Após serem fechadas ao público devido aos protocolos sanitários da crise da Covid-19, as unidades de conservação federais começaram a ser reabertas, de maneira gradual, a partir de junho de 2020. Com a reabertura, o público voltou com força e as unidades receberam 8,4 milhões de visitantes.
De meados de junho até o final do ano, a visitação cresceu sem oscilações. Normalmente ausente das listas de mais visitadas, a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, em Santa Catarina, fez a sua estreia no ranking. O Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, e o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, unidades de conservação que estão entre as mais visitadas, mantiveram seus números em alta e continuam firmes na lista.
Os dados consolidados da visitação em 2020 – último ano de verificação até o momento – e de anos passados podem ser visualizados pelo Painel Dinâmico. A ferramenta do ICMBio possibilita conferir a visitação por meses, por bioma, por categoria, entre outros filtros e funcionalidades exclusivas do sistema.
Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, Santa Catarina
Pela primeira vez no ranking, a unidade de conservação já chega o primeiro lugar entre as mais visitadas com 3,3 milhões de visitas. O verão catarinense, que costuma ser movimentado, impulsionou a visitação à área de proteção ambiental (APA). Criada em setembro de 2000, a área é um santuário para a baleia franca austral (Eubalaena australis), cuja reprodução se dá dentro dos seus 154 mil hectares. O animal passa pela região entre os meses de junho e novembro, o que faz do avistamento de baleias o grande atrativo da unidade.
Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro
Em segundo lugar está o Parque Nacional da Tijuca com 1,2 milhões de visitas. Apesar da demoção entre unidades de conservação, na categoria Parque Nacional ele ainda é o mais visitado do país. Localizado em pleno coração da metrópole carioca, o parque abriga múltiplos atrativos, entre eles o símbolo da cidade, o Corcovado. Seus quase 4 mil hectares de extensão protegem uma significativa amostra de Mata Atlântica, além de espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção, de sítios históricos e de nascentes do maciço da Tijuca.
Parque Nacional do Iguaçu, Paraná
Na terceira posição dos mais visitados em 2020 vem o Parque Nacional do Iguaçu com 700 mil turistas. O segundo Parque Nacional a ser criado no Brasil, em janeiro de 1939, ele abriga e protege os remanescentes significativos da Mata Atlântica do Paraná. Entretanto, o seu maior destaque são as icônicas Cataratas do rio Iguaçu. Elas fizeram dele a primeira unidade de conservação do Brasil a ser instituída como Sítio do Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO (1986).
Somente no território brasileiro, as Caratas medem quase 800 metros de largura, com quedas de 40m a 80m. Unido pelo rio ao Parque Nacional Iguazú, na Argentina, o parque integra o mais importante contínuo biológico do Centro-Sul da América do Sul, com mais de 600 mil hectares de áreas protegidas e outros 400 mil em florestas ainda primitivas.
Reserva Extrativista Marinha Arraial do Cabo, Rio de Janeiro
Esta reserva extrativista (RESEX) foi criada em 1997 para proteger a cultura tradicional da pesca artesanal em Arraial do Cabo, município do Rio de Janeiro. A área de 52 mil hectares visa à coexistência em equilibrada da natureza e a sociedade. Ali se busca garantir a exploração autossustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis, utilizados para pesca artesanal pela população extrativista local.
Em 2020, a unidade de conservação registrou mais de 616 mil visitantes. Embora seja um volume inferior aos anos anteriores, ainda fazem dela a reserva extrativista mais visitada do Brasil. Estes números se referem somente à visitação relacionada ao turismo náutico, não incluídos os visitantes nas praias, onde não existe ainda o monitoramento da visitação. Durante o verão, o grande movimento de turistas coincide com a principal época de pescaria artesanal e de reprodução dos peixes na região.
Parque Nacional da Serra da Bocaina, São Paulo
O quinto mais visitado é o Parque Nacional da Serra da Bocaina, com 533 mil visitantes. Com quase 106 mil hectares, ele é uma das maiores áreas protegidas da Mata Atlântica, na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Por sua dimensão e grande variação de altitude, apresenta paisagens e atrativos naturais diversos: praias, piscinas naturais, rios, cachoeiras, picos e mirantes, sem contar a riqueza da flora e fauna.
Dentre seus principais atrativos turísticos destacam-se o Caminho de Mambucaba (mais conhecido como Trilha do Ouro) e as muitas cachoeiras. Há também muitos atrativos de interesse histórico e cultural, como os caminhos e trilhas do ouro, e as culturas caipira e caiçara conservada nas porções serrana e litorânea.
