Floresta Nacional de Capão Bonito inicia monitoramento de mico-leão-preto


O mico-leão-preto é uma das espécies de primata mais ameaçadas do mundo. Foto: Miguel Rangel/Ipê

A Floresta Nacional de Capão Bonito (SP) deu início em 2019 a um projeto de mapeamento permanente dos grupos de mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) que ocorrem dentro da área protegida, localizada no sul do estado paulista. O mico é endêmico da Mata Atlântica do interior de São Paulo e é considerado uma das espécies de primatas mais raras e ameaçadas do mundo. A Floresta Nacional é uma das áreas que abriga uma das maiores populações conhecidas do mico-leão-preto, mas pouco sabe-se sobre eles.

O projeto da Floresta Nacional tem como objetivo facilitar o acesso dos pesquisadores aos grupos conhecidos na área protegida atualmente, para produzir conhecimento sobre o estado de conservação da espécie, além de entender quais são as principais ameaças ao mico-leão-preto e mitigá-las.

Um estudo realizado em 2013 pelo pesquisador da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Lucas Caldano, constatou que a população da floresta nacional é uma das maiores conhecidas da espécie: 35 indivíduos. o que faz da espécie um dos principais alvos de conservação da área protegida. No entanto, como esses animais são pequenos e silenciosos, os registros oportunísticos são extremamente raros e o esforço para obter amostras mais significativas é alto.

O projeto é executado em conjunto com o Programa de Voluntariado do ICMBio, já que também é um objetivo despertar e fomentar o interesse pela espécie e sua conservação na região. Para buscar os animais, utiliza-se uma vocalização de longo alcance utilizada por eles para comunicação entre grupos. A gravação foi cedida pelo pesquisador e chefe do Centro de Conservação da Fauna do Zoológico de São Paulo, Cauê Monticelli.

Apesar da natureza arisca e do comportamento tímido dos micos, as primeiras saídas de campos já localizaram dois grupos. “O esforço foi alto, pois os grupos encontrados estavam em locais distantes, de difícil acesso, e os próprios voluntários chegaram ao melhor esquema de playback e sugeriram a busca nos mesmos locais mapeados pela equipe da UFSCar/Zoo SP/IPÊ, portanto a localização dos dois grupos foi uma conquista conjunta”, avalia a analista ambiental e coordenadora da pesquisa, Beatriz Beisiegel.

 

*Com informações da Comunicação ICMBio

 

 

 

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