APA Costa dos Corais se tornará sítio de pesquisas em Ecologia


Vista geral da APA em Alagoas. Foto: IMA
Vista geral da APA em Alagoas. Foto: IMA

A Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (AL) foi escolhida para abrigar um sítio do programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD). Nele pesquisadores, gestores e estudantes de graduação e pós-graduação de diversas áreas de conhecimento irão realizar estudos nos mais diversos campos da Ecologia. O programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração é concebido e financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico (CNPq) em conjunto com as fundações de apoio à pesquisa (FAPs).

Situada na costa nordestina, entre Pernambuco e Alagoas, a Área de Proteção Ambiental (APA) é a maior unidade de conservação federal marinha do Brasil. Ela abrange mais de 400 mil hectares (ha) de área e cerca de 120 km de praias, recifes de corais e manguezais. Por ser unidade de uso sustentável, ela busca harmonizar os objetivos de conservação ambiental e os usos direto (pesca) e indireto (turismo e pesquisa) dos recursos naturais. O projeto do sitio PELD propõe a criação de um sistema integrado de monitoramento a longo prazo dos processos ecológicos e sociais essenciais que ocorrem dentro do sistema sócio-ecológico na porção alagoana da unidade de conservação.

Os objetivos são monitorar e proteger a diversidade biológica e, particularmente, as populações de espécies ameaçadas de extinção; entender e minimizar as ameaças resultantes de atividades antrópicas (do homem), tais como a pesca irresponsável, o turismo desordenado, a degradação de manguezais, a poluição oriunda de fontes agrícolas e domésticas, e as relativas a mudanças climáticas globais; monitorar processos ecológicas e serviços ecossistêmicos (inclusive os serviços culturais); e fornecer conhecimento cientifico essencial para a que os gestores da APA e demais instâncias públicas e privadas de interesse possam implementar e justificar ações de gestão, visando ao uso produtivo e responsável do ambiente e seus recursos.

Pesquisadores realizarão vários estudos, entre eles, o de ecologia de peixes. Foto: Divulgação
Pesquisadores realizarão vários estudos, entre eles, o de ecologia de peixes. Foto: Divulgação

Para atingir esses objetivos, serão adotadas várias abordagens inovadoras como o uso de veículos aéreos não tripulados (drones) para monitorar populações de peixe-boi e tartarugas marinhas, sensores remotos para modelagem ecossistêmica, microchip para monitorar a qualidade das águas, técnicas de sequenciamento genômico de última geração e métodos de big data para coletar informações sobre os serviços culturais dos ecossistemas.

O programa PELD é a versão brasileira de um projeto internacional conhecido como LTER (do inglês Long Term Ecological Research Network). Criado em 1980 pela National Science Foundation nos Estados Unidos, o projeto realiza pesquisas sobre questões ecológicas que requerem décadas de observação e abrangem grandes áreas geográficas. Através de uma rede de 30 sítios espalhados pelo Brasil, o programa busca a geração de conhecimento qualificado sobre os ecossistemas brasileiros e sua biodiversidade.

Segundo o site do CNPq, os sítios PELD são áreas de referência para a pesquisa ecológica. Localizam-se nos mais diversos ecossistemas do país, incluindo áreas preservadas e não-preservadas, onde são desenvolvidos estudos dos mais diversos no tema da Ecologia, desde longas séries temporais de dados sobre os ecossistemas e suas biotas associadas, até pesquisas temáticas de menor duração. Os sítios PELD tem papel destacado na formação de recursos humanos especializados (nível de pós-graduação, principalmente), constituindo pólos de nucleação de grupos de pesquisa.

 

*Com informações da Comunicação ICMBio

 

 

 

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