Na última sexta-feira de noite (29/11), durante o evento para celebrar o Dia da Onça, foram revelados os dados do último censo da onça-pintada (Panthera onca) nos territórios do Parque Nacional do Iguaçu (PR) e do seu vizinho argentino, o Parque Nacional Iguazú. De acordo com o censo, a área de 380 mil hectares de Mata Atlântica possui hoje 105 felinos, 16% a mais do que havia no último levantamento.
O resultado foi muito comemorado pelos pesquisadores, já que os felinos foram praticamente extintos no parque nos anos 90. O crescimento da população é resultado da proteção do habitat da espécie, e do equilíbrio ambiental, o que inclui a ampla oferta de presas para saciar o apetite de um predador de topo de cadeia como a onça. As queixadas (Tayassu pecari), por exemplo, um dos pratos favoritos no cardápio, também reapareceram no território.
“O queixada é uma espécie que foi considerada extinta nessa região há 20 anos. É um item alimentar muito importante pra onça-pintada, e eles estarem voltando pro parque, estarem de volta é importante pra gente, é importante pras onças, a gente tá super feliz”, explica a coordenadora do Projeto Onças do Iguaçu, a bióloga Yara Barros.
A recuperação das populações de animais é fruto de um trabalho longo de monitoramento e educação ambiental e que desde 2009 une os parques brasileiro e argentino para realizar o censo bianual da onça-pintada na fronteira entre os dois países. Os números saltaram de uma população efetiva estimada em 50 indivíduos em 2008, para 90 indivíduos em 2016, e agora 105.
Estima-se que toda a Mata Atlântica abriga apenas cerca de 250 onças-pintadas, o que torna a população da região fronteiriça de vital importância para manutenção da existência do maior carnívoro das Américas.