Paraná busca ampliação de suas áreas de preservação


Na última quarta-feira (30), uma consulta pública realizada pelo Instituto Água e Terra (IAT) apresentou no Monumento Natural Estadual Salto São João um projeto que prevê ampliação da unidade de conservação (UC) em 13.5 hectares. Atualmente com uma área de 41,5 hectares, a ampliação chegaria a um total de 55 hectares. A proposta visa a proteção de remanescentes de vegetação existentes no entorno imediato da UC, aumentando as possibilidades de conservação e conectividade entre comunidades bióticas da região.

O estudo desenvolvido para ampliação da área de preservação foi apresentado com detalhes na consulta pública. O documento elenca a metodologia aplicada, aspectos da unidade de conservação, uso e ocupação do solo. Também traz problemas ambientais decorrentes, clima, geologia, geomorfologia, hidrografia, meio biológico, situação fundiária e justificativa técnica.

O diretor-presidente do IAT, Everton Souza, destaca que o diálogo e a aproximação com a sociedade tem sido uma prática constante em todas as linhas de ação do órgão ambiental. “Temos procurado o setor produtivo, as organizações não governamentais, o Ministério Público do Paraná, entre outros setores, para entender os problemas existentes e buscar solução conjunta”, disse ele.

Mais ampliação

IAT apresentou estudo para ampliação da área de preservação no Parque Estadual do Rio da Onça - Curitiba, 08/03/2022. Foto: Denis Ferreira Netto
IAT apresentou estudo para ampliação da área de preservação no Parque Estadual do Rio da Onça. Foto: Denis Ferreira Netto

O processo de consulta para ampliação do Monumento Natural Estadual Salto São João segue os mesmos moldes dos debates realizados para o Parque Estadual Rio da Onça no início do mês. Neste caso, a proposta elevou a preservação do local a uma área 14 vezes maior que a atual, passando de 118,5 para 1.659,7 hectares. O objetivo principal aqui seria a proteção de remanescentes de vegetação nativa existentes no entorno imediato do parque. A região abrangida se confronta com os limites de áreas de expansão urbana da cidade de Matinhos e balneários adjacentes.

O estudo apresentado na consulta pública mostrou as pressões que incidem sobre a área e que ameaçam a fauna e a flora inseridas no local. São elas a forte pressão imobiliária da região litorânea e a expansão urbana do município de Matinhos; o corte ilegal de palmito e outras espécies; a caça e a pesca predatória. Além disso, o depósito irregular de resíduos sólidos nas áreas urbanas resulta na contaminação dos rios que passam pelo Parque. Os efluentes urbanos também comprometem a qualidade dos ecossistemas, que naturalmente se interrelacionam com o regime hídrico da região.

“As Unidades de Conservação são essenciais para a preservação da biodiversidade, desempenhando esta função no contexto local, nacional e global, subsidiando outras políticas de apoio à conservação da biodiversidade, além de assegurar a integridade do patrimônio genético, preservando processos ecológicos fundamentais, promovendo a educação ambiental, estimulando a prática da cidadania e perpetuando belezas cênicas”, afirma o diretor de Políticas Ambientais da Sedest, Rafael Andreguetto.

Sobre o Monumento Natural Estadual Salto São João

Monumento Salto São João. Foto: Alessandro Vieira/Sedest
Monumento Natural Salto São João. Foto: Alessandro Vieira/Sedest

Localizado no município de Prudentópolis, na região Centro-Sul do Estado, o Monumento preserva sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. A cachoeira do Salto São João, por exemplo, é um dos locais públicos mais procurados do município, devido à facilidade de acesso. A formação de Floresta Ombrófila Mista Montana abriga importantes espécies da flora e da fauna locais, como a Araucaria angustifolia, árvore símbolo do Paraná.

O local também conta com trilha interpretativa com passarelas e pontes estruturadas em madeira. Além de um mirante onde é possível observar a a Cachoeira Salto São João, de cerca de 84 metros de altura. Ao longo da trilha existem espécies florestais nativas identificadas por placas, que proporcionam ao público a interpretação e construção autônoma de conhecimento sobre as espécies vegetais, como forma de educação ambiental.

Sobre o Parque Estadual Rio da Onça

Parque Estadual do Rio da Onça. Foto: Denis Ferreira Netto
Foto: Denis Ferreira Netto

O Parque Estadual do Rio da Onça foi criado em 1981 pelo Decreto Estadual nº 3.741, ganhando este nome somente em 2012, com o Decreto nº 3741. Antes, a Unidade de Conservação (UC) era chamada de Parque Florestal do Rio da Onça. A alteração no nome do parque foi feita para atender as determinações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

O parque contém Centro de Visitantes, casa de apoio administrativo e de pesquisa, casa do guarda-parque, trilhas interpretativas com passarelas e pontes estruturadas em madeira, e o Mirante das Bromélias. Neste último, é possível observar a formação das copas das árvores. Ele oferece ainda atividades de educação ambiental e interpretação da natureza, por meio do percurso nas trilhas existentes. O circuito inclui cinco trilhas, onde os visitantes recebem informações sobre as principais espécies da flora e fauna presentes na unidade.

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