Situado na última fronteira de expansão da cidade do Rio de Janeiro, a direção do Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB) conta com parcerias para consolidar a visitação das trilhas existentes dentro da unidade de conservação.
A área protegida abrange 12,3 mil hectares e faz fronteira com 17 bairros cariocas. Com poucos recursos, uma das maiores áreas de floresta urbana do mundo conta com apenas 4 funcionários designados para gerir a visitação no local. Para driblar a dificuldade orçamentária, a direção da unidade conta com o apoio da sociedade civil.
Conheça um pouco mais sobre o Parque Estadual da Pedra Branca nesta entrevista realizada por Pedro Menezes, do WikiParques, com Andrei Veiga, atual chefe da unidade.
WikiParques: Andrei, você assumiu recentemente o Parque Estadual da Pedra Branca. Conte um pouco da sua experiência anterior.
Andrei Veiga: Estou como Gestor desde junho de 2015. Antes disso, estava como Gestor do Parque Estadual do Desengano, na região Noroeste do Estado. Ao todo, são cerca de 13 anos trabalhando no Inea/IEF-RJ. Comecei na Educação Ambiental do IEF-RJ em 2003, coordenando diversos projetos associados. Em 2007, fui para o Parque Estadual da Ilha Grande, como Coordenador da fiscalização. Em 2008, fiquei como Gestor interino da Reserva Biológica da Juatinga por um curto período, retornando ao PEIG em seguida. Ainda atuei na coordenação técnica, uso público, atendimento a processos, incêndios florestais, logística, entre outras. Hoje, continuo trabalhando como se fosse meu primeiro dia.
Você já chegou com uma pegada forte de uso público, com a implementação do Trecho Grumari-Grota Funda da Trilha Transcarioca e participação no segundo grande Mutirão da Trilha Transcarioca. Pode contar um pouco dessas experiências?
Trata-se de um dos objetivos do parque e a certeza de que o uso público, bem como a Transcarioca, como foram concebidas e estão sendo implantadas, tornam-se um forte instrumento de gestão, pois integram vários órgãos e seus respectivos entes federados, que compartilham os mesmos objetivos e executam diversas ações que trarão aos visitantes de UCs, turistas e moradores locais um novo horizonte com possibilidades de integrar as comunidades tradicionais em um contexto socioambiental e economia sustentável.
Como vem sendo implantada a Trilha Transcarioca no PEPB?
Está sendo feita de forma participativa entre os funcionários do parque e os demais parceiros que fazem parte de seu planejamento e implantação, considerando a trilha como o principal produto do Mosaico Carioca, porém, consultando as comunidades tradicionais do entorno do parque, grupos de guias, profissionais da área e demais atores envolvidos.
Quais os benefícios que a Trilha Transcarioca pode gerar para as comunidades do entorno do PEPB?
Geração de renda de forma sustentável, pois visa a um grupo de profissionais que poderão dar maior assistência aos visitantes por estarem no entorno do parque. Para tanto, será necessário a capacitação desses potenciais profissionais, bem como sua colaboração na preservação e conservação paisagística e ecossistêmica.
A adoção de trechos de trilhas de longo curso por ONGs, clubes e outros apoiadores é uma realidade internacional. Como esse processo está se dando na Trilha Transcarioca dentro do PEPB?
Estamos fechando algumas parcerias: O CEB – Clube de Excursionistas Brasileiro, estará adotando o trecho Camorim – Alto do Laranjeiras. O trecho Grumari – Grota Funda está sendo negociado. Ainda falta o contato de outros parceiros.
Quais suas perspectivas para o futuro da Trilha Transcarioca?
Acredito que será implantado com sucesso, mas precisamos nos esforçar para que esse sucesso seja permanente. Não podemos contar apenas com os funcionários dos respectivos órgãos, mas, também, com parcerias. É necessário mudar o conceito de visitação e atrativos, pois a Transcarioca não pode objetivar apenas a visitação turística (visitantes que procuram atrativos e lazer, utilizando a trilha apenas como via de acesso ao atrativo), mas, principalmente, visitantes que considerem a trilha como o grande atrativo.