Mudanças entre as edições de "Parque Nacional da Serra das Lontras"
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Edição das 00h04min de 30 de novembro de 2013
Nome da Unidade: Parque Nacional da Serra das Lontras
Bioma: Mata Atlântica
Área: 11.336 hectares
Diploma legal de criação: Criado em 11 de junho de 2010.
Coordenação regional / Vinculação: Parna federal, órgão gestor ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)
Contatos:
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Localização:
O Parque Nacional da Serra das Lontras localiza-se nos municípios de Arataca e Una, no Sul da Bahia. O complexo montanhoso da Serra das Lontras abrange florestas de baixada e de montanha.
Como chegar:
O município de Arataca se localiza a 270 km de Salvador e, para acessar à cidade, é preciso seguir pela rodovia estadual BA-676.
Ingressos:
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Onde ficar:
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Objetivos específicos da unidade:
O Parque visa a proteger fitofisionomias florestais do bioma Mata Atlântica, em especial a floresta montana que ocorre acima de 400 metros de altitude e cabrucas (sistema de plantio do cacau sombreado) abandonadas a seu redor.
Histórico:
A região é caracterizada pelo tradicional cultivo de cacau em cabruca, um sistema agroflorestal que favorece a biodiversidade por estar associado a áreas de Mata Atlântica nativa.
A região apresenta um histórico de desenvolvimento econômico desde o século 19, ligado ao cultivo e ao comércio do cacau que marcou a ocupação do solo, a sociedade e a cultura locais até os dias de hoje. Entre as décadas de 1930 e 1980, o Sul da Bahia foi o maior produtor de cacau do mundo.
As cabrucas, que são formas tradicionais de cultivo do cacau sob a sombra de árvores nativas, representam, além do seu valor social e histórico, uma forma de cultivo compatível com a conservação da biodiversidade nessa paisagem.
Em razão da crise do cacau, os produtores foram pressionados a substituir suas cabrucas por cultivos mais agressivos que degradam a paisagem florestal e ameaçam a biodiversidade local.
Em 2012, a gestão do Parna junto com o ICMBio garantiu a instalação de 11 placas de sinalização em seus limites.
Atrações:
Serras das Lontras, Javi e Quati: chegam a mil metros de altitude e abrigam raras formações de florestas de altitude. Nos últimos anos, foram descobertas novas espécies de aves e plantas no local.
Apesar de apresentar grande potencial para ecoturismo, ainda não há muitas informações disponíveis sobre atrativos turísticos no Parna.
Aspectos naturais:
Com 11.336 hectares de Mata Atlântica, a UC tem elevada riqueza de espécies e significativa importância biogeográfica. O complexo montanhoso abrange florestas de baixada e de montanha.
Entre a diversidade de paisagens naturais se destacam praias, floresta e serra.
Considerando a importância ecológica e as pressões existentes na Serra das Lontras, a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil - SAVE Brasil (www.savebrasil.org.br/) definiu a área como prioritária de atuação e contribui, desde 2000, para a conservação da Mata Atlântica na região. A região abriga um dos maiores mananciais de água da região cacaueira, abastecendo as cidades de Una e São José da Vitória. O Parna presenta grande potencial para ecoturismo pela beleza cênica e proximidade à BR-101.
Relevo e clima:
As Serras das Lontras pertencem a uma associação de rochas denominada de Complexo Buerarema, cuja formação data do Pré-Cambriano, a cerca de 1,9 a 2,1 bilhões de anos. Este complexo apresenta rochas denominadas de ortognaisses granulíticos.
O Complexo de Serras das Lontras faz parte da unidade geomorfológica das serras e maciços pré-litorâneos que comporta grande variação de altitude, uma vez que os trechos mais rebaixados chegam a menos de 100 metros de altitude, enquanto alguns topos residuais podem atingir mais de 1.000 metros (Serra do Javi).
O relevo na região das Serras das Lontras é muito movimentado, apresentando-se em algumas posições como fortemente ondulado e, em outras, montanhoso. Não é rara a presença do relevo escarpado.
