Pesquisa em defesa das dunas costeiras do Rio Grande do Sul


Dunas no Parque Estadual de Itapeva (RS). Foto: Parque Estadual de Itapeva/Facebook
Dunas no Parque Estadual de Itapeva (RS). Foto: Parque Estadual de Itapeva/Facebook

Um grupo de pesquisadores do Instituto Curicaca, com apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, fará um estudo inédito que buscará preservar 100km de extensão de dunas na costa do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Eles farão um levantamento para descobrir qual a real situação das unidades de conservação da região e das dunas que percorrem a costa gaúcha, e também identificarão as espécies de fauna e flora ameaçadas na área.

O estudo terá duração de 18 meses, a partir de março deste ano. Na primeira etapa, biólogos e agrônomos realizarão um levantamento da área com auxílio de imagens de satélite. Em seguida, as dez maiores dunas identificadas serão alvo de um estudo ainda mais aprofundado feito por terra. O coordenador técnico dos pesquisadores, o agrônomo Alexandre Krob, explica: “Ao contrário do que se imagina, as dunas não são apenas um monte de areia que se move com o vento. Há espécies de animais, como a lagartixa das dunas e o tuco-tuco, e de vegetações, como o butiá da praia, que só vivem nelas e estão ameaçadas. Fizemos este projeto, justamente, por causa destas ameaças.”

A iniciativa de preservar as últimas dunas costeiras do Estado atende ao principal temor dos pesquisadores, a expansão imobiliária na região que atinge áreas antes tomadas por dunas. Casas tem sido construídas cada vez mais próximas da área de preservação, que abriga sítios arqueológicos e sítios com cerâmica indígena pré-histórica. “A gente encontra loteamentos irregulares, estradas que acabam causando mineração de dunas. A expansão urbana é um problema que precisa ser combatido. Com a análise, faremos uma série de sugestões, tanto para os planos de manejo das unidades de conservação que a gente tá contemplando, como para as políticas estaduais para a conservação deste ecossistema”, justifica Alexandre.

Entre as unidades de conservação que farão parte da pesquisa está o Parque Estadual de Itapeva. Com 1 mil hectares, o parque preserva parte das espécies ameaçadas de extinção como o tuco-tuco, um roedor que vive em galerias subterrâneas escavadas por ele na areia. O trabalho dos pesquisadores poderá ajudar no direcionamento das ações dentro do parque, que enfrenta o problema de moradas irregulares dentro do espaço da unidade. 

*Com informações do Diário Gaúcho

 

 

 

 

Post navigation

Anterior

Próximo