Floresta Nacional do Amaná

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Floresta Nacional do Amaná
Esfera Administrativa: Federal
Estado: Para
Município: Itaituba (PA), Jacareacanga (PA), Maués (AM)
Categoria: Floresta
Bioma: Amazônia
Área: 682618,80
Diploma legal de criação: Dec s/nº de 13 de fevereiro de 2006 e Dec s/nº de 11 de maio de 2016
Coordenação regional / Vinculação: CR3 – Itaituba
Contatos: Endereço: Av. Marechal Rondon S/N - Aeroprto Velho - Itaituba/PA - CEP: 68.181-010

E-mail: flonaamana.pa@ibama.gov.br e ricardo.jerozolimski@icmbio.gov.br
Telefone: (93) 3518-1530

Localização

A região da FLONA abrange os municípios em que a Unidade Conservação está inserida, no caso Jacareacanga e Itaituba, bem como sua Zona de Amortecimento (configura-se como uma proposta até que se defina a zona por instrumento jurídico específico) envolvendo tanto Jacareacanga como Itaituba e Maués.

Como chegar

O acesso aéreo se dá a partir aeronaves fretadas, em qualquer centro urbano ou pista estruturada da região, uma vez que existem diferentes pistas de pouso no interior da Unidade. Em geral essas pistas possuem boas condições de uso no período de seca, porém, com o período chuvoso os pousos e aterrissagens ficam comprometidos, uma vez que são pistas pequenas e a manutenção é esporádica (exceção se faz aos garimpos com maior movimento). A partir do Km-180 (comunidade Nova Esperança) partem aviões particulares, com frequência, para os diversos garimpos inseridos na FLONA, que possuem pista de pouso em uso.

Os acessos terrestres são dados pela rodovia BR 230 (Transamazônica), por duas estradas, tanto partindo de Itaituba como de Jacareacanga.

A partir da sede municipal de Itaituba, transita-se pela Transamazônica, sentido Jacareacanga, passando pela comunidade Nova Esperança (aproximadamente no km 180), a localidade Sol Nascente (aproximadamente no km 254), a divisa dos municípios de Itaituba com Jacareacanga que nesse trecho é o Igarapé do Coatá Pequeno, um pouco mais abaixo, foi construída uma vicinal que dá acesso à propriedade do Senhor conhecido como Francisco ou Chicão. Por essa estrada é possível adentrar na Unidade de Conservação.

Outro acesso terrestre, que permite entrar na porção sul da FLONA, também é pela Transamazônica partindo de Jacareacanga (aproximadamente 42 km) ou Itaituba (aproximadamente 315 km), chegando-se próximo as coordenadas 5º90'S e 57º69’W na BR230. A partir desse ponto, apenas por moto, é possível entrar na Unidade de Conservação utilizando a antiga estrada aberta por madeireiros e que atualmente leva a área utilizada pelo senhor Silvano.

Esses acessos terrestres, quando da época chuvosa, ficam em situação precária, inclusive na Transamazônica, podendo a viagem entre Itaituba e Jacareacanga, que durante o período seco pode ser feito em 7 horas, na época da chuva, se não houver obstáculos na pista como caminhões quebrados, pode-se demorar dois dias pela precariedade da estrada.

Ingressos

Onde ficar

Objetivos específicos da unidade

Objetivos básicos de promover o manejo de uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, a manutenção e a proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade, bem como o apoio ao desenvolvimento de métodos de exploração sustentável dos recursos naturais.

Histórico

A criação da FLONA do Amaná, juntamente com outras unidades de conservação na região, veio ao encontro das medidas de ordenamento territorial e proteção ambiental adotadas pelo Governo Federal conhecido como o Plano Amazônia Sustentável (PAS).

Uma das primeiras ações do Plano BR-163 Sustentável foi a criação de um mosaico de unidades de conservação com o intuito de reduzir o processo de ocupação desordenado e predatório, permitindo a preservação da floresta e, ao mesmo tempo, sua exploração sustentável.

Atrações

Aspectos naturais

Geologia

A Floresta Nacional do Amana está inserida na porção centro-sul do Cráton Amazônico, que tem sua evolução ligada essencialmente ao Arqueano e ao Proterozóico.

Solo

Ocorre ampla predominância de Argissolos vermelho-amarelos, com 39,34% da área total. Em menor proporção ocorrem Latossolos amarelos, com 23,44% da área da UC, Argissolos amarelos, com 22,83%, Argissolos vermelhos, com 10,06%, e Gleissolos háplicos com 4,35%. Os argissolos vermelho-amarelos ocupam parte dos setores sul, central e oeste da FLONA, enquanto os latossolos amarelos se distribuem por parte dos setores sul, central, leste e oeste. Os argissolos vermelhos ocorrem no setor norte e os latossolos amarelos nos setores centro-sul e norte. Gleissolos concentram-se ao longo dos principais vales fluviais.

Hidrografia

Contém em seus limites áreas de três sub-bacias principais, referentes aos rios Tapajós, Parauari e Amana. A sub-bacia do rio Tapajós possui área de 1.549,9 km² ou 154.990,3 hectares, que correspondem a 28,7% da área total da FLONA. A sub-bacia do rio Parauari apresenta área de 1.043,6 km² ou 104.361,4 hectares, que correspondem a 19,3%. A maior sub-bacia, do rio Amana, compreende uma área de 2.814 km² ou 281.396,3 hectares, que correspondem a 52% da área total da Floresta Nacional do Amaná.

Relevo e clima

Relevo

A FLONA situa-se em uma área de relevo ondulado, chegando a 300m de altitude, intercalado pela rede de drenagem onde estão as áreas de solo aluvial.

