5 Parques para conhecer o Pantanal


O Pantanal é uma mistura: um pouco de Amazônia, um pouco de Cerrado, uma parte da Mata Atlântica e outra do Chaco boliviano. Ele se estende pela Bolívia, pelo Paraguai e no Brasil ocupa cerca de 1,76% do território distribuído nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A maior área úmida continental do planeta, esse imenso reservatório de água doce é muito importante para o suprimento de água, a estabilização do clima e a conservação do solo. Também é um bioma que concentra uma rica biodiversidade: pelo menos 4.700 espécies animais e vegetais já foram registradas no Pantanal.

Entretanto, em 2020, o Pantanal perdeu 30% do seu bioma devido ao recorde de queimadas. Em apenas um ano, o bioma perdeu uma área semelhante a do estado do Rio de Janeiro – 38.600 km², com mais de 22 mil focos de incêndio. Os incêndios, infelizmente, se repetem este ano. Entre 01 a 23 de agosto, o Mato Grosso do Sul alcançou quase o mesmo patamar de focos de incêndio registrados no ano passado.

O Pantanal precisa de proteção. E para protegê-lo é fundamental conhecê-lo. Listamos a seguir algumas unidades de conservação que dão a dimensão da importância do bioma. Confira.

Parque Nacional Pantanal Matogrossense, Mato Grosso

Foto: ICMBio

O Parque Nacional Pantanal Matogrossense nasceu em atendimento às reivindicações da sociedade e da comunidade científica para o estabelecimento de uma área que protegesse o bioma Pantanal. Criada em setembro de 1981, a área protegida de 135.000 hectares está localizada na confluência dos rios Paraguai e Cuiabá, no extremo sudoeste do Estado do Mato Grosso, na fronteira com o estado do Mato Grosso do Sul e a Bolívia.

O principal atrativo para os visitantes é a observação embarcada de animais silvestres e de aves nos ninhais e dormitórios da Baía do Burro. Mas o parque também oferece caminhadas, travessias e piquenique nas áreas permitidas. 

A visitação ao Parque Nacional do Pantanal Matogrossense depende de autorização prévia. O contato com a unidade pode ser feito através do e-mail [email protected] .

Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, Mato Grosso do Sul

Jacaré de papo amarelo. Foto: Carolina Mazepa Simião

Criada em 2000, a área protegida de 78.300 hectares abrange os municípios de Aquidauana e Corumbá. O parque contempla ambientes característicos do Pantanal como lagoas permanentes, cordões de matas e o brejão do Rio Negro. Essas áreas periodicamente inundadas são o berçário dos peixes do Pantanal. Também servem de refúgio e fonte de alimento para a fauna local.

O parque tem como principal atividade a pesquisa científica. Entre os destaques estão trilhas, lagoas, fauna (grandes mamíferos) e a flora diversa (bosques de carandazal, buritizal e babaçual). A unidade de conservação teve seu plano de manejo desenvolvido em 2008, e tem expectativas de abrir para visitação em um futuro próximo. Dentre as atividades que serão oferecidas aos visitantes estão O arvorismo, o safári fotográfico, a observação de fauna e flora. O contato com a unidade pode ser feito através do e-mail [email protected] ou pelo telefone (67) 3318-5600.

Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Rio Negro, Mato Grosso

A casa principal da Fazenda Rio Negro. Foto: Facebook

Com área aproximada de 7.000 hectares, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Rio Negro abriga uma paisagem natural de rara beleza cênica e grande riqueza biológica. Entre os principais objetivos desta reserva estão a proteção de espécies ameaçadas e a manutenção dos processos ecológicos que fazem parte da região da Nhecolândia, onde se situa a reserva.

Em maio de 2009, a RPPN foi reconhecida como sítio de importância internacional, conferido pela Convenção de Ramsar de Áreas Úmidas. Além da presença de áreas úmidas únicas na região, como centenas de lagoas de água doce e alcalina, há ainda “cordilheiras” (cordões arenosos não atingidos pelas cheias), salinas e baías. A reserva também foi escolhida por abrigar uma significativa amostra da biodiversidade do bioma, incluindo várias espécies ameaçadas de extinção, como a ariranha, o cervo-do-pantanal e a arara-azul.

A Fazenda Rio Negro está aberta a grupos de visitantes com interesses específicos em contemplação da natureza, além de pesquisadores e estudantes de diversas instituições que desenvolvem estudos relacionados à biodiversidade e atividades de treinamento e capacitação. O contato com a unidade pode ser feito através do telefone (67) 3326-0002.

Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal, Mato Grosso

Araçari-castanho em área da RPPN SESC Pantanal. Foto: Cesar Ivan

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, de propriedade do Serviço Social do Comércio (Sesc), foi estabelecida em julho de 1997. Com uma área total de 107.996 hectares, que corresponde a quase 1% da extensão total do Pantanal mato-grossense, a maior reserva particular do país nasceu de antigas fazendas de gado desativadas e seu manejo ao longo dos anos fez ressurgir árvores exuberantes, solo fértil e uma fauna bela e diversa.

A reserva está localizada no município de Barão de Melgaço, um território predominantemente pantaneiro, inundável em grande parte de sua extensão na época das chuvas. Em 2000, a UNESCO declarou a região como Zona-Núcleo da Reserva da Biosfera do Pantanal e em 2003 a reconheceu como Sítio Ramsar pela Convenção Ramsar de Áreas Úmidas. 

Para os visitantes, o Sesc Pantanal dispõe de um hotel especial que atende a estudantes, pesquisadores e aos aficionados da natureza. Há também o parque ecológico que oferece a oportunidade de vivenciar os costumes e as tradições pantaneiras; de conhecer as paisagens do Pantanal, a sua história, sua cultura e seus meios produtivos. As reservas podem ser feitas através do endereço https://www.sescpantanal.com.br/reservas.aspx 

Parque Estadual Encontro das Águas, Mato Grosso

Uma onça pintada descansando sobre o rio no Parque Estadual Encontro das Águas. Foto: Catarina Tokatjian

Criada em 2004, área protegida está dividida entre os municípios de Poconé e Barão de Melgaço. Seu objetivo é garantir a proteção dos recursos naturais e a locomoção segura das espécies da fauna nativa, preservando amostras significativas dos ecossistemas naturais existentes. Além de proporcionar oportunidades controladas para o uso público, educação e pesquisa científica.

O parque abriga a maior concentração de onças-pintadas do mundo por km². A abundância de onças é um atrativo que permitiu que o turismo de observação destes animais se desenvolvesse na região. As pousadas no entorno da unidade organizam a atividade, que atrai turistas e cientistas que esperam observar as onças-pintadas. 

Infelizmente, a visitação e a observação de fauna estão em risco neste que é um dos principais cartões-postais do Pantanal. As queimadas que assolaram Pantanal em 2021 atingiram 85% do território do parque: 92 dos 108 mil hectares do parque foram queimados.

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