Nas áreas de drenagem na região do Complexo de Serras das Lontras encontra-se a grande maioria de nascentes que dão origem aos afluentes que compõem a bacia do Rio Una, importante Bacia Hidrográfica da região Sul da Bahia. São inúmeros os cursos de água que nascem nessa área, tais como o Rio Ribeirão, Pratinhas, Ribeirão Santo Antônio, Ribeirão Javi, Ribeirão Sepultura e o Ribeirão Aliança.
A grande declividade presente em muitas vertentes faz do lugar um ambiente rico em quedas d’água, em sua maioria de pequeno porte. Nessa região, as chuvas são bem distribuídas, havendo um predomínio de meses chuvosos, notando-se apenas os meses de maio e agosto como os mais secos. As precipitações atingem valores entre 1.300 mm e 1.600 mm nos municípios mais próximos, enquanto a temperatura média anual é de 23,3ºC em Una, 22,7ºC em Jussari e 23,6ºC em Buerarema.
Fauna e flora:
O tipo de vegetação permite a ocorrência de rica diversidade de aves: 330 espécies registradas, 16 delas globalmente ameaçadas de extinção e 13 quase ameaçadas.
Foram registradas 735 espécies de angiospermas, 150 espécies de samambaias e licófitas.
No que se refere à flora, a região apresenta mais de 50 casos de endemismos restritos ao Sul da Bahia.
O estudo florístico no Complexo de Serras das Lontras foi iniciado em 2004, por meio de uma parceria entre o Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), o Jardim Botânico de Nova Iorque (NYBG) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), dentro de um projeto mais amplo que buscava realizar levantamentos da vegetação em áreas de Mata Atlântica acima de 700 metros de altitude no sul da Bahia.
A importância de uma vasta comunidade de plantas para o ecossistema é fundamental, especialmente no que se refere à manutenção da umidade e ao ciclagem dos nutrientes.
Densas populações de samambaias, além de prevenirem erosões por meio da estabilização do solo por suas raízes, ajudam a moderar a evaporação e evitam flutuações acentuadas de umidade. Isso favorece o desenvolvimento de diversos tipos de micro-organismos, extremamente necessários ao equilíbrio ecológico do ambiente.
O Complexo de Serras das Lontras destaca-se por uma avifauna diversa sendo considerada uma área importante para a conservação das aves pelos critérios globais da BirdLife International (www.birdlife.org/).
A região é ainda pouco conhecida e pouco estudada do ponto de vista de sua diversidade de espécies. Em relação aos mamíferos, um único estudo realizado na região teve como objetivo inventariar as espécies, duas espécies de primatas e três espécies de felinos ameaçadas de extinção ocorrem na área. Existem, ao menos, 38 espécies de mamíferos não voadores e mais de 330 espécies de aves presentes na região.
Problemas e ameaças:
A área vive sob intensa pressão antrópica, principalmente por desmatamentos, e é uma das mais chuvosas e úmidas da região cacaueira, onde os plantios de cacau em seu sopé foram muito afetados pela vassoura-de-bruxa (uma praga que ataca os cacaueiros) e a maioria encontra-se em estado de abandono há mais de 20 anos.
Há ainda notícias do corte ilegal de madeira.
Entre o período de 1986 e 2001, houve uma perda de florestas maduras ao mesmo tempo em que houve fragmentação, ou seja, os blocos de florestas ficaram menores e mais isolados, conforme verificou-se com o aumento do número de fragmentos abaixo de 100 hectares. Em um período de 15 anos, houve uma perda de 20.632 hectares de florestas da região, a uma taxa de 0,8% ao ano.
Fontes:
http://www.conservation.org.br/noticias/noticia.php?id=462
http://www.savebrasil.org.br/?q=content/serra-das-lontras
Estudo: “Complexo de Serras das Lontras e Una, Bahia: Elementos naturais e aspectos de sua conservação”, SAVE Brasil, Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia (IESB), BirdLife International e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).