Monumento Natural do Conjunto Espeleológico do Morro da Pedreira
<img width="256" alt="MONUMENTO NATURAL DO CONJUNTO ESPELEOLÓGICO DO MORRO DA PEDREIRA4" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/MONUMENTO_NATURAL_DO_CONJUNTO_ESPELEOL%C3%93GICO_DO_MORRO_DA_PEDREIRA4.jpg"> <img width="256" alt="MONUMENTO NATURAL DO CONJUNTO ESPELEOLÓGICO DO MORRO DA PEDREIRA3" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/db/MONUMENTO_NATURAL_DO_CONJUNTO_ESPELEOL%C3%93GICO_DO_MORRO_DA_PEDREIRA3.jpg"> <img width="256" alt="MONUMENTO NATURAL DO CONJUNTO ESPELEOLÓGICO DO MORRO DA PEDREIRA1" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/af/MONUMENTO_NATURAL_DO_CONJUNTO_ESPELEOL%C3%93GICO_DO_MORRO_DA_PEDREIRA1.jpg"> <img width="256" alt="MONUMENTO NATURAL DO CONJUNTO ESPELEOLÓGICO DO MORRO DA PEDREIRA2" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e5/MONUMENTO_NATURAL_DO_CONJUNTO_ESPELEOL%C3%93GICO_DO_MORRO_DA_PEDREIRA2.jpg">
O Monumento Natural do Conjunto Espeleológico do Morro da Pedreira tem por objetivo manter os ecossistemas naturais e estabelecer os parâmetros que devem presidir o uso da área, de modo a compatibilizá-lo com a finalidade precípua de preservar o conjunto de cavernas existentes.
Monumento Natural do Conjunto Espeleológico do Morro da Pedreira |
Esfera Administrativa: Federal |
Estado: Distrito Federal |
Município: Fercal - Zona Rural de Sobradinho |
Categoria: Monumento Natural |
Bioma: Cerrado |
Área: 90,706 hectares |
Diploma legal de criação: Decreto nº 31.758 em 07 junho de 2010. |
Coordenação regional / Vinculação: Instituto Brasília Ambiental - IBRAM |
Contatos: CONTATOS DO IBRAM
Administração Geral - 3214-5606 Coordenação de Fauna - 3214-5644 Educação AmbientaL - 3214-5659 Informações/autorizações sobre uso dos Parques - 3214-5642 Atendimento do Licenciamento Ambiental - 3214-5637/5613 Ouvidoria - 3214-5655 Recepção Ed. Sede do IBRAM - 3214-5682 |
Índice
Localização
O Monumento Nacional está localizado no município da Fercal, Zona Rural de Sobradinho – DF.
Como chegar
<img width="425" alt="MONUMENTO NATURAL DO CONJUNTO ESPELEOLÓGICO DO MORRO DA PEDREIRAmapa" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/30/MONUMENTO_NATURAL_DO_CONJUNTO_ESPELEOL%C3%93GICO_DO_MORRO_DA_PEDREIRAmapa.png">
Em direção a saída norte de Brasília, usa-se a BR 020, até o Posto Colorado, onde existe um acesso para a DR 150 que leva, em 14 km, até uma entrada a oeste para a DF 205, onde deve-se seguir por 17 km, avistando a Fercal e o Morro da Pedreira.
Ingressos
Não há cobrança de ingresso para a entrada no Morro da Pedreira. Atividades realizadas lá dentro (como o rapel) podem ter custos aos visitantes.
Onde ficar
Objetivos específicos da unidade
Este Monumento Natural tem como principal objetivo preservar os sítios presentes espeleológicos, paleontológicos e arqueológicos no local, sendo de grande importância científica e história. Por isso, também são objetivos incentivar a educação ambiental e as diversas formas de turismo que podem ser exercidas na área. Há também as atividades a serem executadas a partir do Plano de Manejo, que até a presente data não fora apresentado.
Histórico
O Morro da Pedreira (ou do Macaco, como é popularmente conhecido), já era visitado há cerca de 15 anos antes da criação da Unidade de Conservação, as principais atividades exercidas eram escaladas e espeleologia. Áreas ao redor do Morro foram ocupadas por empresas de mineração que demonstraram interesse em ocupar a área. A partir daí, começou a movimentação para a criação do Monumento Natural, que após os estudos necessários foi motivo de audiência pública em 2010, na região de Sobradinho. Em 07 junho de 2010 foi oficializada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODOF) como Unidade de Conservação na modalidade Monumento Natural pelo Decreto nº 31.758.
