Espécie rara de roedor é filmada na Reserva Extrativista Chico Mendes


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A pacarana, a espécie existente mais próxima dos maiores roedores que habitaram a América do Sul. Foto: Leonardo Kerber/Divulgação

Pesquisadores fizeram um registro inédito de uma família de pacaranas (Dinomys branickii) na Reserva Extrativista Chico Mendes (AC). O vídeo feito através de armadilhas fotográficas espalhadas pela reserva foi bem comemorado: o roedor é uma espécie rara, sobre a qual há poucas informações disponíveis. A esperança dos pesquisadores é que o monitoramento através das oito armadilhas fotográficas espalhadas pela reserva extrativista permita descobrir novas informações sobre os hábitos da espécie, que poucas vezes foi observada na natureza.

A pacarana ocorre na Bolívia, Peru e Colômbia, mas no Brasil o único estado com registros do animal é o Acre, onde está localizada a reserva. O animal é o único representante vivo da família de roedores conhecida por Dinomyidae, grupo que deu origem aos maiores roedores que já viveram na América do Sul.

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O flagra do grupo de pacaranas na Reserva Extrativista Chico Mendes. Foto: WWF-Brasil/Divulgação

O monitoramento da fauna na reserva, realizado pela WWF-Brasil com apoio de parceiros locais no estado, teve início no final do ano passado. Além das pacaranas, flagrou a presença de mais de 20 espécies de animais entre tatus (Dasypus sp), veados (Mazama sp.), macacos-guariba (Alouatta seniculus), macacos-prego (Cebus apela), jaguatiricas (Leopardus pardalis), gambás (Didelphis albiventris), jacamim-de-costas-cinzentas (Psophia crepitans) e cutias (Dasyprocta agouti). Ao todo, foram feitos 120 registros.

Além das 8 armadilhas instaladas em dezembro de 2017, outras 12 serão instaladas até o final de abril deste ano. As câmeras espalhadas no interior da floresta ajudam também a monitorar o impacto das atividades madeireiras – permitidas de forma sustentável dentro da reserva extrativista – na vida dos seus habitantes mais ilustres: a fauna nativa da Amazônia.

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Equipe instala uma das armadilhas fotográficas dentro da Resex. Foto: Felipe Spina/WWF-Brasil

“Enxergamos esta iniciativa de maneira positiva, por isso vai melhorar a qualidade do nosso trabalho. Sabendo dos impactos que a atividade madeireira tem na fauna, teremos como estruturar melhores práticas e ter informações mais consistentes para colocar nos nossos projetos. Queremos mostrar que, com o devido cuidado, é possível fazer a exploração e minimizar os impactos aos animais das áreas que são exploradas”, afirmou o engenheiro florestal Jardel Freitas, da Cooperativa dos Produtos Florestais Comunitários (Cooperfloresta), uma das parceiras do projeto.

A Associação dos Moradores e Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes em Xapuri (Amoprex) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) são as outras instituições parceiras.

 

*Com informações WWF-Brasil

 

 

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