Área de Proteção Ambiental (APA) Gama Cabeça-de-Veado
APA Gama Cabeça-de-Veado.
Área de Proteção Ambiental (APA) Gama Cabeça-de-Veado |
Esfera Administrativa: |
Estado: Distrito Federal |
Município: Brasília – R.A I (1%), Núcleo Bandeirante R.A – VIII (22%), Santa Maria – R.A XIII (9%), Lago Sul – R.A XVI (65%), Candangolândia R.A XIX (3%) |
Categoria: Área de Proteção Ambiental |
Bioma: Cerrado |
Área: 25.000 ha |
Diploma legal de criação: Decreto nº 9.417, de 21 de abril de 1986. |
Coordenação regional / Vinculação: |
Contatos: |
Índice
Localização
Área de proteção ambiental Gama Cabeça de Veado possui uma área de 25.000 hectares com o perímetro de aproximadamente 67.000 metros, abrangendo as seguintes regiões administrativas: Brasília, Lago Sul, Santa Maria, Núcleo Bandeirante e Candangolândia. Localizado na coordenada 15°52'25.1"S 47°52'34.6"W. Limita-se à sudoeste com a Estrada Parque Ipê DF-065, a oeste com a Estrada Parque Indústria e Abastecimento, à sudeste faz limite com a DF-140.
Como chegar
Partindo da rodoviário do plano piloto siga no sentido leste em direção a Esplanada dos Ministérios, pegue a primeira saída via L2 sul após o Museu Nacional, na altura da quadra CLS 402 curve a esquerda e percorra a 1,3 km para acesso a ponte Presidente Costa e Silva, em seguida fique à esquerda para se manter na via EPDB (QL 11 à QL 29), prossiga por 4,1 km, na altura da quadra QI 17 curva a direita, em seguida dobre à esquerda no conjunto 1 da quadra QI 17, siga ao final da rua dobre a direita e em seguida acesse à esquerda no conjunto 11/14 da quadra QI 17, continue na via principal por 1,3 km até o acesso do APA Gama Cabeça de Veado. Vias de acesso: Estrada Parque Ipê (EPIP) DF-065, Estrada Parque Contorno (EPCT) DF-001, Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA), DF-140, DF-002, DF-463 e DF-473, DF-055, DF-002.
Ingressos
A Área de Proteção Ambiental (APA) Gama-Cabeça de Veado engloba a Fazenda Água Limpa, o Jardim Botânico de Brasília e a Reserva Ecológica do IBGE.
O ingresso ao Jardim Botânico está especificado no Decreto nº 36.866, de 9 de novembro de 2015, que fixa o valor para cobrança do ingresso e as gratuidades.
Art. 1º O preço do ingresso para visitação ao Jardim Botânico de Brasília – JBB é fixado em R$ 5,00, por pessoa.
§ 1° Estão isentas de pagamento de ingressos mediante apresentação de documento oficial de identificação:
I – crianças até 12 anos de idade incompletos;
II – portadores de necessidades especiais;
III – pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
§ 2° Cabe ao Diretor do Jardim Botânico de Brasília definir, por meio de ato próprio, outras situações de isenção da cobrança de ingresso.
O ingresso a Fazenda Água Limpa é limitada para funcionários da fazenda, pesquisadores, professores, e alunos da Universidade de Brasília - UnB. O acesso é gratuito.
Onde ficar
Objetivos específicos da unidade
Criada pelo Decreto nº 9.417 de 21 de abril de 1986, de acordo com o Art. 2º, essa APA apresenta os seguintes objetivos: Garantir a conservação e a preservação do ecossistema natural ainda existente na bacia, em especial as porções incluídas nas áreas da Reserva Ecológica do Jardim Botânico de Brasília, da Reserva ecológica da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, da Área de Relevante Interesse Ecológico Capetinga/Taquara; Promover a restauração das áreas alteradas por desmatamento, retirada de terra, cascalho areia, pedra ou argila ou por processos erosivos, plantio de essências exóticas e estabelecimentos de plantas invasoras; Assegurar condições à realização de pesquisas integradas, integradas, interinstitucionais, de ecologia, levantamento e manejo de recursos naturais, com participação da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, Companhia de Águas e Esgoto de Brasília, Fundação Universidade de Brasília, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e outras instituições interessadas; Garantir a proteção qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos existentes na bacia e contribuir para a redução do assoreamento e poluição do Lago Paranoá; Disciplinar a ocupação da área de forma a garantir a preservação do meio ambiente e conservação dos recursos naturais.
Histórico
A APA Gama e Cabeça de Veado foi criada pelo Decreto Distrital nº 9.417 de 21/04/1986 com o objetivo de proteger os recursos hídricos da bacia do Paranoá e o cerrado, assim como incentivar o desenvolvimento sustentável. Essa APA apresenta o maior número de áreas de preservação e proteção dentro do seu território e o seu nome é consequência da existência da bacia dos ribeirões Gama e Cabeça de Veado
Além disso, a APA tem função de amortecimento para outras unidades de conservação, como a EEAE ‑ Estação Ecológica Águas Emendadas, FAL‑UnB - Fazenda Água Limpa, a EEIBGE ‑ Estação Ecológica do IBGE, a Estação Ecológica do Jardim Botânico, Áreas de Relevante Interesse Ecológico ARIE’s: Capetinga, Taquara, Santuário da Vida Silvestre do Riacho Fundo e Cerradão (ARAÚJO, 2010). O decreto de sua criação dotou-a de um zoneamento em que foram definidas a Zona de Uso Indireto ou Zona de Vida Silvestre e Zona de Uso Direto ou Zona Tampão ou de Amortecimento.
