antigos garimpos, e vestígios de utilização da área por extrativistas, e construção da estrada principal da unidade. Existem pequenas ocupações humanas ao longo das margens do rio Jarí no trecho que integra a unidade e em sua área circundante com alterações da paisagem devido a atividades agrícolas de pequeno porte, roças, e instalação de casas. A ocupação mais preocupante refere-se ao porto de passagem da cachoeira do Itacará (rio Jarí), dentro da área da unidade, que permite o transbordo de materiais necessários á logística fluvial para o desenvolvimento de atividades garimpeiras (ouro) que ocorrem ilegalmente dentro da área circundante da unidade. Estas atividades constituem atualmente a maior ameaça á integridade da unidade afetando diretamente a qualidade de seu manancial hídrico, além de desestabilizar as populações da fauna local, principalmente mamíferos, pelo efeito da caça intensiva praticada nesses núcleos. Com exceção da face sul da Unidade, com elevado grau de antropização pelo Projeto Jarí, e determinadas áreas ao norte, dominadas por garimpos, as regiões limítrofes da Unidade encontram-se em excelente estado de conservação, contendo inclusive outras UCs como a RDS Iratapuru (NE) e mais recentemente a FLOTA do Paru, criada em 2007 pelo estado do Pará (N) e (E) . O clima é quente e úmido, com pequenas variações, e elevada média pluviométrica anual, com destaque para os meses do inverno local (janeiro a julho); a hidrografia da região é composta basicamente pelos rios Jari e Paru, com uma vasta rede de pequenos rios e igarapés que neles desembocam, e que se constituem em verdadeiros marcos limítrofes da Esec Jari, como pode ser verificado em seu Decreto de criação. A flora e fauna encontradas são características das Florestas Tropicais Úmidas: Florestas Primárias de Terra Firme, Florestas Secundárias de Terra Firme, Vegetação associada aos afloramentos rochosos; Floresta de Igapó e Mata Ciliar, contendo espécies endêmicas, raras, vulneráveis e ameaçadas.
Atrações
Aspectos naturais
A área em estudo está inserida no contexto de duas bacias hidrográficas, a do Jari que drena a porção leste da área e a do Paru que drena a porção sudoeste. A rede de drenagem, a leste, é constituída principalmente pelo Rio Jari e seus tributários Rios Noucouru, Iratapina e Iratapuru, além do Igarapé Carecuruzinho e outros cursos d'água de menores captações. A sudoeste, os principais cursos d'água são Rio Paru e Igarapés Serra Azul e Carucaru. E, por fim, a noroeste, o principal curso d'água é o Rio Carecuru e seus tributários Igarapés do Limão e do Lago, além de outros com menores captações.
Relevo e clima
Fauna e flora
Floresta primária de terra firme - Os emergentes chegam aos 60 metros, como o Angelim vermelho (Dinizia excelsa, Mimosácea), Beró, Bombacácea, ou dominam aos 40-50 metros (Castanha do Pará, Bertolethia excelsa, Lecitidácea; Fava-coré, Mimosácea etc.). Palmeiras crescem na área, essencialmente a Bacabeira e a Paxiúba, grandes Arecáceas pouco freqüentes, como são também as do sub-bosque e do estrato descontínuo abaixo do dossel, essencialmente marajás, Bactris sp. Floresta secundária de terra firme - A regeneração natural oferece uma mata densa de numerosos troncos finos. Capoeira - Nem sempre fácil de separar da floresta secundária de terra firme, ela tem duas origens diferentes que podem se combinar. Origem natural; os afloramentos rochosos, possivelmente por ação química dos solos muito rasos acolhem na orla da mata uma vegetação baixa ou meio alta (15-20 metros) e a erosão ativa de certas zonas do paredão de pedra, expressa por queda de blocos ou até parte de falésio. Origem antrópica: zonas naturalmente mais abertas, os campos rupestres atraem mais o homem que desenvolve as suas atividades contra a maturação da sucessão vegetal (desmatamento, fogo, acampamento, capinagem, circulação de veículos e até aterrissagem forçadas). A sede da Estação é circundada de capoeira de vários estágios de desenvolvimentos. Campo rupestre - É raramente nu com liquens e algas, e geralmente coberto por vegetação que suporte a alternância de períodos secos e de alagamento de vários meses (Ciperáceas, Gramíneas, vários arbustos). Algumas manchas de capoeira altas (20 metros) são distribuídas dentro. Floresta de igapó - Em continuidade com a floresta de terra firme, existe uma floresta sazonalmente inundada e percorrida por braços de igarapé. É um hábitat muito linear, de pouca largura representada perto da sede pelo igapó do igarapé alto, dito da Santa. Uma pequena área é aberta (sem árvore), mas a maior parte é floresta com árvores de até 35 metros, tal como a Ucuúba-da-várzea. Como pelo resto da floresta é surpreendente a raridade das palmeiras. Mata de galeria - Da declividade geral das partes da Estação resulta a raridade da floresta de igapó e a quase continuidade linear de matas de galeria que acompanham os igarapés cortados de cachoeirinhas nomeados igarapé Água Preta e dito da Santa.
Protege espécies de fauna endêmicas como o Tucano-bico-preto, Tucano-pacova, Araçari-negra, Araçari-preto, Papa-formiga, Uirapuru-estrela, Saira-diamante, Saú- beija-flor.
Problemas e ameaças
Mineração, desmatamento e caça ilegal.
Fontes
http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-nacional-de-ucs/consulta-por-uc