Baía que resiste: 5 parques que protegem a Guanabara


A região hidrográfica da Baía de Guanabara engloba 17 municípios do Rio de Janeiro e é lar da maior faixa de manguezal contínua do estado. Lá está uma resiliente e ainda presente biodiversidade cujas riquezas naturais seguem ignoradas por muitos dos seus moradores e são preservadas por mais de uma centena de áreas protegidas.

Enquanto uns desconhecem a natureza que resiste na baía, outros se engajam para recuperar a vida da Guanabara com ações inspiradoras de recuperação ambiental e implementação de negócios que investem na natureza como solução. São essas as histórias contadas na websérie “Guanabara: baía que resiste”, que estreou nesta terça-feira (07).  

Uma realização de ((o))eco com patrocínio da Fundação Grupo Boticário, a série conta com três episódios de cerca de 10 minutos de duração cada. Os episódios 2 e 3 serão lançados, respectivamente, nos dias 9 e 13 de dezembro, no site de ((o))eco e no canal do Youtube.

Para comemorar o lançamento da série, a lista desta semana traz 5 unidades de conservação que têm a missão de proteger a Baía. Assim como as pessoas engajadas na recuperação desta, elas são protagonistas das histórias de restauração ambiental contadas nos episódios.

Parque Estadual dos Três Picos, Rio de Janeiro

Paisagem dos Alagados no Parque Estadual dos Três Picos, vistos da Reserva Ecológica do Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, RJ. Foto: Tatiana Horta
Paisagem dos Alagados no Parque Estadual dos Três Picos, vistos da Reserva Ecológica do Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, RJ. Foto: Tatiana Horta

O Parque Estadual dos Três Picos é o maior parque estadual do Rio de Janeiro. Localizado num dos mais expressivos fragmentos da Mata Atlântica, tem inestimável beleza cênica, com grande número de nascentes e rios, várias cachoeiras, encostas e cumes de montanhas, rica biodiversidade de flora e fauna e formações geológicas diversificadas. A área de mais de 65 mil hectares se estende pelos municípios de Teresópolis, Guapimirim, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu e Silva Jardim.

A unidade tem por objetivo assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica da porção fluminense da Serra do Mar, bem como recuperar as áreas degradadas ali existentes. Além disso, ela preserva espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e da flora nativas; integra o corredor ecológico central da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro que ajuda a garantir a biodiversidade regional, ao interligar áreas protegidas do sul e do norte do estado; assegura a manutenção das nascentes e rios; e estimula as atividades de recreação, educação ambiental e pesquisa científica.

A unidade recebe visitantes de terça a domingo, das 8h00 às 17h00, e não há cobrança de ingressos. Para informações sobre regulamentos, guias, condutores, restrições e condições climáticas, os telefones de contato são (21) 2649-6847 ou (24) 3387‐2318 e o e-mail [email protected].

RPPN Reserva Ecológica de Guapiaçu, Rio de Janeiro

A área dos alagados na Reserva Ecológica do Guapiaçu. Foto: Acervo REGUA.
A área dos alagados na Reserva Ecológica do Guapiaçu. Foto: Acervo REGUA.

Localizada no município de Cachoeira de Macacu, está a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Reserva Ecológica de Guapiaçu, uma das histórias de restauração ambiental contadas pela websérie. Na reserva particular, além do plantio de mais de 600 mil árvores e da recuperação de mais de 400 hectares de Mata Atlântica, também está em curso a reintrodução de antas, animal que havia sido extinto da região.

As RPPNs são unidades de conservação de proteção integral em propriedades privadas estabelecidas voluntariamente pelos seus proprietários. A Reserva Ecológica de Guapiaçu desenvolve atividades de pesquisas científicas, restauração ecossistêmica, visitação recreativa, observação de aves e educação ambiental. Aberta ao público, as informações de visitação podem ser obtidas no site da reserva.

Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, Rio de Janeiro

 A APA Guapimirim protege o último manguezal preservado da Baía de Guanabara, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Foto: Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano
A APA Guapimirim protege o último manguezal preservado da Baía de Guanabara, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Foto: Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano

Outra protagonista da websérie é a Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, que abrange parte dos municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo. Criada em setembro de 1984, ela é resultado de um movimento ambientalista da sociedade civil organizada e da comunidade científica. Seu principal objetivo é proteger os remanescentes de manguezais situados no recôncavo da Baía de Guanabara e assegurar a permanência e sobrevivência das comunidades que dependem e preservam esse ecossistema. Lá, pescadores artesanais se tornaram grandes aliados do manguezal e da conservação da natureza, além de agentes de educação ambiental.

A área de proteção ambiental também desenvolve um programa de educação ambiental que tem como preceitos a participação cidadã na gestão do meio ambiente, bem comum de todos e essencial à sadia qualidade de vida. Dentro deste contexto, a unidade recebe visitas de grupos escolares e de pessoas interessadas em conhecê-la. O agendamento para visitas deve ser feito antecipadamente, através do e-mail [email protected], e está sujeito à disponibilidade de vagas.

Refúgio de Vida Silvestre Estadual da Serra da Estrela, Rio de Janeiro

Vista da Serra da Estrela. Foto: Bruno Soares
Vista da Serra da Estrela. Foto: Bruno Soares.

O Refúgio de Vida Silvestre Estadual da Serra da Estrela tem como objetivo fundamental proteger as populações de animais e plantas nativas da Mata Atlântica ameaçadas de extinção na região da Serra da Estrela. A fauna e flora locais são riquíssimas, com destaque para o sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), animal símbolo do refúgio. Seus 4.800 hectares abrangem áreas dos municípios de Petrópolis, Duque de Caxias e Magé, que formam um corredor ecológico que liga duas unidades de conservação federais, a Reserva Biológica do Tinguá e o Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Criado em dezembro de 2017, o refúgio é também a mais nova das unidades de conservação da bacia hidrográfica da Baía de Guanabara. Aberta para visitação, a unidade conta com cerca de 117 nascentes e 116 quilômetros de cursos d’água, com cachoeiras, mirantes, trilhas, rampas de salto, sítios históricos — como a Estrada Real, o Caminho do Ouro e o Caminho do Proença — e outros atrativos. Quem quiser conhecer essa unidade pode obter informações no e-mail [email protected].

Monumento Natural Municipal dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca, Rio de Janeiro

Os Morros do Pão de Açúcar e da Urca despontam na baía. Foto: Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade - SMAC
Os Morros do Pão de Açúcar e da Urca. Foto: Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade – SMAC

Desde a fundação da cidade do Rio de Janeiro, os Morros do Pão de Açúcar e da Urca são elementos geográficos marcantes. Para quem vinha pelo mar, era um marco natural de sinalização marítima. Para quem a admirava da terra, era promessa de aventura nas alturas. Em junho de 2006, esse conjunto de morros foi declarado como Monumento Natural Municipal. Seus objetivo são preservar o ecossistema da Mata Atlântica, o patrimônio paisagístico e promover o lazer em área natural.

Situado no histórico bairro da Urca, o Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca se destaca não só por sua beleza cênica e natural, mas também por oferecer diversos atrativos aos seus visitantes: o passeio de teleférico, o tradicional Bondinho; a Pista Cláudio Coutinho, para a prática da corrida e caminhada em contato com a natureza; a Trilha do Morro da Urca, umas das mais populares da cidade; diversos mirantes, e inúmeras vias de escalada para os praticantes do montanhismo. 

Para além do lazer, a unidade de conservação é exemplo da recuperação da biodiversidade e de projetos de educação socioambientais. Além da gestão dos resíduos sólidos oriundos da visitação, que são transformados em matéria prima e adubo; há ações de reflorestamento, de manejo das espécies exóticas e reintrodução de exemplares nativos da Mata Atlântica.

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