ICMBio mostra avanços no voluntariado


Sessão de abertura do I Seminário do Voluntariado do ICMBio. Foto: Martim Garcia/ICMBio
Sessão de abertura do I Seminário do Voluntariado do ICMBio. Foto: Martim Garcia/ICMBio

Em todo o mundo, aproximadamente, 1 bilhão de pessoas doa seu tempo e trabalho em prol de uma causa em que acredita. Seja na reestruturação de países em conflito, no auxílio a calamidades públicas ou em eventos esportivos de grande porte, como as Olimpíadas, sempre existe alguém empenhado em dar a sua contribuição de forma voluntária. Isso ocorre também no apoio às ações de proteção ao meio ambiente.

Nesse sentido, gestores, voluntários e parceiros participam até esta quinta-feira (20), em Brasília, do I Seminário de Voluntariado do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O evento tem o objetivo de discutir medidas de aprimoramento das ações voluntárias em benefício das unidades de conservação (UCs) federais.

A solenidade de abertura, na terça-feira (18), contou com a presença do ministro interino do Meio Ambiente, Marcelo Cruz; do presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski; do vice-presidente do Instituto Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Claudio Pádua; do especialista em políticas públicas do WWF, Michel Santos; da coordenadora do PNUD, Maristela Baioni; e de Alexandre Mancuso, da Usaid, agência dos EUA para o desenvolvimento internacional.

Ricardo Soavinski, presidente do ICMBio, e Marcelo Cruz, ministro interino do Meio Ambiente. Foto: Martim Garcia/ICMBio
Ricardo Soavinski, presidente do ICMBio, e Marcelo Cruz, ministro interino do Meio Ambiente. Foto: Martim Garcia/ICMBio

“Temos resultados extremamente positivos em tão pouco tempo. A gente pode e deve crescer ainda mais. Para isso temos de nos preparar, e é para isso que estamos aqui: para conhecer outras experiências, avaliar os nossos resultados e nos aprofundarmos mais”, disse o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski.

No evento de abertura, foram lançados o Guia do Gestor, que busca tirar dúvidas sobre como divulgar as vagas, selecionar e capacitar os candidatos a voluntários, e o Caderno do Voluntariado, que visa informar os interessados no programa sobre o que é e como funciona o Instituto. “O nosso propósito é que o voluntário entenda o que é o ICMBio, o que fazemos e, principalmente, a dimensão do que ele está se tornando”, disse a chefe da Divisão de Gestão Participativa e Educação Ambiental, Camilla Silva.

Houve ainda o lançamento da nova identidade visual do Programa de Voluntariado, que busca representar todos os biomas utilizando conceitos como apoio e sustentabilidade, e dos novos uniformes dos voluntários, como camisetas e coletes, finalizando com um vídeo de agradecimento. “Queremos que eles se sintam parte do ICMBio, integrantes da gestão das unidades de conservação”, afirmou o coordenador-geral de Gestão Socioambiental, Paulo Roberto Russo.

1.754 cadastrados em 133 UCs

Voluntários receberam materiais e uniformes novos no seminário. Foto: Martim Garcia/ICMBio
Voluntários receberam materiais e uniformes novos no seminário. Foto: Martim Garcia/ICMBio

O Programa de Voluntariado teve início no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com os agentes ambientais voluntários, voltados para a área de Proteção. Com criação do ICMBio, em 2007, a partir da divisão do Ibama, o programa ficou sob a responsabilidade da Coordenação Geral de Proteção do Instituto, passando, depois, para a Coordenação Geral de Gestão Socioambiental.

Em 2016, foi publicada a Instrução Normativa (IN 03/2016) que atualizou o programa e incluiu novos eixos temáticos. Hoje o voluntário pode atuar nas áreas de Proteção, Pesquisa e Monitoramento, Uso Público e Negócios, Gestão Socioambiental, Manejo para a Conservação, Consolidação Territorial, Produção e Uso Sustentável e até Administração e Comunicação Social.

Atualmente, o ICMBio conta com 1.754 voluntários cadastrados em 133 unidades organizacionais, somando aproximadamente 2.000 horas de trabalho. A maioria dos voluntários está na área de Pesquisa e Monitoramento (21%), seguidos por Uso Público e Negócios (19%), Gestão Socioambiental (18%) e Proteção (10,2%).

As UCs são responsáveis por definir e conduzir o processo seletivo bem como supervisionar a execução do plano de trabalho do voluntário. O Parque Nacional da Serra da Bocaina é uma das unidades que adotam o programa de voluntariado. A primeira experiência foi em 2013.

“Recrutamos inicialmente três voluntários. A experiência foi muito positiva e decidimos ampliar”, conta Maristela Resendes. Atualmente, são oferecidas anualmente dez vagas em ações de uso público em Trindade, município do litoral fluminense abrangido pelo parque. “Não que seja difícil, mas a parte burocrática é um pouco mais trabalhosa, tem que dedicar um pouco de tempo para formalizar o programa. Porém, uma vez feita, é mais fácil continuar”, conta.

Participação e engajamento

Participantes do seminário posam para foto. Foto: Martim Garcia/ICMBio
Participantes do seminário posam para foto. Foto: Martim Garcia/ICMBio

O ICMBio busca, desde sua fundação, há dez anos, superar o preconceito de que o brasileiro não gosta de ser voluntário. “Na verdade, o brasileiro quer ajudar, ele gosta de ajudar. Mas temos de criar condições para isso”, afirmou o vice-presidente do IPÊ, Cláudio Pádua.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 58% dos brasileiros têm interesse em ser voluntários, sendo que 43% preferem a área ambiental. Para se ter uma ideia, o Brasil ocupa a quarta posição no número de pessoas que se dispõem a fazer serviço voluntário na plataforma online das Nações Unidas.

O Programa de Voluntariado do ICMBio viabiliza maior participação das pessoas e engajamento da sociedade na causa ambiental. “O voluntariado não só funciona como uma ferramenta de engajamento social às UCs, mas também como porta de entrada do jovem ao mercado de trabalho”, exemplificou o especialista em políticas públicas do WWF, Michel Santos.

Formado em Turismo e cursando Biologia, Rafael Teixeira conta que aproveitou o voluntariado em três unidades de conservação (Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Nacional do Aparados da Serra e Serra Geral e Parque Nacional da Serra do Cipó) para enriquecer sua experiência profissional. “Tive oportunidade de conhecer mais sobre o uso público, conservação de trilhas e dos parques em geral, e agora, cursando Biologia, estou tendo contato com o monitoramento da biodiversidade, pois pretendo, em breve, me inserir na área”, afirmou ele.

 

*Matéria publicada originalmente no Portal ICMBio em 19 de julho de 2017

 

 

 

Post navigation

Anterior

Próximo