Atrações
O Monumento Natural do Conjunto Espeleológico do Morro da Pedreira possui 90,706 hectares e tem como objetivos preservar o Morro da Pedreira e seus sítios espeleológico, paleontológico e arqueológico; incentivar a pesquisa científica, a educação ambiental, a prática da escalada e o turismo ecológico; garantir a preservação e a proteção da fauna e da flora; proporcionar a manutenção das atividades rurais existentes, de acordo com seu Plano de Manejo, e condicionar as formas de ocupação da zona de amortecimento da unidade à conservação e recuperação ambiental.
O Monumento Natural possui um complexo com 13 cavernas, sendo este de suma importância para formação técnica e esportiva dos espeleólogos da região. Por suas feições e pela facilidade de acesso, é a mais importante, senão única, área do DF onde os espeleólogos podem aprimorar as técnicas verticais em condições ideais (ARENAS, 2010).
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Conjunto espeleológico do Morro da Pedreira é formado pela:
- Gruta A Primeira Delas
- Gruta Anos Dourados
- Gruta do Castelo
- Gruta do Tronco Caído
- Gruta Kipreste
- Gruta da Cortina Sagrada
- Abismo Fodifica
- Gruta Maracanãnzinho
- Gruta dos Caramujos
- Gruta da Naja
- Gruta do Parto
No morro estão as duas cavernas com maior desnível do DF, o abismo Cacafu ou Mondrugão, com aproximadamente 40 metros, e o abismo Fodifica, com 49 metros. Este último apresenta grandes lances e possibilita a aplicação de técnicas avançadas como passagem de fracionamentos, desvios e nós, passagens verticais confinadas, inúmeras opções na montagem de ancoragens, além de ser utilizado para treinamentos de espeleoresgate (ARENAS, 2010). Possui várias vias de escalada, dentre as quais a Libélula, com cerca de 18 metros, e a Corpos Ardentes, com cerca de 22 metros. Este local é importante para o aprendizado e aprimoramento das técnicas verticais /espeleoverticais.
Aspectos naturais
Com uma área total de 90,706 hectares, o Monumento Natural do Conjunto Espeleológico do Morro da Pedreira foi criado com o objetivo principal de preservar o afloramento calcário denominado Morro da Pedreira e seus sítios espeleológico, paleontológico e arqueológico, bem como sua área de proteção. O MNMP está inserido na Área de Proteção Ambiental de Cafuringa. Apresenta uma diversidade de paisagens e formações vegetacionais, abrigando inúmeras espécies animais, algumas endêmicas. Em seu limite territorial existem dezenas de grutas e abrigos já cadastrados junto ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (IBRAM, 2014). A área do Monumento Natural do Conjunto Espeleológico do Morro da Pedreira inclui grande parte da Zona de Preservação do Patrimônio Natural – ZPPN, do Zoneamento Ambiental da Área de Proteção Ambiental de Cafuringa.
O Morro da Pedreira está localizado na Bacia do Rio Maranhão e reúne variados exemplares de biomas - mata seca, campo sujo e cerrado. Além de suas potencialidades turísticas, em virtude das grutas e cavernas existentes, o Morro é considerado ainda importante local para a realização de estudos espeleológicos bem como para a prática de escalada.
Um aspecto social importante da região é a história da família Neves da Silva. Na área da Unidade de Conservação reside a família de Valdemar Neves da Silva, que chegou ao Distrito Federal muito antes de Brasília ser construída. Com o sonho de prosperidade o goiano, pai de Valdemar Neves da Silva e fazendeiro de Ipameri, João Julião da Silva, cavalgou 260 km até demarcar a nova terra onde viveria, a 65 km de Brasília. Assentou-se debaixo de uma árvore da Fazenda Bom Sucesso, que havia comprado disse aos filhos: “Vai vir uma capital para cá. Eu não vou conhecer, não”. E fez um pedido: “Não vendam isso aqui, não. Essa terra ainda vai valer muito dinheiro”. Com 11 filhos, apenas 1 filho permaneceu e fora e ele a irmã os demais venderam suas frações para políticos e empresários de Brasília. O que o pai não sabia era que em uma ponta da fazenda havia uma formação calcária cobiçada por fábricas de cimento, apreciada por ambientalistas e procurada por praticantes de esportes radicais. O Morro da Pedreira fica a menos de 200 metros da sede da fazenda, na divisa com o Sítio do Mato. Quando os irmãos dividiram a fazenda entre si, Valdemar ficou com o cantinho que ninguém queria. Ergueu o boteco perto da pedreira e começou a nova vida. O boteco de palha onde ele vendia sal e cachaça, chapéu e querosene, funciona até hoje, agora em construção de adobe. Uma das prateleiras é inteiramente dedicada a destilados, cachaças, conhaques, raízes, amargosos em geral. O botequim do Valdemar é ponto de apoio para praticantes de esportes radicais, jipeiros e motociclistas que se aventuram pelo sobe e desce da topografia da região (Correio Braziliense, 2010).
