5 parques na Mata Atlântica para você conhecer


Originalmente, a Mata Atlântica era uma imensidão verde que se estendia por aproximadamente 1.300.000 km²  da faixa litorânea brasileira, cobrindo porções do que hoje são os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Após 500 anos de ocupação, a Mata Atlântica passou por mudanças drásticas que reduziram sua cobertura em mais de 90% da área original. Hoje, restam apenas cerca de 102 mil km² em faixas de vegetação ao longo da Serra do Mar.

Apesar de ser o bioma mais populoso, povoado, explorado, fragmentado e reduzido, a riqueza de sua biodiversidade resiste e é reconhecida mundialmente. Habitam esse bioma 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes. Considerado como a quinta área mais rica em espécies endêmicas do mundo, não é incomum a descoberta de novas espécies por lá.

Dentre as 402 unidades de conservação no WikiParques que protegem este bioma, destacamos algumas que podem ter escapado do seu radar. E que, como o bioma que preservam, guardam surpresas e experiências únicas. Confira.

Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba, São Paulo

Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba. Foto: Israel Mário Lopes
Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba. Foto: Israel Mário Lopes

Criado em junho de 2003, no município de Santo André, o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba tem como objetivo a proteção do sopé da Serra do Mar, das nascentes formadoras do Rio Grande, e também a valorização do patrimônio da “Vila Histórica de Paranapiacaba”. São 426 hectares de Mata Atlântica onde o visitante encontra uma grande riqueza da fauna e flora, que inclui espécies endêmicas de altitudes acima de 900 metros, e um enorme potencial para atividades, como esportes na natureza, caminhadas em trilhas, recreação e educação ambiental.

Junto da Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba e do Parque Estadual da Serra do Mar, que o circundam, o parque natural contribui para a formação de um extenso corredor ecológico voltado à preservação do bioma. Toda a área foi tombada pela Unesco como Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo.

O parque conta com cinco trilhas abertas à visitação acompanhadas por monitores ambientais credenciados. Outra atração local são as nascentes do Rio Grande, principal formador da represa Billings e do Rio Pinheiros. O Parque está aberto de terça-feira a sexta, das 08h30 às 15h30. Nos sábados, domingos e feriados, das 08:00 às 16h45. O acesso ao parque se dá somente na companhia dos monitores, moradores da região habilitados a receber os visitantes para mostrar a beleza da área. Para mais informações, o telefone de contato é (11) 4439-0321.

Parque Estadual Caverna do Diabo, São Paulo

Cachoeira Queda de Meu Deus. Foto: Alef Aguiar

Também em São Paulo, o Parque Estadual da Caverna do Diabo abriga em seu interior a maior caverna do estado. Milhares de visitantes vão à unidade de conservação anualmente para conhecer a Caverna do Diabo que, apesar de conhecida publicamente desde 1891, só foi transformada em parque estadual em 2008. Os mais de 40 mil hectares de extensão do parque abrangem os municípios de Barra do Turvo, Cajati, Eldorado e Iporanga. 

A infraestrutura do parque conta com iluminação, escadas, passeios e passarelas de concreto. A Caverna do Diabo tem mais de 6.000 metros de extensão, mas apenas 10% dela estão abertos à visitação. Além da caverna, há trilhas que levam a cachoeiras, mirantes e rios. O visitante ainda encontra uma rica e variada fauna e flora com animais como jacutingas, onças e macacos, além de árvores nativas como araçás, guapuruvus e palmitos-juçara. 

A unidade está aberta de terça-feira a domingo das 08h00 às 17h00, com a última visita à caverna às 17h00. Para informações sobre acesso, os interessados devem enviar email para [email protected] ou telefonar para (13) 3871-1242.

Monumento Natural Estadual Serra das Torres, Espírito Santo

Topo da Pedra de Santa Maria no município de Muqui. Foto: Ricardo Perriraz da Silva

Com seus 10 mil hectares, o Monumento Natural Estadual Serra das Torres é a maior unidade de conservação estadual do Espírito Santo e um dos últimos e mais bem conservados remanescentes do bioma Mata Atlântica. Localizada nos maciços rochosos entre os municípios de Atílio Vivácqua, Muqui e Mimoso do Sul, a unidade abrange um dos mais relevantes complexos florestais do sul do estado: a flora local abriga 201 espécies vegetais, 17 das quais estão ameaçadas de extinção.

