O Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz (ES), localizado no litoral do Espírito Santo, em área atingida pelos rejeitos provenientes do rompimento da barragem de Fundão em 2015, receberá investimentos de R$ 13,4 milhões. Estes recursos serão usados para consolidação e estruturação da área protegida. O montante é parte do acordo de cooperação técnica firmado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão gestor do refúgio, e a Fundação Renova, entidade responsável pela mobilização para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Mariana (MG).
O acordo beneficiará também a Área de Proteção Ambiental Costa das Algas (ES) que integra junto com o refúgio o Núcleo de Gestão Integrada de Santa Cruz. Na primeira fase de consolidação, serão implementadas ações como aquisição e adequação de uma sede para as unidades, contratação de mão de obra e disponibilização de embarcações e veículos, além da elaboração do plano de manejo, que estabelecerá as regras de uso das unidades. Após a elaboração do Plano de Manejo serão definidas novas ações necessárias à efetiva consolidação das unidades, a serem custeadas pela Fundação Renova. O trabalho de planejamento das ações já foi iniciado.
O refúgio de Santa Cruz possui cerca de 17 mil hectares, sendo mais de 90% de área marinha, além de ecossistemas de manguezal e restinga, que abrigam grande biodiversidade de algas e invertebrados marinhos. Com os investimentos, a expectativa é que a área protegida possa aumentar as atividades de pesquisa e educação ambiental, além de promover o ordenamento do turismo. Já na Área de Proteção Ambiental (APA), com território de aproximadamente 114 mil hectares, o ICMBio prevê impactos positivos para a gestão e valorização das atividades de pesca de pequena escala, assim como o ecoturismo.
De acordo com o líder de ações de Biodiversidade da Fundação Renova, Bruno Pimenta, “a estruturação das unidades de conservação será fundamental para garantir que a gestão da área alcance os objetivos de criação, que são principalmente a preservação dos recursos naturais do Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz, sendo admitido apenas o seu uso indireto, e o ordenamento dos usos dos recursos naturais e ocupação do território na APA Costa das Algas. O projeto também será importante para servir de modelo e fortalecer outras unidades na costa do Estado e do Brasil”
*Com informações da Fundação Renova