Floresta Nacional do Araripe-Apodi
A Flona do Araripe-Apodi foi a primeira Floresta Nacional do país. Criada em 1946, ela compreende uma área de grande importância para manutenção dos recursos hídricos no clima semi-árido da Caatinga. Localizada na Chapada do Araripe, a Flona é uma zona de encontro da Caatinga, bioma predominante, com Cerrado e Mata Atlântica.
Floresta Nacional do Araripe-Apodi |
Esfera Administrativa: Federal |
Estado: Ceara |
Município: Barbalha, Crato, Jardim, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri |
Categoria: Floresta |
Bioma: Caatinga |
Área: 38.919,47 hectares |
Diploma legal de criação: Decreto Lei n° 9.226, de 02 de maio de 1946. Ampliado pelo Decreto s/n, de 05 de junho de 2012. |
Coordenação regional / Vinculação: CR6 -Cabedelo - ICMBio |
Contatos: Floresta Nacional do Araripe-Apodi
Endereço: Praça Joaquim Fernandes Teles - S/N - Crato/CE CEP: 63.100-000 E-mail: flonaararipeapodi.ce@ibama.gov.br Telefone: (88) 3521-1529 // (88) 3523-1999 |
Índice
Localização
A Flona está localizada a 10 quilômetros do município cearense de Crato; 12km de Santana do Cariri; 12km de Barbalha; e 18km de Jardim.
Como chegar
O acesso à Flona pode ser feito pela BR-122; pela CE-060 para quem vem de Jardim ou Barbalha; pela CE-292 para quem vem por Crato ou Nova Olinda; ou pela CE-494 a partir de Crato.
Ingressos
Não há cobrança de ingressos.
Onde ficar
Objetivos específicos da unidade
Uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas
Histórico
A Floresta Nacional do Araripe-Apodi, que completou 70 anos em 2016, foi uma das primeiras áreas protegidas do Brasil e a primeira Floresta Nacional do país. Sua criação foi motivada pela necessidade de manter as fontes de água do semiárido e impedir o avanço da desertificação no Nordeste.
Em 2 de maio de 1946, o então presidente do Brasil, Eurico Gaspar Dutra, assinou o Decreto 9.226 que determinava a criação da Flona, administrada atualmente pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. A unidade abrange os municípios cearenses de Santana do Cariri, Crato, Barbalha, Missão Velha e Jardim.
Criada em duas glebas distintas – uma na Serra do Araripe, que abrange, além do Ceará, os estados de Pernambuco e Piauí; e a outra, na Serra do Apodi, entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte –, a Floresta Nacional do Araripe-Apodi nasceu subordinada ao Serviço Florestal, ligado na época ao Ministério da Agricultura.
A sua localização foi definida conforme as prioridades apresentadas pelos gestores ambientais da época, com a água no semiárido e o combate ao avanço do processo de desertificação no Nordeste. As chapadas do Araripe e do Apodi são conhecidas como duas grandes cisternas que captam as águas durante a estação das chuvas, liberando-as para a flora e a fauna e para as populações sertanejas, ao longo da estação seca.
Estudos feitos nos anos 1990, que embasaram a criação da APA Chapada do Araripe, contígua à Flona do Araripe-Apodi, identificaram 307 fontes jorrando das faldas (base das montanhas) do Araripe, sendo oito vazando para a bacia do Parnaíba, 54 para a bacia do São Francisco e 245 para a bacia do Jaguaribe.
Não é por acaso que nas secas calamitosas que assolam o Nordeste, os brejos úmidos do Araripe e do Apodi constituem áreas de refúgio para a fauna e berço de recursos para as comunidades do entorno.
A criação da UC provocou forte resistência dos latifundiários locais, que detinham o poder político e conseguiram impedir a demarcação da gleba Apodi e retardar por 37 anos a demarcação da gleba Araripe. Diversos chefes da Flona defenderem arduamente a biodiversidade nativa em suas variadas formas e o interesse coletivo das presentes e futuras gerações.
O plano de manejo prevê o extrativismo sustentável das vagens da Dimorphandra gardneriana (faveira); dos frutos do Caryocar coriaceum (pequizeiro); e da Hancornia speciosa (mangabeira); do látex da Himatanthus drasticus (janaguba) e a coleta de lenha seca para uso doméstico das famílias de baixa renda. O objetivo é garantir a segurança alimentar e nutricional e gerar ocupação e renda para as comunidades que vivem tradicionalmente desses recursos.
A Flona Araripe-Apodi recebe mais de 10 mil visitantes por ano para desenvolvimento de atividades de ecoturismo e de educação ambiental. A ideia é desenvolver um ecoturismo de base comunitária em parceria com instituições como Senac e Sebrae e ONGs como a Associação dos Condutores e Amigos da Floresta Nacional do Araripe (Acafa).
A educação ambiental dá suporte aos especialistas nessa área que desejam desenvolver atividades na UC, bem como apoia as comissões de meio ambiente e qualidade de vida das escolas da zona de amortecimento da UC.
Atrações
Aspectos naturais
Área de tensão ecológica com ocorrência de cerrado, cerradão, carrasco e floresta úmida.
Relevo e clima
O clima na Flona é tropical chuvoso.
A Flona está localizada no platô da Chapada Araripe, divisora d'água das bacias do Jaguaribe e do São Francisco. A UC apresenta um relevo tabular, com curvas de nível que variam de 760m até 920m.
Fauna e flora
Já foram registradas mais de 200 espécies de aves na Flona do Araripe-Apodi. Entre elas, 15 exclusivas do Brasil e uma endêmica da região, o soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni). A Flona é habitat de algumas espécies ameaçadas de extinção como o zabelê (Crypturellus noctivagus), a jacucaca (Penelope jacucaca) e o araponga-de-barbela (Procnias averano averano).
Problemas e ameaças
Entre os maiores problemas enfrentados pela Flona Araripe, estão a pressão antrópica (do homem) decorrente da metropolização do Cariri cearense, os incêndios florestais, a caça ilegal, o lançamento de lixo por parte de usuários das estradas que cortam a UC e por visitantes, o atropelamento de fauna e o vandalismo.
Fontes
http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-nacional-de-ucs/consulta-por-uc