Em uma oficina participativa no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), realizada na semana passada, a proposta do Mosaico Veadeiros-Paranã de Áreas Protegidas foi apresentada a gestores e representantes de órgãos públicos e da sociedade civil. O objetivo do mosaico é promover a gestão integrada de 42 áreas protegidas do Cerrado em uma região considerada prioritária para a conservação da biodiversidade. Será o Mosaico com a maior concentração de áreas protegidas do Brasil.
“Essa foi uma etapa histórica para região, que há décadas já era um mosaico de fato, mas que agora poderá ter seu reconhecimento formal e seus consequentes benefícios de uma gestão integrada das áreas protegidas do território e, principalmente, boas e novas oportunidades para captação de recursos para esse novo instrumento”, ressalta Júlio Itacaramby, consultor do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que apoia a iniciativa.
Segundo ele, a Chapada dos Veadeiros é uma região estratégica para os recursos hídricos desta importante bacia. E a Serra Geral de Goiás, do outro lado do vale, também cumpre papel fundamental para manutenção do ciclo hidrológico em toda bacia do Rio Tocantins. Ao longo da Serra Geral de Goiás, há algumas das unidades de conservação que integram o Mosaico Veadeiros-Paranã de áreas protegidas.
Das 7 unidades de conservação municipais do Mosaico Veadeiros-Paranã, 4 foram criadas para proteger as fontes de abastecimento de água da população local. “Porém, é possível verificar que as UCs municipais estão com nível de implementação e gestão quase nulos, o que impede que as mesmas atinjam seus objetivos de garantir os recursos hídricos à população no longo prazo”, afirma.
O projeto Mosaico Veadeiros-Paranã irá fornecer assistência técnica aos gestores municipais para inserir as unidades de conservação no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), visando estimular a gestão destas UCs e viabilizar a captação de recursos para sua gestão. Um dos componentes da gestão integrada dessas áreas é o ecoturismo, com a consolidação de uma trilha de longo curso que poderá conectar todas as áreas, ressalta Júlio Itacaramby.
*Com informações da Comunicação ICMBio