A missão de uma unidade de conservação não é apenas proteger a natureza como está, mas recuperar as áreas em que ela foi degrada. Criada em 1994, a Estação Ecológica Estadual do Caiuá (PR) corresponde a um importante remanescente florestal, porém as ações do homem anteriores a sua criação ainda deixam suas marcas dentro da unidade. Para reverter isso, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em parceria com a prefeitura de Diamante do Norte, lançou no sábado (11/11) o projeto Caminhos da Cachoeira. O objetivo é recuperar uma antiga cachoeira da Estação Ecológica e o lago que existe no perímetro urbano do município.
Para marcar o início do projeto, durante o lançamento foi feita uma campanha de recolhimento de lixo ao longo de 1,3 km nas margens do ribeirão. A ação, que reuniu 60 pessoas, entre moradores locais, voluntários e autoridades do município, coletou 250 quilos de lixo.
A iniciativa prevê a revitalização das águas do ribeirão Diamante e as matas ciliares do entorno para recuperar o ecossistema local. No planejamento do projeto estão ações de educação ambiental junto à comunidade, ações para conservação de solo, contenção de sedimentos das galerias pluviais no perímetro urbano e recolhimento de lixo doméstico.
De acordo com o chefe regional do IAP no noroeste do estado, onde está a Estação, Mauro Braga, ao longo dos últimos 25 anos, a ação do homem contribuiu para a degradação da mata ciliar, má conservação de solos, alteração de profundidade, assoreamento, aparecimento de espécies exóticas, presença de lixo doméstico e destinação inadequada das águas de galerias pluviais. “Tudo isso provocou perda na biodiversidade local e na qualidade da água, que agora precisam ser recuperadas”, conclui.
