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Edição das 23h44min de 29 de novembro de 2013
Nome da Unidade: Parque Nacional da Chapada Diamantina
Bioma: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Campos Rupestres
Área: 152.141 hectares
Diploma legal de criação: Criado em 17 de Setembro de 1985, Decreto de n° 91.655.
Coordenação regional / Vinculação: Parna federal, órgão gestor ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)
Contatos: Tel: (75) 3332-2418 / 2310 Endereço sede: Rua Barão do Rio Branco, 25. Palmeiras / Bahia. CEP: 46.930-000
Localização:
A Chapada Diamantina localiza-se na parte central do estado da Bahia a 425 km de Salvador e a 1.135 km do Distrito Federal. O Parna faz limite com os municípios de Lençóis, Andaraí, Itaetê, Mucugê, Ibicoara e Palmeiras.
Como chegar:
Existem três ônibus diários da empresa Real Expresso que fazem o percurso Salvador-Lençóis, às 07h, 16h e 23h. Existem outras empresas que cortam a Chapada diariamente, como Aguia Branca, Novo Horizonte e Rápido Federal.
Em geral, a viagem de ônibus de Salvador a Lençóis leva cerca de seis horas e custa R$ 55,00.
Para mais informações:
Rodoviária de Salvador
Av. Antônio Carlos Magalhães, 4.362, Pituba
Tels: (71) 3460-8300, 3460-8317 e 3460-8344
Rodoviária de Lençóis
Av. Senhor dos Passos, s/n, centro
Tel: (75) 3334-1112 e 3334-1595
Em Lençóis, é possível alugar carro ou optar por serviços prestados por agências de ecoturismo para conhecer o Parque Nacional.
Existem voos aos sábados operados pela TRIP com duração de uma hora a R$ 210,00 de Salvador a Lençóis.
Aeroporto de Lençóis
BR 242, km 209, no distrito de Cel. Otaviano Alves, a 25 km do centro de Lençóis
Tel: (75) 3625-8100
É possível ainda ir de carro por Salvador em direção à Feira de Santana na BR-116 e depois seguir pela rodovia estadual conhecida como Estrada do Feijão (BA-052) em direção à Ipirá. Depois entrar à esquerda na direção de Itaberaba (BA-488) e, de Itaberaba a Lençóis (passando por Mucugê, Capão e Piatã). É só seguir pela BR-242 em direção à Brasília e ficar atento às placas. Lençóis está 140 km de Itaberaba.
Ingressos:
O Parna Chapada da Diamantina ainda não possui controle de visitação e é possível conhecê-lo a partir de diversas localidades, principalmente de Lençóis, do Vale do Capão, Mucugê e Andaraí. O acesso aos seus atrativos é feito por meio de caminhadas.
Onde ficar:
Em Lençóis, é possível optar pela inúmeras opções de pousadas e hotéis. Mas é possível também hospedar-se nas cidades do em torno do parque, como Palmeiras, Andaraí e Mucugê.
Objetivos específicos da unidade:
O Parque Nacional tem como objetivo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, recreação em contato com a natureza e turismo ecológico.
A conservação de importantes amostras de biodiversidades e das paisagens da Serra do Sincorá (uma porção baiana da Serra do Espinhaço) fazem parte dos objetivos específicos da unidade de conservação da Chapada Diamantina, no interior da Bahia, com 152 mil hectares. E ainda, um dos importantes objetivos é a conservação das nascentes, como o principal rio da Bahia, o Paraguaçu, responsável pelo abastecimento de 60% da população de Salvador.
Histórico:
O Parna foi criado em 1985 para a preservação das belezas cênicas do local. A área foi inicialmente habitada por indígenas Maracás. A ocupação humana remonta ao período do auge da exploração de jazidas e minérios, no início do século 18, quando foi encontrado ouro próximo ao Rio de Contas Pequeno. O ano de 1710 marca o início da chegada dos bandeirantes e exploradores. Em 1844, a colonização foi impulsionada pela descoberta de diamantes valiosos no Rio Mucugê, fazendo com que comerciantes, colonos, jesuítas e estrangeiros vivessem em vilas.
A Chapada Diamantina foi tendo seu povoamento gradativamente marcado por grandes fazendas e comunidades quilombolas. A exploração do ouro perdurou por quase um século. Com o declínio da extração de ouro, iniciou-se um novo ciclo com a exploração de diamantes que durou quase 30 anos, entrando em decadência em 1870. A região passou a ser chamada de Chapada Diamantina em alusão à abundância do mineral e à sua formação geológica.
Ainda no século 20, entre 1980 e 1996, a economia da região foi reaquecida com a extração mecanizada de diamante, tendo esta atividade sido proibida em seguida com a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
Atrações:
- Cachoeira da Fumaça: é um dos principais atrativos da Chapada Diamantina com 360 metros de altura e uma das maiores quedas d’água do país. A Fumaça fica localizada no Vale do Capão e o seu acesso é feito a pé em uma trilha por cima de 6 km, dos quais 2 km de subida. Se feita por baixo, a trilha é de 20 km.
