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Edição atual tal como às 15h26min de 7 de maio de 2018
A Floresta Nacional de Piraí do Sul está localizada no interior do estado do Paraná e está inserida no bioma Mata Atlântica, com ocorrência de florestas de araucária. Além disso, a Floresta Nacional (Flona) representa um importante fragmento de vegetação remanescente para conectividade das áreas naturais na região central do Paraná.
Floresta Nacional de Piraí do Sul |
Esfera Administrativa: Federal |
Estado: Parana |
Município: Piraí do Sul (PR) |
Categoria: Floresta |
Bioma: Mata Atlântica |
Área: 152 hectares |
Diploma legal de criação: Decreto Federal s/n, de 02 de junho de 2004. |
Coordenação regional / Vinculação: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) - CR9 – Florianópolis |
Contatos: Telefone: (42)3237-1115
E-mail: flonapiraidosul.pr@icmbio.gov.br |
Índice
Localização
A Floresta Nacional de Piraí do Sul está localizada no interior do estado do Paraná, a aproximadamente 180 km de distância da capital, Curitiba.
Piraí do Sul é um município integrante da mesorregião Centro Oriental Paranaense, terra de campos e matas cujo principal elemento da paisagem é a Escarpa Devoniana, que separa o Primeiro Planalto (onde está localizada a cidade e a maioria dos aglomerados rurais) do Segundo Planalto Paranaense. Dentro da mesorregião, Piraí do Sul está inserida da microrregião de Jaguariaíva.
Endereço: Estrada do Cerne, km 152 – Bairro Machadinho – Piraí do Sul – PR
Como chegar
O acesso à sede da Flona de Piraí do Sul é feito por via terrestre, pela rodovia PR-151, sendo que no km 262, segue-se trecho não pavimentado de 1 km, da Estrada do Cerne (PR-090).
Em relação ao transporte rodoviário, não há linhas municipais comerciais da área urbana de Piraí do Sul até a sede da Flona. As opções de transporte rodoviários mais viáveis são linhas intermunicipais diárias das Viações Transpen/Transfada, Princesa do Norte, Princesa dos Campos e Ouro Branco, que permitem embarque/ desembarque de passageiros em ponto da PR-151 localizado a aproximadamente 1km da Flona.
O acesso à Flona, através de transporte aéreo, é realizado pelo aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, que dista aproximadamente 212 km até a Floresta, por rodovia federal (BR-376) e estadual (PR-151).
Ingressos
Não há cobrança de entrada.
Onde ficar
Hotéis no Centro de Piraí do Sul (6 km da sede administrativa da Flona):
- Hotel Eldorado – Av. 5 de março, 506. Tel. (42) 3237-1235
- Victor Hotel - Rua João Torres Pereira, 404. Tel. (42) 3237-1511
- Hotel Uirapuru - Av. 05 de março, 511. Tel: (42) 3237-1717
- Hotel Verdes Ramos - Av. David Federmann, 206. Tel. (42) 3237-2881
Hospedagem Rural (19 km da sede administrativa da Flona):
- Pousada Serra do Piraí - PR–090 (estrada para Ventania), km 159. Tel. (42) 4063-9116 / WhatsApp: (42) 9994-6446 / www.pousadaserradopirai.com.br
Objetivos específicos da unidade
Uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas.
Histórico
O contexto de criação da Floresta Nacional de Piraí do Sul diverge da maioria das Flonas do Sul e Sudeste do Brasil, que foram criadas pelo extinto Instituto Nacional do Pinho (INP). Desde meados da década de 1940 até o final da década de 1960, a área que hoje é denominada Floresta Nacional de Piraí do Sul era conhecida como Remonta, sendo administrada pelo Ministério da Agricultura como Posto Agropecuário, voltado à criação de matrizes de animais domésticos (porcos, vacas, cavalos) e produção agrícola.
Em 1967, após a promulgação do Código Florestal (Lei nº 4.771/65), quando a estrutura do INP foi fundida às estruturas do Instituto Nacional do Mate e do Departamento de Recursos Naturais Renováveis, surgiu o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), uma autarquia vinculada ao Ministério da Agricultura, com o objetivo de desenvolver a política florestal nacional e de preservação de recursos naturais renováveis.
É neste contexto político-institucional, que a antiga “Remonta”, então desativada, passou a ser administrada, portanto, pelo IBDF. Apesar de não ter sido instituída como Floresta Nacional, como os parques florestais da região, a área do Posto Agropecuário, anteriormente utilizada para plantios agrícolas e criação de animais, passou a receber plantios de essências florestais, essencialmente de pinus e araucária, numa perspectiva de incentivar o desenvolvimento local a partir dos modelos de silvicultura promovidos à época. A área do IBDF, em Piraí do Sul, passou a ser denominada Posto de Fomento Florestal (POFOM), uma categoria regional prevista na estrutura administrativa do órgão.
