Mutirão pinta as primeiras setas e pegadas da Trilha Transmantiqueira


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Placa do Parque Nacional do Itatiaia ganha as cores da Transmantiqueira. Foto: Hugo Castro

Entre os dias 23 e 25 de fevereiro, foi dada a largada inaugural na sinalização da Trilha Transmantiqueira, um projeto de trilha de longo curso que irá percorrer mais de 750 km pelos caminhos da crista da Serra da Mantiqueira. Foram dois dias de sinalização no trecho da Travessia da Serra Negra, de 31km, dentro do Parque Nacional do Itatiaia (RJ). A ação foi precedida por um seminário para ensinar as regras e critérios de sinalização aos cerca de 30 voluntários que participaram do evento.

Entre os participantes estavam o gestor do parque, Gustavo Tomzhinski, o coordenador de uso público, Leonardo Cândido, e o assessor da coordenação-geral de uso público do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fábio Araújo. Além deles, participaram representantes municipais e do Mosaico da Mantiqueira, guarda-parques, condutores e guias de turismo, além de montanhistas e membros da sociedade civil.

Idealizador do projeto da trilha de longo curso, Hugo Castro liderou os voluntários durante os três dias de evento e comemorou o local onde foi dado o pontapé inicial da sinalização. “O Itatiaia é o primeiro parque nacional do Brasil, então tudo que fazemos lá ecoa para as outras unidades de conservação. É um marco muito importante para Transmantiqueira e não poderia ser um melhor lugar para começarmos”, conta Hugo.

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Sinalização durante o mutirão da Transmantiqueira. Foto: Hugo Castro

A travessia da Serra Negra corresponde ao setor 14 da Transmantiqueira, próximo da reta final da trilha que cruza 37 municípios ao longo dos três estados que abrigam a Serra da Mantiqueira: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de um atrativo para montanhistas, o percurso será também um conector entre mais de 20 unidades de conservação, como o próprio Itatiaia (RJ), os parques estaduais de Campos do Jordão (SP) e da Serra do Papagaio (MG), e o Monumento Natural Municipal da Pedra do Picu (MG).

A conservação da crista da Mantiqueira, aliás, é uma das principais metas da trilha que pretende somar forças com as áreas protegidas em nome desse objetivo comum. “Somente um projeto dessa magnitude terá capacidade de ser um catalizador de ações necessárias para mitigar os impactos existentes e apoiar a preservação da serra, além de criar um corredor ecológico para fauna, garantindo o fluxo gênico das espécies e a recuperação de áreas degradadas”, acredita Hugo.

Nas pegadas amarelas símbolo da Transmantiqueira é possível distinguir o contorno emblemático da araucária (Araucaria angustifolia) e do pinhão, protagonistas cênicos da caminhada na serra. Além das pegadas, a travessia da Serra Negra receberá mourões e estacas em alguns trechos para complementar a sinalização pintada. De acordo com Hugo, além da sinalização foi possível avançar em outras frentes de trabalho, principalmente através da formação de novos grupos para coordenar as ações em outros setores da trilha. “Nós já tínhamos dois grupos de trabalho, no setor da Pedra do Picu e da Serra Negra, e outro na travessia da Serra Fina. Com o seminário, conseguimos formar outros dois grupos, um para a região de Visconde Mauá, em parceria com a equipe do Parque Estadual da Pedra Selada (RJ), e outra no Parque Estadual do Papagaio, o último trecho da Transmantiqueira”, explica. Ele acrescenta ainda que o movimento também já está em contato com as equipes do Parque Estadual de Campos do Jordão e do Monumento Natural Pedra do Baú (SP). “Se todas essas frentes se consolidarem, estaremos com 70% de toda trilha com alguma frente de trabalho”, comemora Hugo, que acredita ainda que até o final do ano pelo menos 30% de toda a trilha estará sinalizada.

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Participantes do mutirão de sinalização. Foto: Trilha Transmantiqueira/Divulgação

 

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