5 Parques para praticar a observação de aves


Aves têm certa magia. Elas despertam uma conexão com o mundo natural pela beleza dos seus cantos, das suas plumagens multicoloridas e dos seus curiosos comportamentos. O fascínio ao alçar vôo. Existem cerca de 10.426 espécies de aves no mundo. Existem 10.426 espécies de aves no mundo. E quase 20% delas estão aqui, no Brasil, o que nos torna o terceiro país do mundo em diversidade de aves, atrás da Colômbia e do Peru. Para descobrir essa biodiversidade basta observação: paciência, olhos e ouvidos atentos, uma câmera, um bloco de notas ou um gravador.

A observação de aves é um passatempo antigo, praticado no mundo inteiro por milhões de adeptos. O birdwatching, que por aqui apelidamos de “passarinhar”, surgiu no século 18 na Inglaterra. Então, a atividade se limitava a pesquisadores e naturalistas que se metiam floresta adentro para coletar o máximo de informações sobre os bichos. Hoje, graças à popularização do passatempo, encontram-se passarinheiros de todos os tipos, unidos em seu amor pelas aves e pela natureza.

No Brasil, mais e mais pessoas têm se dedicado a passarinhar. Com a popularização das câmeras digitais, redes sociais e sites colaborativos, como o WikiAves, a atividade tem crescido. Além de promover contato com a natureza, observar aves incentiva passeios e viagens, a aquisição de novos conhecimentos e conhecer outros entusiastas. Também faz bem à saúde: reduz a chance de estresse e outros problemas de saúde, aumenta a capacidade de atenção do observador e estimula seus sentidos, como audição e visão.

A seguir, o WikiParques lista cinco parques para quem quer se iniciar na observação de aves.

Parque Estadual do Desengano, Rio de Janeiro

Um lindo beija-flor-de-banda-branca, uma de varias espécies de aves que vivem no parque. Foto: Tiago Oliveira

Localizado na porção norte do estado, o Parque Estadual do Desengano abrange parte dos municípios de Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos dos Goytacazes. Um dos últimos grandes remanescentes contínuos da Mata Atlântica fluminense, o parque estadual é uma das melhores áreas de observação de aves do Rio de Janeiro.

Os 22 mil hectares de extensão da unidade de conservação protegem o maior número de espécies de aves do estado. Já foram avistadas ali mais de 500 espécies, das quais 140 são endêmicas (exclusivas) da Mata Atlântica e 130 estão ameaçadas de extinção em algum grau, como a jacutinga (Pipile jacutinga) e o macuco (Tinamus solitarius).

O parque está aberto, todos os dias, de 08h00 às 17h00, para visitação em atrativos e trilhas. O contato pode ser feito pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (22) 2561-3072 e (22) 2561-1378.

Parque Estadual de Ilhabela, São Paulo

As cores da natureza em foto. Lindo pássaro no Parque Estadual de Ilhabela, no Litoral Norte de SP. Foto: Bianca Schumacher

Criado em 1977, o Parque Estadual de Ilhabela é um parque-arquipélago no litoral norte de São Paulo, que se estende por 12 ilhas (sendo a principal a Ilha de São Sebastião), 3 ilhotes, 3 lajes (rochedos de formato achatado) e 1 parcel (recife que aflora à água). Com área de 27 mil hectares, ele abriga ecossistemas associados à Mata Atlântica, como a restinga e os manguezais. Possui um ecossistema rico com centenas de espécies vulneráveis e ameaçadas de extinção, e, dentre elas, muitas espécies endêmicas. 

A variedade de ambientes abriga uma variedade de espécies de aves. Essa diversidade representa um grande potencial para exploração sustentável da observação de aves. São quase 360 espécies já identificadas no parque, como o papagaio-moleiro (Amazona farinosa), a ave símbolo da ilha, e a coruja-preta (Strix huhula).

Em razão da pandemia, todas as visitas deverão ser agendadas com antecedência mínima de 24 horas pelo site da Fundação Florestal. No site, você pode conhecer todas as atrações do parque que estão abertas a visitação. Mais informações também podem ser obtidas pelos telefones (12) 3896-2585 / (12) 3896-1646 ou pelo e-mail [email protected] .

