Com uma área de 1.6 milhão de hectares de paisagem marinha “nasceu”, no início deste mês, a maior área de proteção marinha da Malásia: o Parque Tun Mustapha. Localizada na ponta norte da província de Sabah, no Bornéu, a região contém a segunda maior concentração de recifes de coral do país, além de outros habitats importantes, como manguezais, leitos de ervas marinhas e produtivas áreas de pesca.
Dada a sua dimensão, foram necessários quase 13 anos de consultas, planejamento estratégico e negociação para que a área de proteção marinha saísse do papel. A complexidade do desenvolvimento de um plano de manejo foi outro fator: era fundamental satisfazer os interesses locais e comerciais de forma ecologicamente sustentável. A área também é lar de milhares de pessoas que dependem de seus recursos, o que exige que a proteção ambiental seja balanceada com as necessidades das crescentes populações costeiras.
Por esta razão, o Parque Tun Mustapha é pioneiro de uma abordagem de multi-uso com sistema de zoneamento: ao mesmo tempo que promove a conservação marinha, também atenderá as comunidades locais e o setor das pescas, que poderão pescar em zonas designadas, que eles próprios ajudaram a selecionar. A gestão desta enorme área de proteção marinha, para funcionar, dependerá do trabalho em conjunto de decisores políticos, comunidades locais, ONGs, negócios e cientistas.
O estabelecimento do parque impulsiona a conservação e biodiversidade de ambiente natural excepcionalmente rico: os ecossistemas ao norte de Sabah, são o lar de 250 espécies de corais-péteros e cerca de 360 espécies de peixes, bem como de espécies ameaçadas de tartarugas verdes e dugongos.
Tun Mustapha tem, ainda, um grande e inexplorado potencial para desenvolvimento do turismo de natureza. Além do turismo de mergulho, a região é repleta de lindas praias de areias brancas, belas ilhas e paisagens costeiras. Há também grande número de áreas de nidificação de tartarugas, que oferecem oportunidades de volunturismo (turismo para voluntariado) por meio de associações locais.
*Com informações do The Guardian