Com a extinção do Instituto, em 1989, o POFOM de Piraí do Sul passou a ser administrado pelo IBAMA, como estrutura absorvida do IBDF. Entretanto, como a instância “Posto de Fomento Florestal” não era prevista na estrutura organizacional do IBAMA, estabelecida pela Portaria nº 230, de 14 de maio de 2002, uma série de dificuldades administrativas foram encontradas para a gestão da área, implicando na falta de acompanhamento dos talhões e dos resultados científicos esperados para os experimentos instalados.
Em 2001, instruiu-se processo administrativo no âmbito do IBAMA, com objetivo inicial de anexar a área do POFOM de Piraí do Sul à Flona de Açungui, município de Campo Largo. Contudo, vistoria técnica apontou a inviabilidade da proposta de considerar a área como parte da Flona de Açungui, em razão da distância existente entre as áreas. Constataram-se também características que justificavam a criação de Flona específica, como a importância ecológica e a situação fundiária regularizada. Somando-se a isso, o surgimento de risco de perder a gestão da área, devido à solicitação de comodato à Prefeitura Municipal de Piraí do Sul, para sediar projeto turístico no local; embasou-se proposta de criação da Floresta Nacional pelo IBAMA.
Assim, em 02 de dezembro de 2002 foi realizada consulta pública para criação da unidade de conservação e, em 2004, através de Decreto Presidencial s/ nº assinado em 02 de junho, foi criada a Floresta Nacional de Piraí do Sul, em conformidade com as disposições da Lei nº. 9.985/2000 (SNUC). Em 2007, a administração da Floresta Nacional de Piraí do Sul, passou ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.
Atrações
Aspectos naturais
A Flona de Piraí do Sul está localizada no Bioma Mata Atlântica. No levantamento das “Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira” (MMA, 2007), a Flona de Piraí do Sul, situa-se a Área Prioritária MA-148 – Entorno do Parque Estadual do Caxambu, considerada de prioridade Extremamente Alta para estabelecimento de Mosaico/ Corredor.
Relevo e clima
Clima
A Floresta Nacional de Piraí do Sul se insere na área de abrangência do tipo climático subtropical úmido mesotérmico, com temperatura média no mês mais frio abaixo de 18ºC (mesotérmico), com verões frescos, temperatura média no mês mais quente abaixo de 22ºC e sem estação seca definida. As temperaturas médias anuais na região da Flona de Piraí do Sul são entre de 16 a 19°C. A média máxima, nos meses mais quentes, é de 23ºC, e a média mínima, nos meses mais frios, é de 12ºC.
Relevo
A Floresta Nacional de Piraí do Sul localiza-se no Primeiro Planalto Paranaense, na subunidade morfo-escultural denominada Planalto de Castro. A Flona apresenta relevo predominantemente entre plano ondulado, com declividades de até 20%. As áreas fortemente onduladas se concentram nas porções sul e sudeste da Flona, configurando parte da Serra das Pedras. Há alguns pontos de declividade considerada montanhosa. Quanto à altitude, as cotas variam entre 1.040m e 1.240 m.
Fauna e flora
Flora
A Flona de Piraí do Sul se insere no Bioma Mata Atlântica, na área de abrangência da Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como “mata-de-araucária” ou “pinheiral”. A análise quantitativa de área das tipologias de vegetação e uso do solo da Flona de Piraí do Sul mostrou que 102 hectares, ou 67% da área total da Flona, são recobertos por remanescentes de Floresta Ombrófila Mista em diferentes estágios de regeneração.
Cerca de 8 hectares (5,3% da área total) são compostos por reflorestamentos de Araucaria angustifolia; 0,5 hectares de reflorestamento de Ocotea porosa, ambos apresentando sub-bosque com vegetação secundária em estágio médio de regeneração. Os reflorestamentos de araucária se distribuem em sete talhões, sendo que o talhão 29 foi implantado em 1969 e se desconhece a data do plantio dos demais. Também existiam cerca de 39,5 hectares (25,7% da área total) cobertos com reflorestamento de Pinus sp., e que estão em fase final de exploração, por corte raso, o que brevemente configurará a área como solo exposto.
Segundo os levantamentos já realizados, na Flona ocorrem o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana) e o pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia) incluída na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (IBAMA, 1992), na categoria em perigo, e imbuia (Ocotea porosa), na categoria vulnerável.
Foram constatadas as seguintes espécies que constam da lista de espécies arbóreas ameaçadas de extinção no estado do Paraná (Resolução SEMA/IAP nº 031, de 24 de agosto de 1998), na categoria rara: figueira-brava (Oreopanax fulvum) e imbuia (Ocotea porosa); na categoria vulnerável: canela-imbuia (Nectandra megapotamica).
Fauna
As espécies consideradas constantes na Flona são a cutia (Dasyprocta azarae), o gambá (Didelphis aurita), o esquilo (Guerlinguetus ingrami), o bugio (Alouatta guariba clamitans), a onça-parda (Puma concolor), o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), o quati (Nasua nasua) e o tatu (Dasypus novemcinctus).
Problemas e ameaças
Invasão por espécies exóticas invasoras, trânsito de veículos em estrada que corta a UC, presença de animais domésticos. Há necessidade de discussão sobre a coleta de pinhão. Demanda de fiscalização de coleta de lenha e caça.