A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) debate nesta quinta-feira (08/06), a possibilidade de reconhecimento do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG) como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A audiência pública, iniciada às 14h00, acontece em Januária, um dos três municípios mineiros que abrigam os limites do parque.
Segundo o presidente da comissão, deputado Paulo Guedes (PT), a expectativa é de que o selo da Unesco fortaleça o potencial do turismo ecológico do estado. A unidade de conservação é bem mais conhecida por pesquisadores que entre turistas, que não a visitam muito. Isto, apesar recentes das obras que incrementaram a infraestrutura, com trilhas, sinalização e centro de visitantes. “Esse reconhecimento vai projetar a região no cenário turístico mundial, promovendo o desenvolvimento dos municípios em inúmeros aspectos”, comenta.
O slogan da campanha é Peruaçu Patrimônio da Humanidade – Eu apoio!. A ideia é realizar várias ações de divulgação com o objetivo de dar visibilidade à candidatura. O logotipo da campanha traz um triângulo estilizado representando o Estado de Minas Gerais, desenhos de pinturas rupestres e a frase “Sou do Mundo. Estou em Minas Gerais”, em alusão à música “Para Lennon e McCartney”, de Milton Nascimento.
O ambientalista Leonardo Giunco, integrante da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) e coordenador da Campanha Pró-Peruaçu, lembra que a mobilização em prol do reconhecimento do Parque Nacional envolve, além das prefeituras da região, mais de 50 instituições ligadas ao meio ambiente e órgãos públicos estaduais e federais. A unidade de conservação está há quase 20 anos inscrita na lista da Unesco para concorrer ao selo de reconhecimento como patrimônio da humanidade. Esta força-tarefa foi montada para cobrar uma ação do governo federal, uma vez que a candidatura oficial depende de sua apresentação.
O complexo do Peruaçu, segundo o ambientalista, se encaixa em quatro critérios estabelecidos pela Unesco para a candidatura: beleza natural; sítios arqueológicos que guardam marcas de mudanças sofridas pelo planeta; pinturas rupestres nas cavernas que mostram evidências de como era a vida em períodos da pré-história da humanidade; e habitat de espécies da fauna ameaçadas de extinção. Além disso, reforça a candidatura o fato do estado já possuir outros selos de reconhecimento de “Patrimônio Cultural da Humanidade”: os acervos históricos de Ouro Preto, Diamantina e de Congonhas e o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, projetado por Oscar Nimeyer.
Entre os convidados da reunião estão representantes dos Ministérios do Turismo e do Meio Ambiente, das Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de Cultura e Extraordinária de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais; Ouvidoria-Geral do Estado; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ambientalistas e pesquisadores.
*Com informações da revista Estado de Minas e da ALMG