Expedição documenta biodiversidade do Parque Nacional do Monte Roraima


Pipreola whitelyi, novo pássaro encontrado pelos pesquisadores. Foto: Ramiro Melinski

No final de 2019, mais de 60 pesquisadores, técnicos, estudantes, especialistas em diferentes grupos de animais e plantas, e indígenas da etnia Ingarikó realizaram o levantamento da biodiversidade da Serra do Sol, no Parque Nacional do Monte Roraima (RR). A expedição foi uma parceria entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Conselho do Povo Indígena Ingarikó (COPING), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e outras instituições de ensino e pesquisa.

Conforme Thiago Orsi Laranjeiras, analista ambiental do ICMBio e coordenador da expedição, a Amazônia é muito mais do que florestas úmidas em terras planas e baixas. Ele ressalta que poucas pessoas percebem que montanhas altas, com mais de 2 mil metros de altitude, emergem em várias porções da região e abrigam uma biodiversidade excepcional. A maioria dessas montanhas altas está em áreas remotas, fronteiriças e de difícil acesso, como é o caso da montanha Serra do Sol, dentro do Parque do Monte Roraima, que faz fronteira com a Venezuela.

A riqueza total de espécies registradas durante a expedição foi grande. A diversidade de invertebrados é enorme e a maioria das espécies ainda não é descrita pela ciência, ressaltam os pesquisadores. Duas espécies de pássaros foram documentadas pela primeira vez em território brasileiro. Novos registros para o Brasil também foram obtidos para plantas, sapos e serpentes.

O levantamento da biodiversidade da unidade de conservação é a primeira etapa para planejar estratégias e ações de conservação e desenvolvimento sustentável, além de aproveitar o potencial turístico. Os pesquisadores utilizaram diversas técnicas e métodos de observação e registros da fauna e flora, como: armadilhas luminosas para insetos, iscas para borboletas e abelhas; redes para peixes e pássaros e vários apetrechos para captura de lagartos e cobras. Escaladores subiram em árvores de mais de 30 metros para coleta de galhos com flores. Armadilhas fotográficas detectaram os mamíferos de difícil visualização direta. Gravadores automáticos registraram o canto das aves e sapos simultaneamente em locais diferentes. Um drone também foi utilizado para registrar as paisagens e identificar vias de acesso a serra e locais para boas amostragens.

Todo material coletado durante a expedição será depositado nas coleções científicas do INPA e da Universidade Federal de Roraima (UFRR). A consulta ao material poderá ser feita por qualquer pessoa.

A expedição será divulgada em formato de filme, com produção voluntária da Talking Images. Veja o teaser abaixo. 

 

*Com informações da Comunicação ICMBio

 

 

 

Post navigation

Anterior

Próximo

IEF seleciona voluntários para unidades de conservação mineiras

A oportunidades são para os Parques Estaduais do Ibitipoca, do Rio Doce e do Sumidouro. Educação ambiental e condução de grupos de visitação são algumas das atividades que serão desenvolvidas pelos voluntários.

Mais