Atrações
Dentro dessa APA estão importantes centros de pesquisa, como as Estações Ecológicas da Universidade de Brasília, do Jardim Botânico e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fazenda Experimental Água Limpa (UnB), o Jardim Zoológico e as ARIEs de Riacho Fundo, Capetinga‑Taquara e Cerradão, além disso, também se encontra o Catetinho que foi a primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek e hoje é um importante museu.
Aspectos naturais
Relevo e clima
Apresenta relevos movimentados, com característica de solos mais rasos do tipo Cambissolo nesses locais com a presença de ardósias, na porção sudoeste da APA, relevos mais planos com solos hidromórficos, sendo compostos por vales onde são vistas matas de galeria e veredas. Solos do tipo predominante no Cerrado sensu stricto que são o Latossolo Vermelho Amarelo e Vermelho Escuro são encontrados nos relevos de caráter suave do Pediplano de Brasília, predominante na região. Em relação às bacias do Gama e Cabeça-de-Veado, 4 tipos de relevo são caraterísticas: níveis aplanados, encostas, planícies aluviais e campos de murundus. Uma questão problemática na APA em relação ao relevo é a ocupação urbana de áreas com declividade acima do permitido para tal ,ou seja, conforme determinação no CONAMA, que visa evitar com que existam graves consequências ambientais e sociais provenientes de processos erosivos no local, a ocupação apenas de locais com inclinação abaixo de 10% não está sendo respeitada, principalmente na região de loteamentos de mansões do Park Way. O clima é característico da região do DF, sendo, portanto, sazonal com 2 estações definidas: um período seco de longa estiagem, entre os meses de abril e setembro e um período chuvoso, entre outubro e março.
Fauna e flora
A Área de Proteção Ambiental (APA) Gama Cabeça-de-Veado apresenta uma enorme riqueza de espécies de fauna e flora. Há inúmeras espécies raras e endêmicas, algumas sofrendo grande risco de extinção.
Fauna Os mamíferos encontrados na APA são: “paca” (Cuniculus paca), “rato-de-chão” “gambá-de-orelha-branca” (Didelphis albiventris), “rato-calunga” (Cerradomys subflavus), “morcego” (Myotis nigricans), “jaguatirica” (Leopardus pardalis), “cangambá” (Conepatus semistriatus), “rato-da-árvore” (Rhipidomys mastacalis). Os anfíbios que se destacam na área são: “rã” (Leptodactylus furnarius), “rã-assobiadora” (Leptodactylus fuscus), “rã-pimenta” (Leptodactylus labyrinthicus), “rã-manteiga” (Leptodactylus ocellatus), “rã” (Leptodactylus syphax). Dentre os répteis: “coral-falsa” (Apostolepis ambinigra), “papa-aranha” (Philodryas agassizii), “caninana” (Spilotes pullatus), “jararaca-do-banhado” (Mastigodryas bifossatus), “cobra-cipó” (Chironius quadricarinatus), “salamanta” (Epicrates cenchria).
Flora A área apresenta grande heterogeneidade ambiental correspondendo a quase todas as fitofisionomias do Cerrado: Campo Limpo, Campo Sujo, Cerrado stricto sensu, Cerradão, Veredas e Mata de Galeria. Entre as espécies arbóreas destacam-se: “vassoura de bruxa” (Ouratea hexasperma), “canela de velho” (Aspidosperma subincanum), “pau terra da folha miúda” (Qualea parviflora), “Pau terra da folha grande” (Qualea grandiflora), “Copaíba” (Copaifera langsdorffi), “pau d’óleo” (Hymenaea caurbaril), “Mandiocão” (Dydimopanax macrocarpum), Virola Sebifera, “pau-santo” (Kielmeyera coriácea). As herbáceas e arbustivas que mais se destacam são: “Capim flexinha” (Echinolaena inflexa), Axonopus marginatus, Ichnanthus camporum. As espécies que chamam atenção por sua beleza são: “Canela de Ema” (Vellozia squamata), “flor do cerrado” (Calliandra dysantha).
Problemas e ameaças
A Área de Proteção Ambiental Gama Cabeça de Veado enfrenta problemas que são comuns não só lá, mas em unidades de conservação de todo o cerrado. A maior ameaça é o fogo. A expansão agrícola e pecuária tem contribuído muito para o aumento da frequência e da intensificação de queimadas. O crescimento desordenado da produção agrícola e da pecuária no Cerrado tem influência direta sobre a paisagem e gera mudanças drásticas na dinâmica do bioma, afetando, inclusive, o regime do fogo. O fogo pode ocasionar prejuízos drásticos na preservação da biodiversidade. Outros problemas que a APA enfrenta são criação de moradias individuais e condominiais e turismo desordenado.
Fontes
ARAÚJO, M. D. F. S.. Recuperação de área degradada: uma ação para requalificação de lote residencial. Oculum Ensaios, n. 11-12, p. 30, 2010.
Decreto nº 9.417 de 21 de abril de 1986. DODF de 24.04.1986. (revogado pelo Decreto 11.122 de 10 de junho de 1988). Disponível em: <http://www.seduh.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2017/10/decreto_9417_21041986.pdf> Acesso em: 26/11/2019.
Governo de Brasília. Brasília Ambiental, 2018. APA Gama e Cabeça de Veado. Área de Proteção Ambiental das Bacias do Gama e Cabeça de Veado. Disponível em: <http://www.ibram.df.gov.br/apa-gama-e-cabeca-de-veado/> Acesso em: 25/11/2019.
Subsídios ao zoneamento da APA Gama-Cabeça de Veado e Reserva da Biosfera do Cerrado : caracterização e conflitos socioambientais. – Brasília : UNESCO, MAB, Reserva da Biosfera do Cerrado, 2003. 172p.