ONGs brasileiras se unem para fortalecer unidades de conservação privadas


Reserva Natural Salto Morato. Foto: Adrian Moss
Reserva Natural Salto Morato. Foto: Adrian Moss

As três principais ONGs brasileiras que destinam recursos para criação, conservação e manutenção de unidades de conservação (UCs) privadas – Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, SOS Mata Atlântica e WWF – reuniram-se com a Confederação Nacional de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), no final de junho, para definir novas formas de fortalecer essas áreas protegidas. Segundo as representantes das instituições, é preciso ampliar o trabalho de articulação da Confederação Nacional. O encontro foi realizado na Reserva Natural Salto Morato.

Uma RPPN é uma das doze categorias de UC previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e tem como principal função mobilizar o cidadão a conservar parte da biodiversidade existente em sua propriedade particular. Atualmente, o Brasil possui mais de 1.200 RPPNs que juntas protegem quase 700 mil hectares de áreas naturais.

Para Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, o objetivo de trabalhar em conjunto é ampliar a visibilidade das RPPNs no cenário nacional. “Estamos aliando esforços para que as RPPNs brasileiras tenham mais apoio e representatividade – principalmente na melhoria das politicas públicas – e para que estejam cada vez mais inseridas na sociedade, contribuindo para a geração de renda e de conhecimento”, explica.

Segundo Márcia Hirota, diretora executiva da SOS Mata Atlântica, as reservas particulares possuem grande importância no fornecimento dos serviços ambientais, como produção de água, proteção da biodiversidade e dos solos, além da manutenção de um microclima favorável. “Nas RPPNs, todos esses benefícios são mantidos devido aos esforços dos proprietários privados, sem que nenhum ônus da conservação recaia sobre o poder público”, afirma. Para Márcia, as reservas privadas representam um esforço complementar às iniciativas governamentais de conservação “e devem ser valorizadas e reconhecidas”, conclui.

Com tantos benefícios, a coordenadora do programa Mata Atlântica da WWF Brasil, Anna Carolina Lobo, destaca que o governo precisa encorajar a criação e gestão correta de RPPNs. “É preciso que todas as reservas particulares tenham plano de manejo e que eles sejam colocados em prática, por exemplo. Esse é um instrumento simples e estratégico que oferece o direcionamento necessário para que a UC cumpra o seu papel de proteção da biodiversidade”, ressalta.

De acordo com Laércio de Sousa, presidente da Confederação Nacional, as agendas das ONGs ambientalistas participantes da reunião estão alinhadas com os objetivos da instituição. “Todos se mostraram interessados em atuar juntos”, afirma. Ele conta que após esse evento, serão delimitados os focos de atuação para que haja mais apoio para as RPPNS e que sejam ouvidas as reivindicações de seus proprietários. Um documento compilando essas ações está sendo preparado, com previsão de divulgação durante a oitava edição do Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, um dos maiores eventos da América Latina sobre o tema e que acontece de 21 a 25 de setembro, em Curitiba (PR).

 

*Com informações da Assessoria de imprensa da Fundação Boticário

 

 

 

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