Relevo e clima
O morro se encontra em uma Zona de Preservação do Patrimônio Natural (ZPPN). Conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) o Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. O Morro da Pedreira localiza-se em região de vales, onde predominam morrotes, serras, morros com escarpas acentuadas delimitando vales profundos (Pinto, 1990). O morro da pedreira está à margem direita do ribeirão de mesmo nome, um tributário do rio Maranhão. O carste (http://pt.wikipedia.org/wiki/Carste) no DF está em sua maior parte associado aos terrenos de planície do alto curso do rio Maranhão e seus tributários. O Morro da Pedreira localiza-se em região de vales, onde predominam morrotes, serras, morros com escarpas acentuadas delimitando vales profundos (Pinto, 1990). O morro da pedreira está à margem direita do ribeirão de mesmo nome, um tributário do rio Maranhão.
A Região Administrativa de Sobradinho - RA-V, onde a Unidade de Conservação está localizada, apresenta um clima tropical, onde há muito mais pluviosidade no verão que no inverno. O clima é classificado como Aw de acordo com a Köppen e Geiger, sendo sua temperatura média anual de 21.2 °C e 1469 mm é o valor da pluviosidade média anual.
Fauna e flora
A fauna é silvestre, composta por invertebrados, aves, insetos e mamíferos. Espécies ameaçadas como: lobo guará (Chysocyon brachyurus) e gato-maracajá (Leopardus pardalis mitis). A flora é muito rica e composta por espécies de porte arbóreo, arbustivas e herbáceas, além de espécies endêmicas. Suas principais espécies arbóreas são: copaíba, quaresmeira, crótons, samambaiaçus, pau-pombo, aroeira, babaçu e macaúba. Além de gramíneas diversas, bromélias, cactos e inúmeras espécies de orquídeas. Ainda conta com espécies típicas como: murici, ipês e pau terra.
Problemas e ameaças
De acordo com um Boletim Eletrônico da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) publicado em 2010, o morro estava sendo ameaçado por uma empresa de mineração que começou a realizar levantamentos na região para uma possível expansão de sua área de lavra, com a promulgação do decreto 6.640 de 2008, que no Art. 5ºA, permite a construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades consideradas efetivas ou potencialmente poluidores ou degradadores de cavidades naturais subterrâneas, dependendo estes de prévio licenciamento pelo órgão ambiental competente. E o histórico de exploração da área reforça ainda mais essas ameaças, já que na década de 1990, uma parte do local foi implodido para fins de mineração não trazendo qualquer benefício para a população local. Além disso, ao redor da Unidade de Conservação existem propriedades rurais que com o uso da terra podem acabar provocando impactos no local, isso coloca em questionamento o tamanho da zona que proíbe o desmatamento a fins de conservar e recuperar a área ao entorno do Morro da Pedreira, que de acordo com o decreto de instauração da Unidade de Conservação, deve ser na faixa de 250 m no entorno da projeção horizontal de proteção das cavernas.
Fontes
ARENAS, P. Morro da Pedreira deve virar monumento natural. Boletim Eletrônico da Sociedade Brasileira de Espeleologia. Ano 5 - nº 153 - 01/04/2010. Disponível em: SBE
AVENTURAS NO PLANALTO CENTRAL, Disponível em: Aventuras no Planalto Central
Correio Braziliense. Bravos Candangos. Ago 2010. Disponível em: Correio Braziliense
IBRAM. Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Guia de Unidades de Conservação do Distrito Federal. Brasília, DF: IBRAM, 2014. 33 p. Disponível em: IBRAM - DF
Tribunal de Contas do DF, decreto 31.758, acesso em 25 Nov 2018, disponível em Tribunal de Contas
Planalto, decreto 6.640, acesso em 25 Nov 2018, disponível em Planalto