5 parques que contam novas histórias da Mata Atlântica


A Mata Atlântica foi por séculos o palco da destruição predatória da natureza. O resultado é um bioma fragmentado, depauperado ou simplesmente desaparecido. A história da Mata Atlântica, entretanto, ainda não acabou. Nas últimas décadas multiplicaram-se movimentos para não apenas proteger, mas restaurar, tanto quanto possível, a potência ecológica da Mata. São iniciativas de conexão, recuperação e resgate. E são estas novas histórias o tema de “Mata Atlântica: novas histórias”, especial produzido por ((o))eco com apoio do Instituto Serrapilheira, lançado na terça-feira, dia 18 de janeiro.

Ao todo, serão publicadas 10 reportagens, sempre as terças-feiras. Também serão apresentados 10 artigos de opinião, às quintas, escritos por convidados especiais para ampliar a discussão e as perspectivas sobre a Mata Atlântica, seu passado, seu presente e o que queremos para o seu futuro. Você pode acompanhar todas essas histórias na página do especial.

Esta lista apresenta algumas das unidades de conservação que são palco destas histórias de renovação e recuperação. Confira!

Reserva Particular do Patrimônio Natural Feliciano Miguel Abdala, Minas Gerais

Paisagem da RPPN Feliciano Miguel Abdala, em Minas Gerais. Foto: Paulo B. Chaves/Flickr

A Reserva Particular do Patrimônio Natural Feliciano Miguel Abdala é um importante remanescente de Mata Atlântica, no município de Caratinga, em Minas Gerais. Com área de 957 hectares, a reserva particular (RPPN) corresponde a 72% da área da Fazenda Montes Claros, de propriedade da família Abdala, formada por matas originais conservadas, pastos abandonados e florestas em regeneração. Antes mesmo de se tornar uma unidade de conservação em 2001, a Fazenda já tinha um histórico de fomento de pesquisas científicas da sua fauna e flora.

Nas matas da RPPN Feliciano Miguel Abdala estão cerca de 362 espécies de vertebrados, das quais 79 são espécies de mamíferos, o que faz do local uma das áreas mais ricas em mamíferos do Vale do Rio Doce. Além disso, ali está a mais densa e variada população de primatas conhecida no Estado de Minas Gerais, com destaque para a ocorrência do muriqui-do-norte, uma das 25 espécies de primatas mais ameaçadas do mundo.

Reserva Biológica de Sooretama, Espírito Santo

Reserva Biológica de Sooretama, município de Linhares, Espírito Santo. Seus mais de 27 mil hectares ajudam a preservar uma importante área remanescente de Mata Atlântica no estado capixaba. Foto: Daniele Longui/Wikimedia Commons
Reserva Biológica de Sooretama, município de Linhares, Espírito Santo. Foto: Daniele Longui/Wikimedia Commons

Criada em 1941, a Reserva Biológica de Sooretama é a área protegida mais antiga do Espírito Santo e uma das mais antigas do Brasil. Seus mais de 27 mil hectares ajudam a preservar uma importante área remanescente de Mata Atlântica no estado capixaba. Sobretudo, a reserva é resultado do esforço do naturalista e pesquisador Álvaro Aguirre e de ambientalistas capixabas. O trecho da Mata de Tabuleiros que estudavam serviria como refúgio de diversas espécies ameaçadas, como a anta, o tatu­-canastra, o gavião­-real e as onças-pintadas. Hoje, a área é uma importante fonte de estudos para pesquisadores e estudantes, que buscam ali o aperfeiçoamento na área ambiental.

Tamanha é sua relevância ambiental que, em 1999, Sooretama entrou para o rol das Reservas de Mata Atlântica da Costa do Descobrimento. Juntamente com outras unidades de Conservação do Espírito Santo e da Bahia, ela é considerada Patrimônio Natural Mundial da Humanidade pela UNESCO.

Reserva Biológica Poço das Antas, Rio de Janeiro

Registros na Reserva Biológica Poço das Antas. Foto: Duda Menegassi
Registros na Reserva Biológica Poço das Antas. Foto: Duda Menegassi

A Reserva Biológica Poço das Antas foi a primeira reserva biológica do Brasil. Criada em 1974, a unidade de conservação desempenha um importante papel na conservação do habitat das populações remanescentes do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), espécie ameaçada de extinção. Em parceria com a Associação Mico-Leão-Dourado, o trabalho de recuperação da espécie virou referência mundial em conservação.

Esta mesma parceria desenvolve ações de educação ambiental com diversos grupos, principalmente das escolas e comunidades da região, sensibilizando cada visitante para a importância da conservação da espécie e do bioma.

Parque Estadual Morro do Diabo, São Paulo

Florada anual dos ipês no Morro do Diabo. Foto: Helder Henrique de Faria

O Parque do Morro do Diabo está localizado no Pontal do Paranapanema, município de Teodoro Sampaio, extremo sudoeste do estado de São Paulo. A 687 km da capital, os seus 33 mil hectares de extensão preserva a maior área contínua remanescente da Mata Atlântica que recobria a porção ocidental do estado. Além de ser a maior reserva de peroba-rosa do estado, o parque é habitat do ameaçado mico-leão-preto, único primata nativo de São Paulo, guardando a maior população da espécie em liberdade atualmente. O parque também oferece oportunidades para educação ambiental, pesquisa científica e visitação.

Parque Nacional do Superagui, Paraná

O Parque Nacional do Superagui protege paisagens típicas de Mata Atlântica: restinga, manguezal e floresta. Foto: Duda Menegassi
O Parque Nacional do Superagui protege paisagens típicas de mata Atlântica: restinga, manguezal e floresta. Foto: Duda Menegassi

Localizado no litoral paranaense, o Parque Nacional do Superagui protege belíssimas paisagens de restinga, manguezal e floresta, emolduradas ao longe pelas montanhas da Serra do Mar, de um lado, e pelo imenso e agitado Oceano Atlântico, do outro. Além disso, o parque criado em 1989 protege diversas espécies da fauna e flora. Os visitantes que se aventuram a conhecê-lo podem contemplar animais como o mico-leão-da-cara-preta (Leonthopitecus caissara) e o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), facilmente avistados em revoadas que ocorrem em todo amanhecer e entardecer na ilha de Pinheiros.

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