Com a proposta de apontar caminhos para tornar o uso público e a visitação em parques e unidades de conservação mais inclusivos, interessantes e convidativos para as crianças, o Instituto Semeia, organização sem fins lucrativos que fomenta parcerias para que brasileiras e brasileiros tenham acesso a parques melhores, elaborou o guia “Parques tamanho família: Um novo olhar sobre a infância nas Unidades de Conservação do Brasil”.
Pela primeira vez na história, a maior parte da população global vive em áreas urbanas, o que torna cada vez mais desafiador o contato da sociedade com a natureza. Somente no Brasil, a taxa de urbanização saltou de 45% em 1960 para 85% nos dias atuais – de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Dentro desse contexto, as crianças estão entre os grupos mais impactados pelas escassas oportunidades de experimentarem a vida longe das cidades – cerca de 55% das crianças de todo o mundo habita a zona urbana – um contingente de 1,5 bilhão, segundo o Unicef.
Também é fato que, nas últimas gerações, a infância mudou para dentro de casa. Com isso, a “síndrome do déficit de natureza” passou a assolar um número cada vez maior de crianças, o que compromete não só a saúde e o bem-estar, como também o desenvolvimento dos pequenos. Estudos revelam que as crianças de hoje passam, em média, até 44 horas por semana na frente de uma tela e menos de 10 minutos por dia brincando ao ar livre e em contato a natureza.
Os parques e áreas protegidas podem desempenhar um papel ainda mais importante na solução desse problema. Contudo, nem sempre esses espaços estão preparados para receber os pequenos da forma mais adequada.
O guia traz importantes recomendações a gestoras e gestores que queiram colaborar com o “desemparedamento da infância” e trabalhar uma nova forma de olhar a presença da criança dentro de unidades de conservação. Esclarecimentos sobre a segurança dos pequenos, planejamento de novas infraestruturas ou adaptação das já existentes, como centro de visitantes, banheiros, fraldários, espaços para alimentação e piquenique, são alguns dos tópicos abordados sobre como os parques podem melhor receber as crianças e suas famílias. A publicação apresenta, ainda, diretrizes para a implantação de parques naturalizados, de espaços para amamentação e de atividades que atraiam e engajem ativamente as crianças.
Elaborada com o apoio do Instituto Alana e da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), o lançamento da publicação aconteceu na última quinta-feira (04), durante um webinar com especialistas. Assista ao encontro no vídeo a seguir.
- Com informações do Instituto Semeia