- Cachoeira do Buracão: com 85 metros de altura, o Buracão é considerado uma das cachoeiras mais belas da região. A cachoeira se situa em um cânion emoldurado por pedras folhadas e na trilha realizada à margem do rio. O Buracão fica localizado no município de Ibicoara e o acesso pode ser feito a pé em 3 km de trilha.
- Morro do Pai Inácio: com 1.120 metros de altitude, este é o ícone da região com uma vista panorâmica. O morro fica localizado no município de Palmeiras, às margens da BR-242 e seu acesso pode ser feito a pé em uma trilha curta e íngreme com um tempo médio de 25 minutos de caminhada.
- Gruta da Torrinha: esta é uma das cavernas do Brasil com maior diversidade de espeleotemas – formações rochosas típicas de interior de caverna, como estalactites e estalagmites. A gruta localiza-se no município de Iraquara e seu acesso pode ser feito a pé em uma trilha de 1.600 metros na caverna.
- Gruta da Lapa Doce: uma caverna ampla que possui grande quantidade de formações como estalactites e estalagmites. Localizada no município de Iraquara, a sua travessia tem 850 metros.
- Pratinha: é um rio com águas cristalinas que atravessa uma gruta. Localiza-se no município de Iraquara e o acesso pode ser feito de carro. - Poço Azul: é uma gruta com águas cristalinas em que o azul vivo da água resulta da iluminação dos raios solares. No poço é permitido nadar. A gruta localiza-se no município de Nova Redenção e o acesso pode ser feito de carro e mais uma escadaria até o atrativo.
- Poço Encantado: o poço com águas cristalinas possui 60 metros de profundidade e não é permitido nadar. A melhor época para visitar o poço compreende os meses de abril a setembro, devido ao reflexo da luz solar. O poço localiza-se no município de Itaetê e o acesso pode ser feito de carro e mais uma escadaria até o atrativo.
- Marimbus: este é considerado o pantanal do semi-árido baiano com águas calmas e flores aquáticas. O passeio é feito de canoa ou caiaque e recomendado para família. Existem duas opções diferentes de passeios: uma saindo de Andaraí e a outra de Lençóis.
Por Andaraí, o trajeto inicia a partir do km 45,5 da BA-142 (referência: Banca Torta, quiosque de caldo de cana, que também dá informações sobre o passeio. Tel: 75 3335-2210).
Já por Lençóis, o acesso é realizado de carro até a comunidade quilombola do Remanso. Nessa opção, após o percurso pelo rio, é realizada uma caminhada até o Rio Roncador.
- Ribeirão do Meio: situado no leito do Rio Ribeirão, a 3,5 km de Lençóis. É de fácil acesso para quem está na cidade. O Ribeirão é um grande poço com um tobogã natural, ideal para nadar. Esse passeio também pode ser combinado com a Cachoeira do Sossego. Fica localizado no município de Lençóis e o acesso pode ser feito a pé com 3,5 km de trilha.
- Rio Mucugezinho e Poço do Diabo: o Rio Mucugezinho forma diversos poços e tem como um dos destaques a cachoeira do Poço do Diabo, de 20 metros de queda, e o seu poço profundo, ideal para nadar e praticar tirolesa ou rapel. Fica localizado no município de Lençóis e o acesso pode ser feito a pé. Nas margens da BR-242 há uma trilha de 5 minutos até o Rio Mucugezinho, e mais uma trilha de 20 minutos até o Poço do Diabo.
Aspectos naturais:
A Chapada Diamantina é um reduto de belezas naturais com mais de 50 tipos de orquídeas, bromélias e trepadeiras, além de espécies animais raras, como o tamanduá-bandeira, tatu-canastra, porco-espinho, gatos selvagens, capivaras e inúmeros tipos de pássaros e cobras.
O Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado na década de 80, atua como um protetor desta exuberância. O Parna abriga um cenário montanhoso com grande variedade de ecossistemas como Cerrado, Mata Atlântica, Campos rupestres e Caatinga. Os morros mais conhecidos têm altitudes médias de 1.450 metros e se espalham pelos municípios de Palmeiras, Lençóis e Mucugê como: o monte Tabor, Calumbi, o Pai Inácio e o Morro Branco do Paty.
O parque possui inúmeras nascentes que brotam por entre os paredões rochosos e mais de 35 rios, como o Paraguaçu, o Rio de Contas e o rio Preto.
A Chapada Diamantina ainda resguarda um relevante banco genético para a pesquisa científica e conservação da biodiversidade. A cada ano, pelo menos quatro ou cinco novas espécies de plantas endêmicas e três espécies de animais são descobertas na região.
