Nova área marinha protegida é oportunidade para um Atlântico mais saudável


No dia 1º de outubro, os membros da Convenção para a Proteção do Ambiente Marinho do Atlântico Nordeste (a ‘Convenção OSPAR’) se reuniram em Cascais, Portugal, para anunciar a criação de uma nova área marinha protegida (AMP). Com quase 600 mil km² de extensão em águas internacionais, a Área Marinha Protegida da Corrente do Atlântico e da Bacia do Monte Submarino Evlanov é maior que a Alemanha e o Reino Unido combinados e é considerada vital para a conservação das aves marinhas. Com quase metade de todas as espécies experimentando quedas populacionais, elas são um dos grupos de vertebrados mais ameaçados.

Mapa da nova área proteida
Mapa da nova área protegida. Imagem: Divulgação Clique para ampliar

Identificado num esforço internacional coordenado pela Birdlife International, o santuário é a primeira área marinha protegida criada com base em dados de rastreamento. O hotspot se encontra na região entre os Grandes Bancos da Terra Nova, no Canadá, e a Cadeia do Atlântico Central. Ele é uma importante área de alimentação e forrageamento para cerca de 5 milhões de aves de 21 espécies, usado tanto por aves marinhas que se reproduzem nas costas do Atlântico Nordeste, quanto por aquelas que migram pelo globo ou nidificam em outras partes do mundo.

Mais mudanças

Durante a reunião, os signatários da Convenção — Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido, juntamente com a União Europeia — também anunciaram o lançamento da Estratégia Ambiental do Atlântico Nordeste 2030, que pretende combater três grandes problemas: os impactos das mudanças climáticas e da acidificação dos oceanos, a perda de biodiversidade e a poluição marinha de plástico. 

Dentre as metas estabelecidas até o final da década estão a redução do lixo marinho em 50% até 2025 e 75% até 2030; e um compromisso de designar 30% da área marítima da OSPAR como AMP até 2030. Além disso, a Estratégia pretende proteger “importantes habitats florestais de algas que sequestram carbono para minimizar os efeitos adversos das atividades humanas e das mudanças climáticas”.

Os representantes decidiram também avançar com normas de prevenção e esquemas de certificação para toda a cadeia de abastecimento de plástico, para combater a disseminação de granulados de plásticos de origem industrial no ambiente marinho.

Representantes da Convenção OSPAR. Foto: Divulgação
Representantes da Convenção OSPAR. Foto: Divulgação

A reunião antecedeu a COP 26, a ser realizada em Glasgow no fim do mês. As medidas aprovadas na Convenção pretendem contribuir para o cumprimento da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. De acordo com o presidente da OSPAR, Richard Cronin (Irlanda), “o tempo para falar acabou, agora embarcamos em uma década de ação para proteger e conservar o Atlântico Nordeste”.

Em mensagem aos participantes do evento, a Embaixadora do Oceano, Dra. Sylvia Earle, disse: “As ações tomadas nos próximos 10 anos determinarão o destino dos próximos 10 mil anos”.

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