Na sexta-feira (22/01), cerca de 54 aves silvestres foram apreendidas durante uma operação pela 3º Unidade de Policiamento Ambiental (UPAM) do Parque Estadual do Desengano. As operações de fiscalização são realizadas periodicamente e têm o objetivo de apreender pássaros silvestres em cativeiro sem a devida documentação. A ação da sexta-feira foi realizada nos municípios de Cantagalo, Itaperuna e Trajano de Mores.
Cartaz da campanha contra captura de pássaros silvestres / Clique para ampliar |
As constantes apreensões são rotina para a unidade de conservação e refletem, assim como a prática de soltar balões, um padrão cultural degradador que ainda persiste na população. “Fazemos ações permanentes de fiscalização e essas apreensões são fruto de investigação, patrulhamento e denúncias (principalmente pelo Disque Denúncia). Quase todos os dias diversas gaiolas, pássaros e apetrechos de caça são apreendidos por nossos policiais, que também muitas vezes conseguem prender o caçador em flagrante. Com isso tiramos muitas ararmas de circulação; descapitalizamos o caçador, que deve pagar uma fiança para ser liberado da delegacia, e ainda há constrangimento de ser conduzido por uma viatura da polícia.” conta Carlos Dário, gestor do Parque Estadual do Desengano.
A captura de animais, principalmente de aves, gera um enorme dano a floresta já que são todos disseminadores de sementes, um papel fundamental à sua sobrevivência e à manutenção da biodiversidade. O gestor continua: “Tentamos de inúmeras formas dar visibilidade a esse problema, quer seja com campanhas nas escolas do entorno, quer seja com um incremento da visitação. Ou com os eventos desenvolvidos pelo INEA, como o Vem Passarinhar, onde observadores de pássaros passam vários dias em diferentes unidades de conservação apenas fazendo registros fotográficos. Se não atuarmos dessa forma, fiscalizatória e educativa ao mesmo tempo, a tendência é a perda de biodiversidade da floresta e a redução (progressiva) dos fragmentos de florestas ainda resistentes.”
Todos as aves apreendidas foram levados para a Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos, onde serão avaliadas e tratadas. As ações da Operação Asfixia à Atividade de Caça continuam.