Relevo e clima:
É uma região composta por rochas sedimentares que se depositaram entre 1,7 e 0,7 bilhões de anos atrás. As rochas da Chapada Diamantina fazem parte da unidade geológica conhecida como Supergrupo Espinhaço, pois integra a Serra do Espinhaço, no estado de Minas Gerais.
O relevo se apresenta como um altiplano extenso, de altitude média entre 800 e 1.200 metros acima do nível do mar. As serras que compõem a Chapada Diamantina abrangem uma área aproximada de 38.000 km² e são divisoras de águas entre a Bacia do Rio São Francisco e os rios que deságuam no oceano Atlântico, como o Rio de Contas e o Paraguaçu. Nesta cadeia de serras são encontrados os picos mais altos da Bahia, sendo o Pico do Barbado com 2.033 metros.
A Chapada é o berço de metade dos rios que banham o estado da Bahia, tendo como o seu principal o Paraguaçu, fundamental para a vida no semi-árido baiano.
O clima varia de acordo com a altitude. Em municípios como Piatã, que possui o pico mais alto do nordeste brasileiro, e Mucugê, as temperaturas atingem até 10ºC no inverno. Já os municípios de Lençóis e Palmeiras recebem a maior parte das chuvas entre os meses de fevereiro a junho e podem registrar baixas temperaturas durante a noite. Mesmo no inverno, o sol domina e as temperaturas são em torno de 25ºC a 30ºC.
Fauna e flora:
A vegetação predominante da Chapada é conhecida como campo rupestre que, em geral, é mais rasteira. Nele é possível encontrar mais de 100 tipos de orquídeas, inúmeras bromélias, cactos, begônias, trepadeiras e sempre-vivas.
A variedade de animais também é imensa, principalmente as aves, que são mais de 250 espécies.O beija-flor-gravatinha-vermelha é endêmico na Chapada Diamantina e habita áreas superiores a 1.000 metros de altitude. Nas matas chapadenses também vivem o tamanduá bandeira, o macaco prego, a jaguatirica, periquitos, papagaios, capivaras e pequenos lagartos. A Chapada abriga desde os pequenos roedores conhecidos como mocós até exemplares de grandes mamíferos ameaçados de extinção, como a onça-pintada e a suçuarana.
Problemas e ameaças:
A Chapada Diamantina é atualmente a unidade de conservação federal com maior quantidade de registros de incêndios florestais do país. As queimadas, cujas temporadas costumam ocorrer com frequência nos meses de agosto a fevereiro, atingem grandes extensões. Apenas na temporada 2008/2009, os incêndios consumiram 55 mil hectares do parque e 15 mil hectares na 2007/2008.
O procedimento administrativo instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF) para averiguar a ocorrência dos constantes incêndios na área do Parna apurou que, apesar de os danos à UC serem antigos e recorrentes, não há o necessário investimento em equipamentos e recursos humanos suficientes para que seja realizado um trabalho de fiscalização e prevenção, com o objetivo de evitar que as queimadas atinjam grandes proporções.
De acordo com dados colhidos pelo Ministério do Meio Ambiente, a Chapada Diamantina não está na lista dos parques nacionais contemplados para a realização de investimentos em infraestrutura. Faltam ainda servidores, equipamentos, veículos, recursos e, principalmente, planejamento, segundo o MPF que identificou constantes danos ambientais derivados de ações antrópicas que continuam a degradar o ecossistema da região.
O MPF e a justiça exigem que a União, o Ibama e o ICMBio apresentem um plano específico de atuação na prevenção e combate aos incêndios no interior do Parna e um plano de reestruturação completa da unidade administrativa de gestão do parque. Este segundo plano deve prever medidas de incremento dos recursos humanos e materiais, incluindo a contratação de servidores habilitados às funções necessárias à gestão da unidade, projeto de monitoramento aéreo, sistema de monitoramento por câmeras via satélite, aquisição e manutenção de veículos automotores, aprimoramento do sistema de rádio, bem como fixação de previsão orçamentária adequada a suprir as necessidades do parque.
Outros grandes problemas que o parque enfrenta em razão da falta de fiscalização são as ameaças de garimpo artesanal, caça predatória, incêndios florestais, comercialização de plantas (principalmente orquídeas e bromélias), cristais e o gado que pasta livremente em algumas áreas. A agricultura no em torno do parque também está gerando sérios danos. Segundo o Observatório de UCs da Rede WWF, as atividades ilegais na unidade são difíceis de serem monitoradas, assim como a aplicação dos instrumentos legais é baixa na região. O valor de mercado de recursos da UC é alto, além de a unidade ser de fácil acesso para a realização de atividades ilegais.
Fontes:
http://mapasdachapadadiamantina.blogspot.com.br/
http://www.guiachapadadiamantina.com.br/
http://bahia.com.br/destinos/chapada-diamantina/
http://www.prba.mpf.gov.br/mpf-noticias/meio-ambiente-e-patrimonio-cultural/mpf-ba-propoe-acao-para-proteger-o-parque-nacional http://chapada.org/