Inea celebra 10 anos do programa de RPPNs com lançamento de livro


RPPN Santo Antônio, em Resende, uma das maiores reservas, com 538 hectares. Foto: Inea/Divulgação

“O que leva uma pessoa a pegar sua propriedade e transformá-la em um espaço de conservação da natureza, mesmo com todos os desafios que isso implica?” A pergunta feita pelo diretor de áreas protegidas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Paulo Schiavo, foi seguida por alguns segundos de silêncio nos quais a plateia parecia perceber o tamanho do compromisso assumido pelos proprietários de reservas particulares do patrimônio natural (RPPN). “O Estado tem por dever fazer isso. Vocês têm [feito] por carinho, por amor”, completou Schiavo. O sentimento de gratidão do diretor permeou todo o evento do Inea em comemoração aos 10 anos do Programa Estadual de RPPNs do Rio de Janeiro, durante o qual foi lançado um livro que traz o balanço de todo o trabalho desenvolvido que resultou na criação de 85 reservas, que protegem cerca de 8 mil hectares do estado.

O evento realizado na última quinta-feira (06/09) reuniu representantes das várias prefeituras do estado do Rio, da Confederação Nacional de RPPNs, da ONG SOS Mata Atlântica e de servidores do Inea, órgão gestor das unidades de conservação fluminense. Também participaram, é claro, os protagonistas do evento: os proprietários de reservas particulares ou “rppnistas”.

As reservas particulares são uma ferramenta estratégica para conservação da Mata Atlântica porque 80% do bioma encontra-se em terras privadas. Existem atualmente mais de 150 destas unidades no estado, que cobrem cerca de 14 mil hectares do território fluminense. Deste total, mais da metade são criadas em âmbito estadual.

O Programa Estadual foca em três linhas de ação: a mobilização itinerante que percorre cidades conscientizando as pessoas sobre o que é uma RPPN; o apoio à captação de recursos para área protegida; e as oficinas de capacitação para ajudar os proprietários a elaborarem o Plano de Manejo. O Inea também apoia o georreferenciamento da propriedade e o processo de averbação necessário para criar a reserva.

O livro lançado na última semana. Foto: Duda Menegassi

De acordo com a consultora do Programa e uma das autoras do livro, Roberta Guagliardi, a mobilização começou em 2009 e já passou por 63 municípios, com o objetivo de explicar o que é uma reserva particular e mostrar que a conservação também é uma alternativa para propriedade. A dona da RPPN Refúgio do Bugio, Cláudia Alonso, foi uma das pessoas que, quando soube da possibilidade de proteger uma parte do seu terreno onde ocorriam bugios iniciou o trâmite para criar sua reserva. “Eu digo que não sou dona da RPPN, porque essa reserva não é minha, ela é da sociedade como um todo, ela é do futuro. Eu sou apenas a guardiã, a guardiã do futuro”, pontua Cláudia.

O livro “10 anos de apoio à conservação da biodiversidade – Programa Estadual de Reservas Particulares do Patrimônio Natural” foi distribuído durante o evento de lançamento e a versão impressa também estará disponível para consulta na biblioteca do Inea. As 320 páginas da publicação também estarão futuramente disponíveis online no site do Inea, tanto em português quanto em inglês.

 

 

 

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