Floresta Nacional de Carajás, Pará

Uma harpia adulta com uma presa nas patas, pousou próximo no dossel da Floresta Nacional de Carajás. Foto: Olivier Jaudoin

Distribuída entre os municípios de Parauapebas, Canaã dos Carajás, Água Azul do Norte, a unidade de conservação de cerca de 400 mil hectares foi criada em fevereiro de 1998. Apesar da identidade regional estar diretamente relacionada ao caráter de província mineral e, portanto, aos interesses de exploração econômica da área, a Floresta Nacional objetiva compatibilizar a exploração mineral com a conservação da biodiversidade. Em seu interior são realizadas ações de conservação; visitação; pesquisa científica de fauna e flora, com destaque para o gavião-real (harpia) e a arara-azul grande; e atividades de observação de aves.

O número total de espécies de aves registrado para a Floresta Nacional de Carajás e entorno torna a área uma das mais ricas em aves do país e do mundo. São 594 espécies que incluem o beija-flor-vermelho (Chrysolampis mosquitus), gavião-caramujeiro (Rostrhamus sociabilis) e o arapapá (Cochlearius cochlearius). Isso é resultado, principalmente, da alta diversidade de ambientes pois a unidade se situa num ambiente de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado. A infraestrutura bastante desenvolvida da região estimulou uma intensa atividade de observadores de aves, o que proporcionou uma nova frente de importantes descobertas ornitológicas, bem como a valorização da região como um polo do ecoturismo na Amazônia.

Todas as visitas são feitas a partir de programação junto à Cooperativa de Ecoturismo de Carajás (COOPERTURE), entidade autorizada a conduzir visitantes no interior da Floresta Nacional de Carajás, através do e-mail [email protected] e dos telefones (94) 8158-8032 e (94) 9234-2388.

Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Rio Grande do Sul

Aves e ecossistemas do Parque Nacional da Lagoa do Peixe. Foto: Jackson Müller

O Parque está localizado em uma extensa planície costeira arenosa, situada entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. Um santuário ecológico distante 230 km da capital Porto Alegre, o Parque Nacional da Lagoa do Peixe abriga um dos mais importantes refúgios para aves migratórias da América do Sul. A paisagem composta por matas de restinga, banhados, campos de dunas, lagoas e praias faz do parque um ótimo lugar para a observação de aves.

A área de 36 mil hectares serve como local de alimentação e descanso para que as aves consigam energia para continuarem sua viagem rumo ao sul, até a Patagônia. No parque já foram catalogadas cerca de 35 espécies visitantes e outras 270 nativas. A ave símbolo do parque, o flamingo, vem do Chile todos os anos, em busca de descanso e alimento. 

O parque está aberto a semana toda, inclusive finais-de-semana e a visitação é gratuita, mediante mediante agendamento pelo telefone (51) 3673-2435 e pelo e-mail [email protected]. O serviço de atendimento ao turista está aberto de segunda a sexta-feira, das 08h30 às 12h00 e das 13h30min às 18h00.

Reserva Natural Serra das Almas, Ceará

Corrupião em cima de um galho. Reserva Natural Serra das Almas. Foto: Marcelo Delfino/Wikimedia Commons

A Reserva Natural Serra das Almas é uma reserva particular do patrimônio natural (RPPN) mantida pela Associação Caatinga. Com 6 mil hectares localizados no sertão de Crateús, a área protegida abriga um dos últimos redutos de Caatinga preservada no Ceará. Além de resguardar três nascentes e espécies ameaçadas de extinção, ali são desenvolvidas atividades de pesquisa científica, recreação e visitação escolar, além de projetos de educação ambiental e desenvolvimento sustentável.

A riqueza de aves da Serra das Almas é relativamente bem conhecida. Em uma recente viagem para levantamento de aves, os pesquisadores contabilizaram 230 espécies, incluídas ameaçadas de extinção. A equipe encontrou espécies raras, como a garça-real (Pilherodius pileatus), o corucão (Podager nacunda) e o caburé-acanelado (Aegolius harrisii). Os dados foram compilados no “Guia para Observação de Aves da Reserva Natural Serra das Almas”, lançado no começo deste mês. O guia é uma excelente ferramenta para observadores de aves interessados em conhecer a região.

A reserva dispõe de guias e está aberta para visitação todos os dias. Mas é necessário um agendamento prévio, com 4 dias de antecedência, através do telefone (88) 99955-6570 ou do e-mail [email protected].

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