Pelos próximos dois anos, pesquisadores da ONG Projeto Dacnis conduzirão um projeto científico de levantamento da avifauna no Parque Estadual Serra do Mar (SP). O objetivo do estudo é colher informações para que seja traçado um plano de manejo para a região e, a partir deste plano, embasar a conservação e proteção das espécies ameaçadas ou endêmicas e de seus habitats.
Desenvolvido na Base Cambucá do Núcleo Picinguaba do Parque, em menos de dois meses, o trabalho de campo já registrou 134 espécies de aves. Segundo os pesquisadores, este resultado atesta a grande biodiversidade do local. Entre as espécies em destaque, foram encontrados a maria-pequena (Phylloscartes sylviolus), o anambezinho (Iodopleura pipra), o papa-moscas-estrela (Hemitriccus furcatus) e macuco (Tinamus solitarius), ave ameaçada de extinção. A ênfase do projeto na avifauna é explicada pelo fato das aves serem espécies bioindicadoras, ou seja, capazes de revelar a qualidade do ecossistema, os impactos sofridos e os caminhos para a recuperação do meio ambiente local. A pesquisa, no entanto, também se voltará para a observação de anfíbios, répteis e mamíferos.
Para Danilo Silva, gestor do Núcleo Picinguaba, a pesquisa é de extrema importância à gestão da Base Cambucá. “Esta área foi integrada ao domínio público há pouco tempo, e por isso não temos muito conhecimento sobre a fauna e suas interações ecológicas. Conhecer as espécies que ocorrem ali é fundamental para traçarmos estratégias de conservação para protegermos as espécies endêmicas e seu habitat. O apoio de especialistas como os pesquisadores do Projeto Dacnis contribui imensamente para a criação de políticas públicas de conservação. Quanto maior o registro de espécies ameaçadas ou endêmicas, mais condições teremos de preservar o bioma, acrescentando informações precisas na revisão do plano de manejo.”
O Projeto Dacnis tem como foco a defesa da Mata Atlântica e de sua fauna. Sesus projetos abrangem não só o estudo de espécies da mata, mas também as comunidades locais, aliando o conhecimento popular e a pesquisa científica.
*Com informações da Fundação Florestal