Clima

As condições climáticas da região da UC indicam uma temperatura do ar elevada, com média anual de 25,6º. A umidade relativa é superior a 80%, em quase todos os meses do ano.

Com relação à precipitação pluviométrica, observa-se que os índices anuais estão em torno de 2.000mm, com distribuição irregular ao longo dos meses.

Fauna e flora

Fauna

Na rica fauna da região da FLONA, foram registradas, ao todo, 61 espécies de mamíferos. Esse conjunto inclui espécies que indicam as condições ambientais do território em que vivem espécies como: ariranhas, onças, saguis, guaribas, macaco-prego, veados e morcegos. Tais registros sugerem que as cadeias alimentares locais encontram-se bem estruturadas e denotam importância à FLONA como área protegida.

Apenas duas espécies encontram-se na lista oficial das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção: a onça-pintada e a ariranha, ambas carnívoras de topo da cadeia alimentar, que necessitam de áreas amplas e em bom estado de conservação. Todos os mamíferos registrados apresentam interesse científico.

Das 21 espécies endêmicas de aves na região do interflúvio Tapajós-Madeira, dez foram registradas dentro da FLONA: Aburria cujubi nattereri, Pyrrhura perlata, Picumnus aurifrons borbae, Dendrocolaptes hoffmannsi, Myrmeciza ferruginea elata, Myrmotherula longipennisochrogyna, Myrmotherula leucophthalma phaeonota, Lepidothrix nattereri, Rhegmatorhina berlepschi e Skutchia borbae. Entre essas, ao menos quatro merecem atenção especial por figurarem em listas vermelha de aves ameaçadas de extinção no Brasil: jacupiranga Penelope pileata, jacamim-das-costas-verdes Psophia viridis, ararajuba Guarouba guarouba e beija-flor Discosura langsdorffi.

Um total de 54 espécies de répteis e 19 de anfíbios foram registradas para a FLONA e seu entorno. Os anfíbios compreenderam espécies de anuros, enquanto os répteis subdividiram-se em quatro quelônios, dois crocodilianos, 24 lagartos e 24 serpentes. Nenhuma dessas espécies é considerada sob ameaça. Os quelônios em geral são os mais pressionados pelas comunidades regionais por participarem de sua base alimentar.

Entre espécies venenosas e peçonhentas de interesse médico, são relevantes os registros locais das serpentes jararaca ou surucucu, papagaia, pico de jaca e as corais Micrurus lemniscatus e M.surinamensis. Quanto a anfíbios, pequenos sapos da família Dendrobatidae apresentam toxinas cutâneas (alcalóides) que podem atuar sobre o sistema nervoso. Além da herpetofauna, também são de interesse médico alguns artrópodes que foram encontrados em campo, tais como os aracnídeos (escorpiões, aranhas armadeiras, lacraias) e insetos (abelhas, vespas e determinadas formigas e larvas urticantes de borboletas e mariposas).

Nos levantamentos de campo da AER foram coletados 3.714 exemplares de 172 espécies de peixes, em sua maioria peixes de escamas. Nenhuma das espécies capturadas freqüentam listas de ameaçadas. As coletas revelam a existência de duas espécies novas para a ciência: Hemiodus sp. (Characiformes; Hemiodontidae), peixe de hábitos pelágico cujo adulto pode alcançar até aproximadamente 17 cm de comprimento padrão (CP) e 104g de peso, e Pseudanos sp. (Characiformes; Anostomidae), que possui hábitos bento-pelágicos e cujo adulto pode chegar até 14 cm de CP e 60g de peso. Outras treze espécies podem ser novas (bagres, piabas e acarás e bodós), dependendo de estudos mais detalhados.

Trinta e quatro espécies destinadas ao consumo local e de interesse para a pesca de subsistência foram registradas, destacando-se os pacus, piranhas, bobó, peixe-cachorro, aracus, bico-de-pato, sardinha, cangati, mandubé, agulhão e matrinxã. Trinta e nove espécies de interesse para a pesca ornamental também foram observadas.

Flora

A fitofisionomia que cobre a maior área da FLONA é a Floresta Ombrófila Densa nas variedades Submontana e de Terras Baixas. Em extensão menor área e situada na região nordeste e leste da FLONA, na região da bacia do rio Tapajós, encontra-se a Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras. A sinúsia arbórea é bem espaçada, com mais de 50m de distância entre árvores, dossel muito irregular com altura média entre 20-30m, com emergentes acima de 40m, bem mesclado com palmeira Attalea speciosa. O segundo estrato é formado por árvores de 5-10m e o sub-bosque é denso predominando A. speciosa, que impede o aparecimento de outras plantas.

Ao longo dos rios principais e tributários situa-se a Floresta Ombrófila Densa Aluvial com dossel uniforme. Esta vegetação estabelece-se em faixas que acompanham as áreas marginais dos rios, sendo localizada em terrenos que são temporariamente inundados e sofrem influência do nível das águas. É rica em epífitas.

Durante a elaboração do Plano de Manejo foi coletada uma espécie de erva de pequeno porte bastante rara. Até hoje, coletada uma vez na Colômbia, uma no Peru e uma no Brasil. Também foi encontrada – pela primeira vez no Pará - uma micro-orquídea com ocorrência na bacia do rio Negro. Os estudos realizados para a produção do plano de manejo da FLONA da Amana registraram, como de maior interesse conservacionista, duas espécies que constam na lista de espécies ameaçadas da flora brasileira: a castanheira Bertholletia excelsa e o pau-rosa Aniba rosaeodora.

Problemas e ameaças

Fontes

http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatorioparametrizado.exibeRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=271

http://www.icmbio.gov.br/portal/unidadesdeconservacao/biomas-brasileiros/amazonia/unidades-de-conservacao-amazonia/1955-flona-do-amana

https://uc.socioambiental.org/uc/304