Além da beleza cênica dos afloramentos rochosos, a unidade ainda apresenta cerca de 20 espécies de peixes, 35 espécies de répteis, 52 espécies de anfíbios, 120 espécies de aves, e 17 espécies de mamíferos, como o sagui-da-cara-branca, a jaguatirica,o gato-maracajá, a lontra e a preguiça-de-coleira. 

O Monumento Natural Serra das Torres é formado por áreas particulares. Portanto, qualquer visita a atrativos nestes locais deve ser informada aos proprietários. O visitante encontrará atividades como o cicloturismo, o ecoturismo e o turismo de aventuras. Para maiores informações, o contato por e-mail é [email protected] e pelo telefone (28) 99298-4293.

Parque Nacional do Descobrimento, Bahia

 Falésias entre Prado e Corumbau, no sul da Bahia, em área incluída no Parque do Descobrimento. Foto: Izabel Reigada
Falésias entre Prado e Corumbau, no sul da Bahia, em área incluída no Parque do Descobrimento. Foto: Izabel Reigada

As florestas tropicais da costa atlântica do Brasil são as mais ricas do mundo em biodiversidade de fauna e flora, com alto nível de endemismos (espécies encontradas apenas em uma área), e este é um um dos principais atrativos do Parque Nacional do Descobrimento.  Localizada totalmente no município de Prado, extremo sul do estado, a unidade abriga um número significativo de árvores imponentes, como o jacarandá-da-bahia; aves ameaçadas de extinção, sendo um dos últimos redutos do mutum-do-sudeste; e refúgio para animais como a queixada, o jabuti-amarelo e a onça parda. 

O parque foi criado em 1999 e conta com mais de 22 mil hectares de extensão, sendo um dos maiores fragmentos protegidos de Mata Atlântica sobre tabuleiros costeiros (vide imagem acima) do Brasil. Desde 2000, a área protegida é reconhecida pela Unesco como Sítio do Patrimônio Mundial Natural (a “Reserva da Mata Atlântica da Costa do Descobrimento”). 

O parque possui alto potencial para o ecoturismo, o turismo de observação de fauna e de paisagem, e a realização de atividades de recreação, educação e interpretação ambiental. Em 2020, o primeiro grupo de condutores de visitantes foi formado e com a estruturação da visitação pública, a gestão da unidade poderá oferecer serviços e experiências. Quem quiser saber mais sobre a visitação no parque pode mandar um e-mail para [email protected]

Parque Nacional da Serra do Gandarela, Minas Gerais

A Serra do Gandarela. Foto: André Damásio
A Serra do Gandarela. Foto: André Damásio

O Parque Nacional da Serra do Gandarela apresenta exuberantes serras, rios e cachoeiras. Sua vegetação é composta de um dos mais contínuos fragmentos de Mata Atlântica em Minas Gerais, em uma área de transição com o Cerrado. A área de 31 mil hectares se estende por oito municípios e está localizada na porção sul da Serra do Espinhaço, especificamente no Quadrilátero Ferrífero.

A grande variedade de ambientes, típica de áreas de transição entre biomas, está diretamente relacionada à riqueza de espécies existente e à elevada diversidade biológica. O parque nacional também é importante fonte de recursos hídricos cujos grandes aquíferos contribuem para o abastecimento de água para várias cidades mineiras. Há ainda a presença de lagoas temporárias de altitude, que são formações únicas e raras. A abundância de nascentes, córregos e rios, aliada à topografia acidentada, leva à existência de inúmeras cachoeiras de águas límpidas.

O Parque Nacional Serra do Gandarela possui imenso potencial turístico, reforçado pela facilidade de acesso. Outro fator são as várias possibilidades de ecoturismo, observação da vida selvagem, visitação científica, realização de caminhadas, ciclismo, escalada, visitação a cavernas e sítios históricos. Embora ainda não possua infraestrutura para a recepção de visitantes, muitos dos atrativos já recebiam visitantes antes mesmo da sua criação. Na página da unidade de conservação, você encontra informações sobre esses locais.

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