Os guarda-parques do Parque Estadual do Rio Preto (MG) permanecem fiéis à sua unidade de conservação, mesmo com os problemas que ela e outras 10 unidades mineiras enfrentam. No início deste mês, por volta das 14h00 do dia 03/11, o Parque foi atingido por um incêndio florestal que exigiu a participação de 20 brigadistas e 7 policiais no apoio por helicóptero. O fogo foi debelado no dia seguinte, 04/11 às 18h00.
O fogo pegou a equipe de surpresa. Mesmo com o apoio do helicóptero, o fogo consumiu 185 hectares (ha) de floresta, sendo que 1 ha foi dentro da unidade de conservação. O chefe do Parque, Antônio Augusto Tonhão de Almeida, contou pela página do Facebook que “sem a presença da aeronave teria sido bem pior, devido a distancia das frentes do incêndio, topografia, acesso difícil, ventos fortes e grande acúmulo de combustível pois, havia 17 anos que não ocorria incêndio naquele local.”
“A ação dos funcionários mostra mais uma vez a dedicação que têm ao parque. Não recebem salário há três meses, mas não hesitaram em combater o fogo. São verdadeiros heróis, guardiões da água e da biodiversidade que os parques guardam a trancos e barrancos”, elogia Dalce Ricas, superintendente da Associação Mineira de Defesa do Ambiente.
Os funcionários do parque estadual e outras unidades de conservação do Estado estão com salários atrasados há três meses. Há, ainda, FGTS não recolhido e casos de férias vencidas que não foram pagas. Em audiência no Ministério Público do Trabalho, a Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) concordou em quitar os salários em atraso utilizando os créditos retidos que seriam transferidos para a empresa responsável pela contratação dos guarda-parques, a Cristal Serviços Especializados. A situação deve ser regularizada na próxima segunda-feira (14).