Parque Nacional das Sempre Vivas faz preparativos para trilha de longo curso


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Trecho da travessia passa pelos campos floridos de sempre-vivas, marca registrada do parque. Foto: Bruno Vinícius

O Parque Nacional das Sempre Vivas (MG) realizou na última semana, uma atividade para tirar do papel um futuro atrativo: uma trilha de longo curso.  Essa não é a primeira ação de implementação da travessia, mas as anteriores percorreram trechos separadamente. Desta vez, foram percorridos todos os 55 quilômetros. O grupo partiu no sábado (22), de Inhaí, distrito de Diamantina, e chegou na terça-feira (25), em Curimataí, distrito de Buenópolis, após completar os quatro dias de caminhada previstos. No caminho, a equipe identificou as áreas que precisam de intervenção, os pontos adequados para camping, e as necessidades de estruturas de apoio nos locais de pernoite e ao longo da trilha. Além disso, foi feita a sinalização provisória do percurso, que atualmente é utilizado apenas por moradores do entorno.

A atividade fez parte do plano de ação do Conselho Consultivo do Parque Nacional das Sempre Vivas (CONVIVAS), onde há um Grupo de Trabalho dedicado à consolidação do uso público na unidade. No grupo, composto por sete pessoas, estavam conselheiros do parque, além de um operador de ecoturismo da região e voluntários. A atividade contou ainda com o apoio dos brigadistas da unidade.

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O grupo que realizou a ação para implementação da travessia no Parna Sempre Vivas. Foto: Cláudio Machado.

O parque nacional está localizado na Serra do Espinhaço, um divisor de bacias hidrográficas e a travessia irá permitir ao caminhante sair da paisagem do Cerrado, cercado de cachoeiras, na bacia do Rio Jequitinhonha; subir às alturas da Serra; passar pelos campos floridos de sempre-vivas característicos da unidade, por campos rupestres e nascentes; e descer no sertão, em plena bacia do São Francisco. Na parte final do percurso, além de mirantes que revelam a beleza cênica da imensidão mineira, também estão atrativos culturais, como a calçada do Mocó e o Curral de Pedras, construção tombada e reconhecida como patrimônio histórico.

O traçado da trilha já existe, mas não há ainda uma sinalização adequada para atividade de trekking. De acordo com o analista ambiental do parque, Bruno Vinícius Souza, que acompanhou a atividade, o objetivo da ação foi “dar continuidade ao processo de implementação de uma trilha de longo curso, mas também foi feito um levantamento do potencial para prática de outros esportes de natureza, sobretudo escalada e bicicleta”.

Entre as próximas ações previstas estão uma apresentação do projeto para as comunidades de Inhaí e Curimataí, os possíveis portais de entrada e saída da travessia; e a realização de oficinas para implementar a sinalização da trilha com envolvimento de moradores e voluntários. Os interessados em ajudar, com parcerias ou através da mão-de-obra voluntária, podem entrar em contato com o parque por e-mail: [email protected]

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Em meio ao horizonte formado por um conjunto de serras, destaca-se a Serra do Galho. Foto: Bruno Vinícius

Projeto de travessia no Mosaico do Espinhaço

O Parque Nacional das Sempre Vivas é uma das unidades de conservação que integram o Mosaico do Espinhaço: Alto Jequitinhonha – Serra do Cabral, que abrange uma área de mais de 900 mil hectares. Entre as pautas e projetos discutidos conjuntamente pelas UCs do mosaico está a implementação de uma longa travessia que interligue as unidades. Além do Sempre Vivas, o grupo é formado por quatro parques estaduais mineiros, três Áreas de Proteção Ambiental (APA) e uma Estação Ecológica.

Travessia pela Serra do Espinhaço
Trecho da travessia, que cruza as paisagens da Serra do Espinhaço. Foto: Bruno Vinícius

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