Na última semana, em comemoração ao Dia da Mata Atlântica (27/05), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) de Sergipe tornou pública a criação da Área de Relevante Interesse Ecológico Mata do Cipó (SE), que tem aproximadamente 60 hectares de Mata Atlântica. A solenidade ocorrida na quinta-feira (25) oficializou a unidade de conservação criada pelo decreto estadual nº 30.523, de 16 de fevereiro de 2017.
A Mata do Cipó é uma área de pequena, de 59,6755 hectares, e com pouca ou nenhuma ocupação humana. A nova unidade de conservação tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-la com os objetivos de conservação da natureza.
De acordo com o superintendente de Biodiversidade e Florestas da Semarh, Elísio Marinho, a região tem uma área de manancial muito rica, com diversas nascentes que compõe os rios que abastecem o município do entorno. “Além da biodiversidade, essa área estava carecendo de ser preservada devido à questão hídrica. É uma área relativamente pequena, onde será construído um viveiro florestal. Essa unidade já nasce com um diferencial: a comunidade é a parceira, porque ela sabe que, sem a mata, não haverá rio e não haverá água para consumo. Vamos ter um conselho gestor formado por três municípios (Siriri, Dores e Capela), pela comunidade e as usinas Campo Lindo e Taquari, que também fazem uso da água”, explicou o superintendente.
Os estudos para a criação da unidade de conservação foram iniciados em agosto de 2013. As pesquisas em campo foram realizadas por 15 pesquisadores, dentre os quais estavam zoólogos, botânicos, entomólogos, engenheiros florestais e ecólogos, integrantes do grupo da pesquisa da fauna e flora de Sergipe (Biose) e dos departamentos de Biologia e Ecologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O professor do departamento de Ecologia, Adalto Ribeiro, que desde o início participou dos estudos para a criação da unidade, disse que a efetivação da unidade se deve, sobretudo, ao diálogo com a comunidade, que abraçou o projeto. “O Estado ainda tem poucas áreas protegidas e ainda há espaços com potencial muito grande. É um embate que não deve ser tomado apenas de decisões políticas, mas também pela parte debaixo do sistema. Aqui deu certo, porque nós chamamos a comunidade para conversar, que se colocou interessada”.
*Com informações da Agência Sergipe de Notícias